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     Acordei no colo de Harvey com a forte ventania batendo contra meu rosto. Estávamos voando em Galaxy novamente, e eu não fazia ideia para onde.

     Me remexi um pouco e minha cabeça retomou os últimos acontecimentos.  Era difícil processar tudo o que tinha ocorrido naquele teatro assim, eu não me lembrava de mais nada depois de ter impedido Harvey de se descontrolar, provavelmente desmaiei e provavelmente Tristan me curou com sua magia também, porque eu não sentia nenhuma dor.

    O filho de Hades olha para mim, conferindo se eu realmente estava acordada.

    — Aleluia. — ele exclama. — Pensei que não ia acordar mais, loirinha.

    — Desde quando você me dá apelidos?

    — Desde de que você me salvou de ter mais um dos descontroles. Obrigada por isso, de verdade, Diana.

    — Pensei que você tinha me salvado ontem. — eu sorri e ele retribuiu o sorriso, fixando seus olhos em mim, talvez por tempo demais, porque eu comecei a ficar vermelha e olhei pra baixo. — Eu acho que você deveria olhar pra frente, não? É você que está "dirigindo", e eu não quero passar por mais uma experiência de quase morte.

    Ele solta uma risada irônica e volta a olhar para a frente, mas é claro que não podia deixar de fazer algo para me provocar, então ele passa um de seus braços ao redor de minha cintura. Eu odeio ele.

    Tentei olhar para baixo, ver algo que pudesse me dizer onde estávamos mas ainda era noite, e tudo no lugar era uma escuridão, então resolvi perguntar para Harvey.

     — Ah, aliás para onde é... — eu comecei a perguntar, mas fui interrompida por um grito vindo da frente, Tristan gritando o nome de Harvey.

     Eu não compreendi o que ele disse depois, mas claramente era um grito de desespero. Me virei na mesma hora para olhar para frente e pude ver algo no céu, porém não consegui decifrar exatamente o que era. Os dragões sofreram um impacto, como se tivessem batido contra algo, mesmo quando estávamos  a quilômetros do chão. E antes que pudéssemos raciocinar, começamos a despencar do céu.

     O universo só poderia estar de brincadeira com a minha cara, a minutos eu havia dito que não queria passar por uma experiência de quase morte de novo, e agora isso? Eu deveria ter ficado de boca fechada.

     Harvey me agarrou mais forte enquanto caiamos, atravessando as nuvens. Talvez no pânico eu tenha abraçado ele por impulso. Eu queria pensar em algo mas minha mente não parecia funcionar em um momento desesperador como aquele.

    Tristan estava despencando ao nosso lado e começou a gritar algo novamente, só que agora para mim.

    — DIANA!  Faz alguma coisa, você voa, caramba!

    Bem... eu disse que em momento de pânico eu não funcionava muito bem. Esqueci do detalhe que eu podia controlar o ar e voar, mas também, eu só tinha feito isso uma vez na minha vida, eles não podiam me culpar.

    Tentei afastar meu desespero e focar em meus poderes. Fechei meus olhos, e foi como se eu tivesse parado de ouvir os gritos e barulhos do exterior, como se eu tivesse adentrado um mundo só meu e de dentro dele eu puxei minhas forças para controlar o ar e fazer com que eu e os garotos voassem. Quando abri os olhos novamente foi como voltar para o mundo real, e graças aos Deuses tínhamos parado de cair. Olhei pra Tristan que agora suspirava de alívio.

     — Medo de morrer, peixinho? — Harvey pergunta ironicamente para ele.

     —  Morrer significa não poder viver ao lado de Annie mais, então sim, bastante. — Ele responde.

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⏰ Última atualização: Jan 22, 2022 ⏰

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Diana Moore e os Artefatos Mágicos ⚡Onde histórias criam vida. Descubra agora