Chantagem: Que pervertida!

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- Alô. - Atendo o telefone que fica em silêncio por uns segundos. - Quem é? Alô??

- Breno! Oi. Tudo bem? É a Lídia, da igreja...

- Ah! Oi Lídia!! Quanto tempo. Tá tudo bem, contigo? Não te vejo desde o acampamento.

- Preciso que venha até a minha casa hoje, Breno. Tenho uma coisa muito importante para te dizer...

- E o que seria essa coisa?...

Olá, meus caros apreciadores!! Quanto tempo, não? Como vocês viram, o conto que vou citar se passa em pouco tempo depois dos ocorridos do primeiro. Vocês lembram direitinho, não? Se não, leiam logo para entender.

Sem muita enrolação preciso explicar que a casa da Lídia ficava a pelo menos 5,5km da minha casa e na época eu ainda tinha que pegar 1 ônibus para chegar em sua casa já que morávamos em bairros paralelos. Na oitava série, a van escolar sempre parava na Praça que ficava na frente da casa onde ela morava, mas desta vez eu tinha que entender o porquê de eu ter que ir repentina e inesperadamente até lá:

- Espera... O quê? - Pergunto tentando entender. - Como assim, Lídia? Me explica outra vez... Não entendi.

- Breno, eu não posso falar por ligação, mas preciso que arrume um jeito de vir até aqui, porque isso é bem sério.

- Bem... Eu posso tentar, mas não consigo te dar certeza, porque hoje...

- NÃO! - Antes de eu concluir sou interrompido por ela que grita me assustando. - Precisa ser hoje. É sério, você tem que vir.

- Okay... - Respondo assustado e já informo para a minha mãe. - Mãe, vou precisar ir para o centro, tá bem?... Chego aí em duas horas.

CHANTAGEM

Correto! Como viram, a abordagem foi rápida. Naquele dia eu não tinha exatamente nada para fazer, e então me arrumei como de costume - já que não tinha mais acampamento - com minha roupa bem gótica: calça e blusa preta complementados por um cardigã preto e pintei os olhos... Sim, pinto os olhos de preto até hoje.

Chegando na parada vi que a Lídia me esperava no que chamávamos de "craque", a Praça da parada do ônibus, e veio com pressa até a minha direção.

Então a câmera lenta: Seus olhos estavam sendo refletidos com intensidade pela luz do sol, sua boca tinha a fofura de um cogumelo e me fazia derreter a cada detalhe de seus lábios finos, até os cachinhos de seu cabelo emanavam charme. Nunca tinha visto a Lídia daquele jeito, e as lembranças do último ocorrido começaram a ficar menos assustadoras.

- Oi!... Eu... To aqui. - Falo isso pausadamente enquanto a vejo se aproximar cada vez mais, até que finalmente a observo dos pés a cabeça na minha frente.

- Breno! Que bom que veio. - Ela me cumprimenta com um beijo doce na bochecha e me elogia com um sorriso meigo ao se afastar: - Hm, que cheiroso!

- Ah, obrigado! Você também está muito linda. - Então me corrijo: - Cheirosa.

- Vem. Moro bem ali. - Ela vai andando e já começo a segui-la.

- Lembro da oitava série, quando você sempre esperava o ônibus da escola na porta da sua casa. - Afirmo andando e vejo que ela me respondeu com um sorriso, mas parece apressada.

Ao chegarmos no portão percebo que este é na verdade um Condomínio e acho legal. Ela abre a porta e começa a subir a escada ao pedir que eu feche o portão. Eu o faço ao ouvir a intensidade de seus passos diminuírem, então observo no lado de fora o que parece ser a figura de um homem velho no outro lado da rua com uma cerveja na mão que me olha e olha para seu relógio de pulso com um tipo de calmaria compulsiva, acho estranho mas ignoro e ao chegar no topo da escada imensa vejo que a Lídia já estava entrando em sua casa, então vou devagar observando o corredor estreito que me faz sentir dificuldade de me familiarizar com o ambiente. Mas ao chegar na porta da casa vi coisas incríveis: instrumentos na parede, cores engraçadas e até um patinete encostado em uma espécie de tambor estampado.

Antes de chegar na sala sou puxado por uma mão que me estreita em um terraço, era Lídia, que ficou colada de frente comigo e tapou minha boca com a mão para cochichar no meu ouvido:

- Olha... Meu irmão tá na sala, tu tem que deixar claro que iremos fazer um trabalho sobre a Geografia dos testamentos, tá bem? - Eu não conseguia falar, mas só concordei com a cabeça. - Ele trabalhou a manhã inteira, então logo pega no sono, sabe?

- Hunrrum - Faço um ruído por não conseguir falar, ela tira lentamente a mão da minha boca. - Mas, me diz... Porque temos que mentir?

- Não vamos mentir... - Ela me responde observando a sala e faz isso ao apontar aquele rabão para o meu lado.

- Tá... Mas e sobre ele dormir? Não entendi o que...

- Shh! - Ela me interrompe e já vai andando até a sala. Vou logo atrás.

- Lídia... - Seu irmão a aborda na hora enquanto só olha para o controle do aparelho de vídeo. - Não funciona. Não suporto mais esse DVD.

- Mas eu já te disse. O problema... - Ela vai atrás e mexe nos fios e é nesse momento que ele me olha com estranheza

- Oi! - Eu aceno com leveza para cumprimentá-lo.

- ...É atrás! - Ela conclui na hora e o vídeo aparece na TV.

- Obrigado Li. - Ele a agradece com um apelido carinhoso enquanto ainda olha para mim. - Esse é o Breno, né?

- Sim... - Ela responde. - O único do grupo que realmente entende de história.

- Muito prazer... - Tento cumprimentá-lo, mas sou logo interrompido por ele.

- Só não demora, porque se a mãe chegar quem se ferra sou eu. - Ele me ignora completamente e nitidamente demonstra só estar falando com ela.

- Fica tranquilo. - Ela responde me puxando pelo braço com leveza. - Coisa de 20 minutos, e a mãe só chega daqui duas horas.

Entramos no quarto e percebo que ela rapidamente trancou a porta com uma habilidade quase inaudível e se vira com agilidade para mim como quem estivesse ansiosa para me falar algo.

- Ele não gostou de mim... Seu irmão. - Falo com tédio enquanto sento em uma poltrona que por algum motivo estava ali no quarto.

- Ele é grosseiro assim mesmo. - Ela tira o minicasaco e me estende a mão como quem estivesse me pedindo para tirar meu cardigã.

- Ah, obrigado. - Realmente estava muito calor, então me levanto para tirar. - Então... O que queria mesmo me contar? Vim em uma pilha de ansiedade. - A entrego ao perguntar.

- Sabe o que é? (...) - Ela rodeia o quarto de um jeito assustador ao me olhar estranho.

- Vai menina. - Eu rio para descontrair, mas com certeza estou mais tenso do que imagino. - Conta logo.

- Eu sei que você e a Luana transaram no acampamento. - Puta que pariu? Será que a Luana contou?

- Quê? (...) - Vejo que ela abre a gaveta e começa a procurar algo. - Nada a ver. Por que tá dizendo isso? Tenho certeza que não me chamou para...

Neste momento sou interrompido pelo meu susto quando vejo que a Lídia tirou uma calcinha vermelha da gaveta e sento automaticamente outra vez na poltrona, mas desta vez por estar arrasado. Não sabia qual era a cor da calcinha que a Luana estava usando naquele dia, mas lembrei que deixei cair no rio e não achamos mais. Com certeza era aquela...

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Breno: Sexo é ArteOnde histórias criam vida. Descubra agora