Chapter 1

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ׂ  Notas Iniciais:
Estou de volta com mais um capítulo. Este não é meu preferido, e pelo contrário, me deixa insegura, então perdoem quaisquer erros ocasionais. Uma boa leitura, e por favor, em caso de críticas a respeito, sintam-se à vontade.

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O céu negro de Asgard foi cenário de um vislumbre tão rápido que era imperceptível à olho humano, e o estrondo sônico afetou a audição dos combatentes que ainda estavam no campo de batalha.

- Kal, eu não poderia pensar em... - O esforço para verbalizar seus pensamentos era grande, mas parecia que a qualquer momento ela se afogaria em seu próprio sangue, sufocando.

- Diana, por favor. - O pedido era irracional, assim como tudo que parecia o envolver agora. Em mil anos de luta incessável, o kryptoniano nunca havia visto sua companheira em estado parecido, e naquele momento, ele estava perdendo completamente a compostura.

O sorriso da amazona era manchado de sangue, que escorria pelas bordas dos lábios voluptuosos que tinham estado contra os de seu amante na noite anterior. Pousando em frente à tenda destinada aos feridos, Kal adentrou, sentindo os olhares assustados seguirem seus passos até uma das macas. Os soldados e os civis não estavam acostumados a ver seus deuses maiores em um estado tão grave e toda aquela tintura escarlate que manchava a pele de seu general, manteve todos em estado de alerta.

- Você precisa cauterizar. - Diana ofegou, segurando a pele de animal entre seus dedos.

- Eu não posso fazer isso, vai te machucar.

- Kal, por favor... Eu estou ficando fraca, a perda... O sangue, você precisa. - Embora sem nexo, e sentido, ele pôde compreender o que era necessário.

Em todos seus anos lidando com batalhas e feridos, Kal nunca se sentiu tão reativo. Sua mente flutuava em desgosto, enquanto suas mãos trêmulas viraram o corpo já inconsciente, afastando o que restara da armadura. Tomando uma respiração profunda, ele se deixou romper, desejando que os picos de consciência dela não se dessem naquele momento. As pupilas dilatadas, deram lugar a coloração avermelhada que previram o laser que deslizou pelas costas da guerreira, desde sua nuca, até as ancas. O odor de carne queimada inundou suas narinas, o deixando nauseado. Em um estalo, os líderes da tenda médica pareceram voltar a si, trazendo consigo alguns remédios próprios de curandeiros e faixas higienizadas para manter a ferida coberta.

Minutos se passaram, segundos se arrastando como malditas horas, mas seus olhos azuis não se desafixaram do rosto pálido e adormecido. Mais e mais feridos chegavam à tenda e os gritos de dor levavam Kal à um nível inadvertido de agonia. Tomando consigo as poções, e o corpo de sua amiga com todo o cuidado possível de se imaginar do Homem de Aço, ele fez seu caminho de volta à sua tenda, à tenda deles. Paz. Era do que ele precisava, do que Diana precisava para se recuperar. E foi ali, sentado no chão aos pés da cama que havia sido testemunha do amor que eles compartilharam apenas horas atrás, mantendo a mão consideravelmente menor e mais delicada que a sua entre seus dedos, que Kal abdicou de seu ceticismo, e orou. Orou para todos e qualquer deus que pudesse ouvi-lo. Ele rogou à Rao, o deus de seu planeta morto, rogou aos Olímpicos, deuses de sua mulher, rogou à Odin e até mesmo à Thor, implorando que ele o ouvisse de Valhalla.

Ele não soube contabilizar quanto tempo havia se passado, ainda que quisesse, o tempo em Asgard era completamente diferente e mesmo após um milênio inteiro, ele ainda não havia se habituado. No entanto, os gritos que ecoavam do lado de fora haviam chamado sua atenção, e o retirado de seu sono. Olhando para Diana enquanto se levantava, ele pôde perceber que ela não parecia mais assim tão pálida, e sua respiração e batimentos estavam mais regulados. Sufocando um suspiro aliviado, ele ouviu seus capitães chamarem à porta. Antes de partir, se reclinou sobre a cama, sua mão tomando a nuca da mulher ainda adormecida. Quando sua canhota abriu o pequeno pote de porção, ele a ofereceu mais um pouco do líquido viscoso, antes de o devolver ao pequeno apoio ao lado, um beijo sobre a testa gélida antes de a acomodar de volta a cama. Carregando consigo o Mjölnir, seus lábios encontraram a testa gélida de Diana, puxando a coberta por sobre seus ombros, antes de sair.

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