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      Era pra aquele ser um dos melhores dias da semana, mas como sempre algo relacionado ao trabalho de minha mãe estragava aquilo, eu já estava acostumada. Madison Moore, a melhor e mais bonita modelo de Los Angeles, era minha mãe, mas nunca tinha um tempo para mim, e para tentar compensar isso ela me dava tudo de mais caro, não era um problema para ela já que era uma das pessoas mais ricas da cidade também. Mas não era dinheiro ou presentes que eu queria, eu só queria um pouco de carinho vindo da parte dela, coisa que nunca tive.

— Com licença, senhorita Diana. — disse o mordomo entrando no meu quarto. — Sua mãe me mandou lhe dizer que infelizmente um trabalho de última hora apareceu e ela teve que comparecer, sinto muito mas ela não poderá sair com você hoje.

— Está bem, Jeremy, já me acostumei. — eu disse com o olhar fixados no chão. — Só queria que ela tivesse coragem para dizer isso diretamente a mim, nem que fosse por mensagem.

— Ah, Diana, você sabe que sua mãe é uma mulher muito ocupada, sempre foi. Mas isso não significa que ela não se importe com você.

— Não é isso que ela deixa transparecer. — senti meus olhos marejarem. — Obrigada pela mensagem, Jeremy, já pode ir.

— A senhorita tem certeza? Nós poderíamos fazer algo...

— Sim, tenho certeza, obrigada.

    Eu não costumava ser grossa com os empregados que trabalhavam na mansão, mas aquele era um assunto que mexia comigo, eu preferia ficar sozinha e chorar, como de costume. Minha mãe havia desmarcado nosso piquenique por causa de um trabalho, o único dia da semana em que ela geralmente separava para ficar comigo, já que nos outros ela ficava o dia inteiro ocupada por fazer seu trabalho como modelo e outras coisas. Não era a primeira vez que isso acontecia, mas sempre que ocorria eu me sentia super insignificante para minha própria mãe, e meu pai havia nos abandonado, nunca soube nada sobre ele, nas chances em que eu tinha de falar com minha mãe sobre, ela sempre mudava de assunto. As vezes me perguntava se ele seria capaz de me dar mais atenção do que minha mãe, mas não sabia ao menos se ele estava vivo.

    Uma lágrima escorreu em meu rosto e então percebi que não queria ficar deitada na minha cama como sempre fazia, tinha que fazer algo para tirar aquele sentimento de mim. Por que não sair de uma mansão escondida e ir perambular por Hollywood?

      Sair escondida da minha casa não era muito difícil, eu já tinha uma certa prática nisso, peguei uma mochila e coloquei coisas que achava importante, e depois fui em direção as escadas. A maioria dos empregados estavam sempre ocupados e eu já sabia os lugares onde eles não estaria, então cheguei na porta facilmente. Ao sair da minha a casa a vista que se tinha era do grande letreiro de Hollywood, a mansão ficava muito perto de lá, seria um ótimo lugar para um piquenique... não, eu não queria pensar nisso.

     Depois disso, comecei a andar em direção ao lugar sem casas, me aproximando cada vez mais do letreiro, a vista de lá era linda, fiquei observando por um bom tempo, tão focada que não notei quando duas mulheres se aproximavam do local. O medo começou a tomar conta de mim, aquele não era um lugar que visitantes costumavam vir.

— Nós podemos sentir o seu cheiro garota! E você possui um cheiro mais forte do que os outros. — Uma das mulheres falou, em um tom de voz áspero.

     Ok, agora sim eu estava assustada.

— Eu não sei o que a senhora quer dizer com isso, se me dão licença.. — eu tentei falar mas a outra mulher me interrompeu.

— Semideuses! Sempre se fazendo de tontos! Mas nós não somos, sabemos quem você é, e você não sairá viva daqui, filha de Zeus!

     Eu comecei a tremer, não fazia ideia do que aquelas mulheres estavam dizendo, pareciam loucas. Mas no instante seguinte eu passei a pensar que eu estava louca, as duas mulheres começaram a se transformar, suas mãos estavam virando garras e horrendas asas começaram a surgir em suas costas, em segundos as duas haviam virado uma espécie de monstro terrível.

     Meu corpo estava paralisado e na tentativa de me mover para trás, tropecei em uma pedra no chão e cai sentada, os dois monstros voaram em minha direção. Nesse momento eu tive certeza de que iria morrer, eu não tinha nada para me defender, e mesmo que tivesse não saberia como deter aquelas criaturas, uma delas estavam a centímetros de mim quando uma flecha surgiu voando acima de minha cabeça e acertou um dos monstros no peito, transformando-o em pó. Logo após, um garoto surgiu de trás de mim com uma espada, que por acaso era muito bonita, e cortou a outra criatura no meio.

Diana Moore e os Artefatos Mágicos ⚡Onde histórias criam vida. Descubra agora