Ten

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                               Hipocrisia

Sentir os lábios dela nos meus, me beijando lentamente me fez sentir algo tão bom, uma sensação de que ela era a pessoa que eu iria passar o resto de minha vida, simplesmente esquecemos que estávamos em uma praça, apenas vivemos tudo o que estávamos sentindo, era como uma bolha aonde nada mais importava apenas eu e ela, após nossos lábios se separarem, sinto borboletas no meu estômago, eu não conseguia pensar em mais nada pois estava presa àquele beijo, agora eu sabia que a única coisa que eu queria era poder continuar beijando ela.

- Ei Carol, fala alguma coisa... - Day fala chamando minha atenção, acabo percebendo que estava com uma cara de idiota.

- Desculpa, eu estou me sentindo uma boba, não sei como reagir.

- Você não gostou do beijo foi isso? - Ela me olhava seriamente e seu olhar me congelou por alguns segundos.

- Da onde você tirou isso? Eu adorei. - Tentei a minimizar a situação. - Eu só... Não consigo acreditar que isso é real, que isso não é um sonho e que minha mente está me pregando uma peça, até porque vivo com essas "peças" desde pequena.

Ela ainda me olhava seriamente, e novamente ela me beijou, um pouco mais rápido do que a primeira vez.

- Isso ainda parece um sonho? - Ela parecia mais tranquila mas agora ela parecia demonstrar medo.

- Claramente não. - Ri contendo o nervosismo. - Day, desculpa por tudo, de verdade, não queria causar toda essa confusão entre você e eu, eu gosto de você, sinto uma ligação muito forte, não sei se com você é assim também. - Ela só afirmando com a cabeça e soltou um "sim" baixo, quase inaudível. - Acredito que no momento você não quer nada sério e eu entendo, até porque aconteceu muitas coisas em sua vida recentemente, e eu também acho melhor por enquanto irmos de vagar, sei lá ser amizade colorida ou algo do tipo se você concordar é claro.

- Assim, em relação a se envolver no momento é algo que não estou preparada ainda, não é o momento sabe, eu concordo em relação a ter essa "amizade colorida", eu só espero não te magoar com alguma atitude minha, e no momento não tenho interesse em ninguém a não ser você. - Quando ouvi essa frase saindo da boca dela, eu mentalizei fogos de artifício sendo soltos por mim, junto com uma música clássica do Queen "We Are The Champions", mas logo percebi que ela ficou quieta esperando eu falar algo.

- É... vegetei aqui desculpa. - Eu parecia uma idiota olhando para ela sem saber o que falar. - Você vai querer sair para algum lugar ou vai querer ir embora?

- Você está com fome?

- Oi? - Essa pergunta foi tão aleatória que meu cérebro deu erro, a famosa tela azul dos PCs antigos.

- É, fome, sabe quando sua barriga ronca e você sente vontade de comer algo. - Riu tentando não parecer grossa e fez gestos com a mão sobre a barriga. - É que eu tô com fome e tava pensando em procurar algum carrinho de cachorro quente, se você gostar de cachorro quente é claro, eu pago se você não tiver trazido dinheiro. - Ela levantou rápido e me deu sua mão me ajudando a levantar do balanço.

Eu e Day não demoramos muito para comer e ir embora, ela disse que me levaria até a porta da minha casa mesmo ela morando quase de frente para a mesma. Estávamos em frente à minha casa e eu dei apenas um abraço nela para me despedir e agradeçi por ela aceitar o meu pedido de ir conversar, eu ia me virar para abrir a porta mas sinto sua mão me puxar pela cintura colando nossos corpos.

- Day. - Falei seu nome já ofegante. - Agora não. - Apontei para a porta com a cabeça e ela ouviu minha mãe falando alto com alguém e até parecia estar se aproximando da porta.

- Tudo bem, quem sabe na próxima. - Quando ela ia beijar minha bochecha para se despedir a porta se abriu e não deu tempo dela se afastar, me virei tão brutalmente que sem querer dei uma cotovelada nela, minha mãe me encarava séria e seu olhar transmitia um ar frio. - É... Tchau Carol, até qualquer dia. - Ouvi os passos apressados da Day atrás de mim se afastando.

- CAROLINE DOS REIS BIAZIN VOCÊ PODE ME DIZER O QUE FOI ISSO ? - Ela gritou tão alto que acredito que a Day deveria ter escutado, mas por um momento esqueci que tinha alguém atrás dela, era um homem forte, e na sua mão direita segurava uma coqueteleira que ainda continha um pouco de resido dentro, a única coisa que eu queria entender é quem era esse homem, ele não parecia ser um funcionário de academia fazendo alguma avaliação ou algum personal trainer, já que ele não estava vestido com nenhum uniforme de academia ou algo assim.

- Não foi nada ok, agora você pode me dar licença? - Eu nem esperei a resposta dela e já comecei a entrar empurrando o corpo dela com o meu, eu sabia que dali só ia sair coisas fúteis e desnecessárias.

Eu subi as escadas já entendendo que aquele homem era o amante da minha mãe, eu só queria entender o que levaria ela a fazer isso, a trair meu pai, ela sempre teve tudo o que queria, roupas de grifes que custam o olho da cara, relógios, brincos de ouro, tudo que ela tem hoje é pelo trabalho do meu pai. Peguei meu celular e mandei mensagem para a Day pedindo desculpas novamente só que dessa vez pelo ocorrido de poucos minutos atrás.

Mensagem on

- Não consigo acreditar que ela é tão naja e cara de pau ao ponto de fazer isso com o meu pai que a ama tanto.

- Sua mãe é realmente nojenta, e pelo jeito ama mais o dinheiro que qualquer coisa, ela só não se separa do seu pai porque sabe que não vai ter mais tudo isso.

Eu e ela nós falamos mais um pouco até que escuto alguém bater na porta, apenas gritei um entre mas logo me arrependi, minha mãe estava com uma taça em suas mãos, não parecia estar bêbada ainda.

- Caroline iremos conversar sério agora. - Sua voz saiu tão fria que me congelou da cabeça aos pés. - Você está namorando uma mulher? Você sabe o quão nojento isso é? Cria vergonha na cara e vai arranjar um homem, ele sim vai te satisfazer. - Ela me pegou desprevenida e parecia me esfaquear com as palavras, ela conseguia ser nojenta mas eu tinha cartas na manga.

- Arranjar um "homem" igual aquele que você arranjou? - Ri debochando dela. - Você realmente é nojenta, não venha querer dar uma de mãe agora se é que poderia chamar você de mãe, você nem ama o papai, você ama o dinheiro, o laser, você é escrota mulher, não queira vir falar essas coisas como se fossem tão horríveis quanto as coisas que você faz, eu não chego nem perto de você.

Eu escutei o taça se estilhaçar atrás de mim e logo vi ela vindo em minha direção me dando um tapa forte e ardido no rosto, eu ri novamente em tom debochado e ela se afastou de mim.

- Você é horrível, não consegue nem fazer o papel de mãe e de esposa, olha no que você se transformou. - Eu cuspia as palavras com prazer na cara dela.

- Cala a boca Caroline, CALA A BOCA. - Ela gritava como se fosse me impedir de dizer algo, mas quando eu ia voltar a falar escutei a voz do meu pai perguntando o que estava havendo ali.

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Voltei povo bonito, e como poderam ver teve fogo no parquinho.

E a Day nem pra ser cavalheira e pagar o dog da Carol kkkkkk

Até a próxima.

Xoxo

A Garota do Fim Da RuaOnde histórias criam vida. Descubra agora