Ainda Não É O Momento
O silêncio se estalou, meu pai ainda estáva parado na porta e a minha mãe, bem, me encarava como se fosse me matar ali mesmo.
- Anda, alguém poderia me falar o que está acontecendo e o porquê da gritaria. - Meu pai ainda estáva na porta com os braços cruzados e com uma cara nada boa.
Eu posso estar explodindo de raiva mas ainda vou guardar mais um pouco o podre da minha mãe, se eu não falar nada ela também não vai, a mesma se levantou e falou algo no ouvido do meu pai e saiu do quarto tão plena quanto entrou nele.
- Você também não vai dizer nada Carol? Eu só quero tentar entender o que aconteceu aqui, vocês nunca brigaram a esse ponto, eu quero ajudar, mas se você não falar eu não vou poder fazer nada. - Ele falou preocupado e com uma cara de decepcionado, eu amo ele mas não vou fazer isso agora, sei que é errado, sei que deveria falar independente do que a naja fez, não quero magoalo, eu nem sei ao menos como contar.
- Apenas uma discussão idiota pai, nada que tenha que se preocupar. - Ele me encarava, sabia que eu estáva mentindo, mas o mesmo é do tipo de pessoa que não insiste no assunto quando alguém não quer falar.
- Apesar de não parecer uma discussão idiota, até porque tem um taça quebrada ali, eu não vou insistir, você é teimosa e quando não quer falar algo você não fala, mas caso queira falar o que realmente aconteceu é só vir até a mim. - Ele entrou no quarto e se sentou a minha frente. - Eu te amo minha filha, e se eu precisar escolher entre você e a sua mãe, eu vou te escolher, posso arranjar várias mulheres mas nunca vou ter outra filha como você. - Ele me abraçou me dando um abraço calmo e confortante, eu juro que tentei conter, mas uma lágrima caiu, eu apenas esfreguei o rosto na camisa dele tentando limpar a lágrima.
Ele não me esperou falar, só se levantou deixando um beijo na minha testa e saiu do quarto, talvez indo para seu escritório ou indo comer algo, peguei meu celular e vi que tinha algumas mensagens da Day perguntando se tinha acontecido algo, já que não respondi mais ela e nem falei nada dizendo que estava indo fazer alguma coisa, eu apenas respondi com um "Posso ir pra sua casa? Conto tudo quando chegar ai" ela apenas mandou um "Ok".
Eu nem tomei banho, apenas troquei de roupa e sai sem dizer nada para ninguém, não queria ver a cara da minha mãe, sei que ela estaria com meu pai em algum comodo da casa, eu saí andando tão rápido da casa que nem percebi que já estava na porta da casa da Day, a ansiedade me preencheu junto de seu fiel companheiro o nervosismo. Toquei a campainha antes que ela me visse parada ali em sua porta como uma doida ou alguma stalker, ela demorou alguns minutos antes de abrir a porta, achei até que ela tinha esquecido que eu viria.
- Oi novamente. - Eu só consegui dizer isso antes de abraça-lá, parecia que eu só precisava daquilo para me recompor, esquecer tudo o que tinha acabado de acontecer, mas não fugiria desse assunto tão fácil já que teria que falar sobre para ela.
- Tá tudo bem Baby? - Day e seus apelidos que eu amo. - Vem, entra antes que sei lá, por coincidência sua mãe saia na porta de sua casa e veja você comigo e venha fazer barraco na frente da minha casa.
Eu concordei com a cabeça e apenas entrei me permanecendo em silêncio, só consegui reparar no quanto a casa era a cara dela, móveis pretos com paredes cinzas, perfeito e tão aconchegante, ela me levou até o sofá e me olhou como se estivesse dizendo que agora eu poderia falar, respirei fundo e pesado, começando a falar tudo que havia acontecido, ela ouviu tudo com atenção sem desviar seu olhar de mim.
- Eu não sei o que fazer agora, se meu pai descobrir sobre a traição da minha mãe e souber que eu sei e não falei nada para ele, vou magoalo tanto, não quero isso, ele é a única pessoa que eu tenho na minha família que eu possa confiar. - Eu me deitei de qualquer jeito no corpo dela a abraçando, logo senti seus braços em volta de mim.
- Carol eu não tenho nenhuma ideia, se você falar agora para ele sua mãe também vai falar sobre o ocorrido mesmo não tendo "nada de mais" isso pode magoar ele duas vezes mais, o que você poderia fazer é começar a jogar verdes como, "Pai o que você acha sobre traição?" Ou caso seja sobre sua sexualidade "Pai você tem algo contra pessoas Gays ou Lésbicas" sei que do jeito que falei ficou horrível, mas fazer coisas desse tipo. - Senti ela me apertar mais contra seu corpo, e ouviu seu coração bater descontroladamente e sua respiração mais pesada, mas logo me soltei dos braços dela.
- É uma boa opção, só espero que ele não desconfie de nada. - Ela apenas afirmou com a cabeça. - Day.... Eu posso dormir aqui hoje? No momento não estou a fim de ficar em casa e já está tarde mesmo, se não for muito abuso, na real eu sei que é, posso tomar banho aqui também? - Ri nervosamente. - O problema é que eu não tenho roupa para dormir. - Tá talvez eu estivesse abusando de mais, mas a gente não é amiga agora? Amigas fazem isso não fazem?
- É um pouco de abuso mas não tem problema, eu gosto desse abuso. - Ela me olhou maliciosa? Eu só posso estar louca. - Eu te empresto alguma camiseta minha de dormir e alguma peça íntima nova ou se quiser ficar sem nada por baixo da camiseta não tem problema também. - Ela riu, mas que cara de pau, não imaginava uma Dayane assim.
- Tá engraçadinha ela, mas sim eu aceito algo para vestir por baixo da camiseta, sua tarada. - Dei um leve soquinho em seu braço, a mesma fez biquinho colocando a mão sobre o local aonde "soquei".
- Tudo bem, você venceu, só que você vai dormir no chão. - Eu só me perguntei porque no chão, ela não tem cama de casal não?
- Por que? Sua cama é de solteiro é? Não me incomodo de dormir em cima de você. - Eu realmente não estava levando na malícia, mas já a Day parecia um leão tentando convencer sua presa a algo.
- Claro que é de casal, mas eu não me responsabilizo pelas mãos bobas da minha parte. - Sorriu novamente com malícia.
- Cala a boca Day. - Falei rindo. - Me da logo as roupas e me mostra aonde fica o banheiro, estou com sono e cansada. - Fiz biquinho e os olhos do gato de botas do Shrek, sempre funcionava e dessa vez não foi diferente, ela fez um sinal em rendição com as mãos e se levantou me guiando até o seu quarto e depois para o banheiro.
O banho foi quente e relaxante, quando sai do banheiro e fui para o quarto, Day já estava dormindo ou estava apenas fingindo, deixei minhas roupas dobradas no criado mudo e apaguei as luzes, logo em seguida indo deitar ao lado daquela mulher, eu não sei se acabei a acordando mas senti ela se mechendo na cama e passar um de seus braços pela minha cintura, me puxando para mais perto de seu corpo fazendo uma conchinha perfeita e confortável, assim nessa posição acabei dormindo.
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Talvez eu volte amanhã com outro capítulo, ainda não sei.
Tchauzinho povo bonito, até a próxima.
Xoxo
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A Garota do Fim Da Rua
FanfictionAs coisas podem mudar da noite para o dia certo? Mas Carol não imaginava que iria ser no literal, e ainda teria que aguentar uma mãe que só sabe dar valor para o luxo. (Autoral) •Feito: 2019 •Editado: 2020 •Concluído: xxxx