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Entrar na biblioteca novamente não deixou de me encantar, acho que eu poderia entrar ali centenas de vezes e sempre ficaria maravilhada, aquele lugar parecia ser infinito, não era nem possível visualizar o final de tudo aquilo. Me perguntava como os alunos conseguiam encontrar os livros que queriam dentre tudo aquilo, deveria haver alguma magia para isso também.

Annie começou a caminhar pelo corredor da biblioteca, observando com atenção as estantes, e nós a seguimos. Quando chegamos no que parecia uma seção direcionada aos Deuses, Annie parou e caminhou em uma das divisórias daquela parte, onde ficamos entre duas estantes. No meio havia duas mesas, igual ao resto das estantes da biblioteca.

Ela inspecionou a grande janela na parede, e passando a mão pelo vidro, Annie fechou os olhos e quando parou sua mão em um ponto fixo começou a dizer palavras, as quais eu não tinha ideia do significado. Se eu já não tivesse visto todo tipo de coisa que vi nas últimas horas, diria que ela estava fazendo algum tipo de bruxaria.

— Arcana Revelant. — ela disse com um tom de voz mais confiante.

A imagem da janela que estávamos vendo tremeluziu, e em um instante uma porta tomou o lugar da vidraça. Era igual às portas de um castelo na época medieval, no estilo Gótico, de madeira e com detalhes em preto.

— Desde quando você faz essas coisas, amor? —Tristan perguntou, assustado.

— Filhos de Atena possuem alguns segredos. — Annie respondeu e depois olhou para Harvey com um olhar mais triste.

Harvey desviou o olhar para baixo. Eu não sabia o que, mas eles pareciam ter uma história mais longa juntos, fato que me deixava curiosa, era como se eles já tivessem sido amigos.

Annie abriu a porta e fez um sinal para que entrássemos, ao entrar tivemos acesso a um túnel, caminhamos por ele e Annie fechou a porta atrás de nós. Era possível ver uma luz vindo do final do túnel, e foi para lá que seguimos. No final, uma outra biblioteca se revelou, era menor, mais estreita e mais sombria, pelas estantes, escadas frágeis e algumas correntes se espalhavam. Era muito diferente da biblioteca que estávamos minutos atrás, mas impressionante também.

— Tem uma biblioteca escondida na biblioteca? — Tristan questionou observando o local.

— Essa é uma biblioteca secreta, ou proibida como alguns chamam. — Annie explicou.

— Proibida? Annie você não era assim. — Harvey provocou.

— Ah, cale a boca. — Annie soltou um riso. — Aqui ficam livros com informações que os professores e Deuses não querem que nós fiquemos sabendo, informações secretas.

— Uau, isso é incrível! Vamos conseguir informações sobre os artefatos aqui? — Questionei.

— Sim, eu li sobre aqui, só preciso lembrar aonde.

Ela saiu andando pelo local tão rápido que nem pudemos acompanhá-la, então ficamos analisando os livros das estantes enquanto Annie não voltava.

Guia de Magia das Trevas. — Tristan leu. — Eu hein, esses livros são estranhos, passam uma vibe Harvey Bennett.

— Fica quieto, pequena sereia. — Harvey caçoou.

— Ai, não dá com vocês dois. — eu comecei a rir.

Harvey deu um sorriso de lado e Tristan revirou os olhos. Nossa diversão não durou muito, ouvimos Annie gritar de alguma parte da biblioteca.

— Achei! — ela gritou. — Venham aqui.

Seguimos o som da voz de Annie até encontramos ela, que estava descendo de uma das velhas escadas com dois livros em mãos. Ela entregou para mim, os livros tinham capas simples, eram pretas e com títulos em dourado. Um dizia "Os Grandes Artefatos Mágicos" e o outro "Os Artefatos Perdidos". Ao segurar eles, uma espécie de arrepio percorreu o meu corpo, mas por incrível que pareça, aquilo me encorajou.

— Isso de faíscas percorrerem seus olhos como raios, é um bom sinal? — Tristan perguntou.

— Sim, é o poder e a coragem dela se manifestando. — Harvey respondeu dando um sorriso.

— É, mas agora é melhor irmos, antes que deem falta de nós. Não vai ser muito legal nos acharem aqui. — Annie avisou. — Levem os livros com cuidado e leiam depois, é melhor irem para o dormitório de algum de vocês e lá planejem algo e também vejam o que acham nos livros.

Todos nós olhamos para Harvey ao mesmo tempo, o que fez com que ele fizesse uma careta ao entender nossa intenção.

— Ah não, por que no meu dormitório? — Ele suspirou.

— Ajuda no clima sombrio da história, sabe. — Tristan provocou.

— Juro, eu estou me segurando muito para não xingar você aqui, parente da Ariel.

— Já deu vocês dois, vamos. — eu adverti.

Passamos mais uma vez pelo túnel e depois de dizer as mesmas palavras Annie abriu novamente a porta mágica e nós saímos. Para nossa sorte, ninguém estava na biblioteca naquele momento para ver quatro adolescentes saindo de dentro da parede, uma coisa bem comum.

Eu tentei esconder os livros em meus braços enquanto caminhávamos em direção ao dormitório de Harvey, que por acaso era do lado do meu. Annie disse que não poderia vir com a gente pois tinha assuntos de coordenadora para tratar. Então somente eu, Harvey e Tristan continuamos em direção ao quarto.

Diana Moore e os Artefatos Mágicos ⚡Onde histórias criam vida. Descubra agora