𝐏𝐄𝐓𝐄𝐑 𝐏𝐀𝐑𝐊𝐄𝐑

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boa leitura

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    Não éramos bons um para o outro

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    Não éramos bons um para o outro. Na verdade, nunca fomos, e eu sabia disso. Ele também. Éramos como um furacão, trazendo apenas dor e sofrimento. No final, corpos colados e gemidos soltos ao ar eram nossa forma de perdão, mas isso era como a morte para mim. Eu me sentia sem forças. Como disse, aos poucos eu estava morrendo por dentro, cada vez mais presa a um relacionamento estranho, repleto de brigas e sexo. Eu precisava me livrar disso. Precisava livrar Peter disso, de nós. Se é que isso que temos pode ser considerado um "nós". Agora que consigo ver claramente o que estamos fazendo um ao outro, não vejo mais nós dois juntos. Eu preciso ir embora.

Meus passos são calmos, firmes. Decidida em minhas próprias ações, atravessei a rua tão familiar para mim e parei na portaria do grande prédio entre as milhares de ruas movimentadas de Nova York.

── Bom dia, senhor Boden. ─ Cumprimentei o gentil senhor da portaria.

── Senhorita Athena, bom te ver por aqui. ─ Respondeu ele, de forma calma e doce. ─ Tenha um bom dia, menina.

Sorri em agradecimento e, assim que a porta do elevador se fechou, meu sorriso desapareceu, e meus pensamentos se voltaram diretamente para Peter. Eu não me sentia confusa, perdida em mim mesma quando pensava no que iria falar. Tampouco imaginei outros cenários ou tentativas de diálogo. Eu estava firme no que estava para acontecer.

Com passos calmos e a mente vazia, cheguei até a grande porta de madeira escura com os números "221" pendurados, que eu tanto conhecia que poderia descrever todo o cenário de trás para frente. Uma batida, duas, três, e logo a movimentação chamou minha atenção.

Se fosse em outro momento, eu acharia adorável ver Peter Parker com os cabelos bagunçados e o rosto inchado de sono. Sorri minimamente.

── Precisamos conversar. ─ Eu não queria enrolar, nem dar a impressão de que me renderia mais uma vez aos nossos momentos.

── Hm... sim, é claro, entre. ─ Coitado. Peguei ele totalmente desprevenido.

Esperei ele despertar por completo, jogar uma água no rosto, escovar os dentes e passar um café. Sim, iríamos precisar de muita energia, e uma boa xícara quente de cafeína em meu sistema seria um ponto positivo para minha visita inesperada.

Silêncio.

Mais silêncio.

E agora, apenas o som do café sendo despejado na xícara.

── Sobre o que você quer conversar?

── Sobre nós. ─ Se é que isso ainda pode ser chamado assim. ─ Eu preciso falar sobre nós.

Peter apenas me olhou atentamente, provavelmente tentando decifrar o que estava acontecendo ou o que eu queria naquele momento. Tomei um longo gole de café, sentindo meu corpo se aquecer com o líquido quente. Eu amo essa sensação.

𝐒𝐏𝐈𝐃𝐄𝐑𝐌𝐀𝐍, 𝗍𝗈𝗆 𝗁𝗈𝗅𝗅𝖺𝗇𝖽Onde histórias criam vida. Descubra agora