Depois de viver o conto de fadas perfeito, Lola se vê obrigada a abandonar o emprego pelo qual tanto lutou por conta de um amor que não previu ser tão intenso. Scenery vem contar a continuação da história de Taehyung e Lola depois de se apaixonarem...
Abriu bem os dedos, espalmando a própria mão contra a mão pequena de Lola e a virou para que admirasse o contraste da pele dela com a pedra do anel. Soltou um riso grave para si mesmo e sem poder se conter, deixou o sorriso dominar seu rosto. Sentia todo o corpo sorrindo junto, mesmo sem saber descrever apropriadamente a felicidade que estava sentindo. Nunca achou que uma palavra tão pequena como 네* pudesse mudar tanto sua vida e torná-la tão colorida de repente.
— O que foi que você disse mesmo? - perguntou afastando o rosto que estava apoiado na cabeça dela, ambos encostados no sofá grande de uma das salas de estar da casa.
— Que horas?
— Agora, vinte minutos atrás...
— Você diz quando me pediu em casamento? — Lola sorriu e puxou a mão para si, admirando a aliança em seu dedo. A pedra – imensa – branca e o ouro rosado fazendo um contraste bonito com o tom de sua pele, brilhando ainda por causa dos momentos que passaram tomando sol no jardim. O anel tinha tiras de ouro rosé que se entrelaçavam como um ramo de uma planta qualquer, fechando-se e contorcendo-se entre si até encontrarem a pedra incrustada no meio. Tão grande e tão brilhante que ela tinha certeza que era um reflexo de alguma estrela.
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— Qual foi a palavra mesmo? — ele tornou a perguntar.
— Sim...?
— Essa! De novo!
— Sim! Yes! 네! Oui! Si! — deu risada e se virou na direção dele. Sentia-se a mulher mais feliz do mundo. E a mais brega também, mas não conseguia evitar de sorrir toda boba.
Quando tinha aberto a porta do quarto e ligado o interruptor de luz, deu de cara com um cenário de filme. Do tipo mais meloso, que ela e Julia assistiam repetidas vezes, quando se sentiam carentes. Havia um retrato enorme, mostrando muitas pessoas, mas o foco estava em Taehyung e nela, se olhando de longe, numa declaração de amor tão explicita que era uma surpresa ninguém que viveu a cena ter percebido. Estavam fazendo um sinal que só eles entendiam. Ele com uma sobrancelha arqueada e um sorriso ladino, olhando-a por cima do ombro. Ela com a sobrancelha igualmente arqueada, as mãos segurando o cabelo no alto só porque sabia que ele amava a visão de seu pescoço nu.
Qualquer um que visse aquela foto entenderia que acontecia alguma coisa entre os dois, mesmo tão fisicamente longe um do outro. Junto com o retrato, o quarto tinha uma decoração peculiar, com várias coisas que lembravam os meses que passaram juntos. Mais fotos, alguns presentes que ela deu a Taehyung, uma mesa com um vaso cheio de flores de todos os tipos – porque ela nunca se decidia de qual era sua favorita – com uma foto menor, onde ela teve a impressão de ver a si mesma sob a perspectiva das lentes dele. Não teve certeza, no entanto, porque foi puxada antes de conferir a fotografia.
Agora, depois de todas as explicações e de vê-lo se ajoelhando para pedi-la em casamento, sentia-se a mais privilegiada das mulheres. Continuava achando – e teria essa opinião pelo resto de sua vida – que Taehyung era o homem mais lindo do mundo, enquanto ela era uma mulher comum, com sonhos grandes demais para si mesma. Puxou as pernas para cima do sofá e se ajeitou até acabar sentada no colo dele, uma perna de cada lado. Abraçou-o com carinho e deixou que as testas se tocassem delicadamente. Fechou os olhos e ficou assim, sentindo a respiração quente dele contra seu rosto.
