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    Enquanto corríamos em direção a aonde quer que estávamos indo, eu tentava observar melhor o lugar e as pessoas, perto da floresta pude ver uma menina controlando a água do lago e ao seu lado, um cavalo alado lindo, percebi que esse lugar era mais mágico do que eu imaginava, nesse momento eu realmente desejava que aquilo não fosse um sonho.

    Quando chegamos mais perto das construções, pude interpretar melhor o que eram, se assemelhava muito à aquelas grandes e famosas universidade dos Estados Unidos, como Harvard, mas aquela parecia melhor e maior ainda, imaginei que esta era a EMU.

    Passamos por um grupo de meninas com asas, que olhavam em nossa direção com uma cara de desprezo, percebi que não eram fadas muito amigáveis como eu imaginava.

— Ah não, mais uma da espécie de semideuses para aguentarmos. — Disse uma das fadas revirando os olhos.

— Não ligue para o que elas falam, gostam de implicar com todo mundo, fadas. — Tristan resmungou e continuou andando.

    E então paramos em frente a uma enorme porta que também possuía o símbolo da escola. Annie a abriu e então foi possível ver enormes corredores cheios de pessoas e criaturas mágicas, a escola parecia uma diversidade de culturas, em um dos corredores a decoração se assemelhava a coisas gregas, em outro flores e plantas se estendiam pelas enormes paredes. Era confuso, mas lindo.

    Encostado em uma das paredes, percebi um garoto de cabelos negros e olhos verdes, rodeado por três garotas, me olhar de cima a baixo. Nesse momento, minhas bochechas estavam provavelmente vermelhas.

— Quem é aquele ali? — eu perguntei a Tristan direcionando meu olhar para o garoto na parede.

— Ah, aquele? — ele perguntou olhando na direção em que eu olhava. — Aquele é Harvey, Harvey Bennett. Ele é um semideus também, mas é um dos não tão amigáveis, se é que você me entende.

— Tristan, dê um desconto ao garoto, — Annie falou entrando na conversa— ele tem um passado bem trágico.

— A maioria de nós tem, mas não é por isso que sou mal humorado como ele. — Tristan disse

— Não compare sua tragédia com a dele. — Annie falou e voltou a andar.

— De quem ele é filho? — eu perguntei voltando o olhar para Tristan.

— Hades

— Ah, faz sentido.

    Eu não queria ficar fazendo muitas perguntas, mas fiquei bastante curiosa sobre aquele menino e seu passado, talvez mais tarde eu conseguisse descobrir mais sobre ele, mas agora não era uma boa hora.

— Acabei de perceber que não sabemos o seu nome. — Annie falou um pouco à frente de nós.

— É mesmo! Meu nome é Diana Moore. — Eu respondi dando um sorriso.

— É um prazer te conhecer Diana. — Tristan disse .

    Andamos pelos corredores até chegarmos em outra porta, onde estava escrito: " Sala do Diretor – Semideuses ", Annie bateu na porta e então ela se abriu magicamente, eu imagino, pois não havia ninguém atrás da porta e sim um homem que do tronco para baixo possuía um corpo de cavalo, um centauro eu imagino, que estava atrás de uma mesa.

— Com licença, senhor Pholos, — Annie começou falando. — Desculpa o incômodo, mas encontramos essa garota, ela estava sendo atacada por duas fúrias perto da entrada da caverna, achamos que ela é uma meio-sangue também.

— Ah, que ótimo! Mais uma — ele disse em um tom de desinteresse. — Já foi reclamada? Porque ela parece já ser velha.

— Não, senhor, ela não sabia de nada, mas as fúrias a chamaram de filha de Zeus.

    De um minuto para o outro o olhar do centauro passou de tédio para espanto.

O que? — Pholos gritou. — Impossível! Ela devia estar morta!

— Ah, obrigada, isso é muito tranquilizador, senhor. — eu disse

— Eu sabia que Zeus havia tido uma criança anos a trás, mas uma filha de Zeus nunca viveria todo esse tempo sem saber que é uma meio-sangue e ainda por cima sozinha, eu já tinha certeza de que você estaria morta. — Pholos argumentou. — Você nunca foi atacada por nenhum monstro? Quantos anos você tem?

— Eu nem acreditava na existência de deuses, nunca foi atacada por nada, até hoje. E eu tenho 15 anos, senhor.

— Como é que isso é possível? — Pholos disse enquanto andava de um lado para o outro. — Vocês tem certeza de que ninguém cuidava dela? Alguém de nosso mundo, não sei

— Quando a encontramos, ela estava sozinha, então acho que não. — Tristan falou para Pholos.

— Eu sempre vivi sozinha, minha mãe nunca tem tempo para mim, então não, nunca tive ninguém cuidando de mim, além dos empregados da mansão.— eu disse me lembrando da minha infância.

— Pera ai, você mora numa mansão? — Tristan perguntou olhando para mim incrédulo.

— Tristan, cale a boca, isso não importa agora. — Annie disse.

— Garota, nunca nada de estranho aconteceu com você? Você tem tendência a ser uma das semideusas mais poderosas que já existiu, não é possível que nessa idade seus poderes já não tenha aparecido. — Pholos disse.

— Bem... — eu disse me lembrando de um terrível episódio da minha vida.— Houve uma vez que eu estava muito irritada, por conta da minha mãe como sempre, e resolvi ir para fora tomar um ar, e meu cachorrinho me seguiu, infelizmente, eu não sei como mas, um raio surgiu do nada no céu e o acertou, poderia ter me acertado já que eu estava do lado, mas não, acertou ele, eu chorei por muito tempo... Você está dizendo que eu causei aquele raio?

— Não acredito! Você também matou seu bicho de estimação? — Tristan perguntou parecendo mais animado do que deveria. — Eu matei meu hamster afogado sem querer. — Seu rosto ficou triste ao se lembrar disso.

— Ah, pelo amor dos Deuses, Tristan ,cale a boca. — Pholos falou um pouco irritado. — E sim garota, provavelmente foi você que causou aquele raio, sinto lhe informar.

    Ele não parecia muito sentido em informar aquilo, parecia ser mais um evento comum causado por semideuses descontrolados. Mas eu estava triste, meu cachorrinho havia morrido por minha causa. 

Pholos estava preste a dizer algo quando ouviu o sino tocar.

— Ah, mais tarde terminamos essa conversa, agora vão, vocês já estão atrasados. — Pholos resmungou.

Já estávamos saindo da sala do diretor quando ele fez outra pergunta.

— Espere, como é que vocês dois acharam ela fora dos limites da escola? Por acaso haviam saído?

— Como o senhor disse, estamos atrasados, depois nós explicamos. — Annie respondeu dando um sorriso que transmitia desespero.

E então os dois me arrastaram para fora da sala um pouco desesperados.

Diana Moore e os Artefatos Mágicos ⚡Onde histórias criam vida. Descubra agora