Breno: Sexo é Arte

Acampamento: Que surpresa!

Quase ao anoitecer, chegamos todos ao ponto de encontro. Lá vi que o Lucas estava conversando com a Lídia espontaneamente e achei legal, afinal, talvez de alguma forma ele estivesse falando a verdade sobre a superação.

Nesta reunião foi decidido que, como de costume, todos os garotos iriam ficar no acampamento acendendo a fogueira enquanto as garotas iriam tomar banho no rio que ficava não muito longe dali. Na troca, proveriam lanches enquanto íamos tomar banho. Nunca gostei dessa ordem, pois sempre que chegava a nossa vez a água estava congelando. Isso normalmente acontecia pelo fato das garotas passarem muito tempo no banho.

Quando foram tomar banho, nós ficamos acendendo a fogueira e por incrível que pareça conseguimos fazê-lo em menos de 15 minutos! Digo ser pasmoso porque nas outras vezes, até quando estávamos com os anciãos da igreja, sempre demorávamos quase uma hora.

Estavam lá comigo: Tadeu, Lucas e Samuel. Samuel era o cara menos cristão do grupo, e todas às vezes que alguém iria ministrar uma pregação sucedia um jeito de ir embora. Era estranho e naquela época eu acatava que ele só ia para a igreja pelos louvores, já que tocava comigo na banda, entretanto mais tarde fiquei sabendo o real motivo, mas isso é história para outro conto...

Estávamos os quatro: Tadeu amofinado por estar incomodado com o fato do Lucas estar dividindo uma garrafa de vinho com o Samuel e eu tocando violão após ter bebido apenas uma taça. Lucas sempre foi muito "playboy" e por isso, sempre nos trazia as bebidas mais caras, mas eu sempre bebia moderadamente, já que sempre fui muito fraco para qualquer tipo de entorpecente. Lucas parecia um pouco preocupado, pois sempre ficava olhando para os lados, até que em um momento me chamou para pegar umas roupas que estavam na barraca onde ele e o Tadeu dormiriam. Os mosquitos já estavam atacando, por isso pensei que ele queria ir até lá pegar algumas camisas com manga longa já que nada havia sido especificado. Ao me aproximar, vi que a barraca - que era a maior de todas - estava um tanto afastada da fogueira, foi quando no meio do caminho ele me fez uma pergunta:

- Sobre o que conversaram? Você e Luana... - Ele parecia apressado.

- Quê? - Me faço de desentendido enquanto penso em algo ao me demonstrar distraído.

- Você e a Luana, sobre o que conversavam? - Ele para enfrente a barraca, então paro também.

- Estávamos conversando sobre as esquisitices do Tadeu. Você sabia que ele tem 3 gatos? - Eu sempre fui perito em mentiras, e ele sabia, mas no momento não pareceu entrever. Será que foi muito imprudente mentir na cara dura para o meu melhor amigo?

Ah! Ótimo! - Parece que funcionou. Ele se aproxima de mim com um olhar vitorioso e pressiona meus bíceps com as mãos enquanto me olha nos olhos e sorri.

- Por quê? - Pergunto com rapidez ao sentir um leve desconforto.

- Você pergunta demais, Breno... - Lucas cochicha e logo se aproxima de mim, me dando um selinho com os olhos fechados.

Sinto o aparado de seu bigode me furar e os dedos de sua mão me arrepiarem ao entrelaçarem na parte do meu cabelo que fica atrás da nuca enquanto seus lábios finos sugam levemente um som opaco e pálido da minha boca. Enquanto recebo esse beijo, penso comigo: "o que caralhos está acontecendo?". Pela primeira vez consegui sentir uma leve repulsa do meu melhor amigo. Nunca imaginei que haveria a chance de ele sentir esse tipo de atração por mim e, puta que pariu, em que fui me meter?

Continuo de olhos bem abertos enquanto ele se afasta lentamente ainda com os olhos fechados e, ao abri-los, me diz:

- Não quero que vocês se aproximem. - Fala isso com aquele olhar de psicopata como se explicasse o porquê do meu melhor amigo ter me beijado sem contexto algum.

- Lucas, eu... - ... congelei e não soube o que falar, mas, na verdade, queria dizer que não curti nenhum pouco o que aconteceu.

- Shhh - Ele põe o dedo indicador sobre a minha boca. - Não precisa falar nada, só... entra na cabana. - Então vai cegamente em direção a cabana, abre o zíper e entra, deixando-a aberta.

Ao olhar para os lados me dei conta de que eu estava muito fodido e certamente me meti em uma furada das grandes. Meu melhor amigo poderia estar se sentindo atraído por mim e eu precisava falar para ele que não era nada recíproco e nada daquilo me foi agradável.

Passei torno de um minuto por lá enquanto tentava digerir o acontecido, então fui decidido em busca da verdade, e quando abri o zíper e entrei na cabana, percebi que iria ser bem mais complicado processar o que veio depois. Meus músculos tencionaram e minha pupila dilatou na hora. Nunca imaginei que veria aquilo, não naquele lugar e/ou momento. Ao entrar na cabana me deparei com a Lídia de joelhos enquanto chupava loucamente o pau do Lucas! Ela não estava apenas chupando, mas parecia querer engolir a todo custo! Lembro como babava e se lambuzava ao saborear cada centímetro daquele monstro genital! Lucas parecia estar acostumado com tudo aquilo e isso me assustava, já que eu nunca tive uma experiência sexual significativa ou adequada. Sem sombra de dúvidas ficou mais do que comprovado que Lucas transava mais do que eu.

Enquanto eu ainda me encontrava paralisado em estado de choque, vi que ele sorria para mim e para a Lídia com um ar de "tudo do jeito que planejei", mas só pensava comigo: "Puta merda, que porra ainda está acontecendo?". O que foi mais estranho? Ver que meu melhor amigo estava sendo chupado pela garota que eu sonhava em pegar desde 2007, ou saber que meu amigo era louco já que me beijou 2 minutos antes de estar ali? Bem, eu já não estava entendo O PORQUÊ DE NÃO TER ACORDADO AINDA!!!!.

Quando menos esperei, a Lídia se manifestou ao me olhar nos olhos:

- Ei, Breno, por que está aí parado por tanto tempo? Vem aqui. - Vi que ela falava comigo enquanto masturbava o Lucas e isso me deixava estranhamente assustado.

- Gente... Que porra é essa? - Perguntei pausadamente enquanto dei um passo para trás.

- Wont, ele não quer brincar. - A Lídia parecia uma verdadeira puta ao falar isso em um tom ninfo-psicótico.

Os dois começaram a rir absurdos me fazendo perceber que estavam realmente eufóricos e extasiados com toda aquela situação. Mas meu susto era maior, então não pensei duas vezes e saí apressado da barraca, e por mais que penso que com a maturidade que tenho hoje é de se ter certeza que nunca faria isso outra vez, ainda não me arrependo do que fiz, pois, ao sair apressado dali, me deparei com Luana perto da fogueira e tudo ficou mais leve. Ver a Luana olhando para mim enquanto desensopava o cabelo com aquela toalha rosa me fez devanear, quis ali ter um controle com um botão de "loop" para que a transmissão daquela cena me fosse disponibilizada por mais outras centenas de vezes. Isso não era possível, por isso, quando voltei a realidade, não perdi tempo: peguei a taça de vinho da mão do Samuel - que resmunga bêbado - que ainda estava abancado sobre o cajón e na mesma hora fui até Luana e a puxei pela mão direcionando-a para perto de uma árvore onde ninguém pudesse nos ouvir, mas que, ao mesmo tempo, estava na visão de todos - os garotos que já estavam lá e as garotas que haviam chegado a pouco tempo - que estavam perto da fogueira.

- Luana, eu preciso falar com você. - Falo apressadamente ofegante em um tom um pouco alto. Eu não sabia o que estava fazendo, e isso me deixava mais assustado ainda.

- Quê? O que foi? Breno, respira... agora me diz, o que houve? - Ela tenta me acalmar e isso me faz perceber que ela estava curiosamente preocupada.

- Eu... - ... não digo nada, só viro a taça de uma vez e a vejo olhar para mim assustada

Eu queria contar para ela pelo menos o fato do Lucas ter me beijado, mas sei que nada disso seria viável! E ainda para piorar, quando menos espero, sou convocado pelo Tadeu que me chama desenfreado:

- Ei, Surfista? Vamo lá! Nossa vez! Chama o Lucas aí! - Ele grita e vai andando com o Samuel em DIREÇÃO A BARRACA!!?.

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