Naquele momento estavam diante da máquina, Chaeyoung já se encontrava deitada, porém chorava alto, temendo ficar sozinha.
— Chaeng, eu não posso entrar ali com você, mas ficarei aqui fora te vendo. — Jisoo disse, vendo Chaeyoung negar com a cabeça.
— Você disse que não sairia do meu lado. — A menina disse chorando e Jisoo suspirou. — Por favor...
— Olha... — Jisoo disse, levando sua mão ao rosto de Chaeyoung e enxugando delicadamente as lágrimas da região. — Eu não vou sair daqui. Que tal se brincarmos de algo bem legal? — Chaeyoung fungou, cessando o choro para prestar mais atenção em Jisoo.
— Do quê? — Perguntou ainda soltando soluços involuntários.
— Vamos imaginar que essa é a sua nave espacial. — Jisoo disse. — Você precisa se deitar aí é ficar quietinha enquanto eu conto uma história. Combinado? — Chaeyoung pensou um pouco e então assentiu e Jisoo sorriu, se inclinando e deixando um beijo no rosto da menina. — Por isso que eu gosto de você, porque sabe se comportar. — Chaeyoung sorriu timidamente e então Jisoo olhou para o médico, acenando com a cabeça como confirmação.
No momento seguinte à máquina levou Chaeyoung para dentro e Jisoo respirou fundo.
— Jichu ? Tem uma luz na minha cara. —Chaeyoung disse preocurada, mas se sentou aliviada quando ouviu a risada de Jisoo.
— Essa aí é a luz da sua nave. — Chaeyoung ouviu Jisoo dizer e sorriu animada. — Chae... — Jisoo disse olhando para o médico. — O médico me pediu para contar para ele sobre o que você não me deixou falar lá no quarto.
— Jichu... Não! -- O tom de voz foi preocupado e o médico assentiu. — Por favor, não diz para ele. É um segredo.
— Tudo bem, princesa. Se acalme tudo bem? — Jisoo disse assim que o médico deu o sinal. — Pode ficar quietinha um segundo para ele tirar uma foto do seu cérebro?
— E a história? -- Jisoo sorriu e ignorou o fato de o médico estar ouvindo-a.
—Era uma vez, uma garota que não vivia em nossa galáxia. Ela se chamava Chaeyoung...
— Igual eu?
— Sim, meu anjo, mas preciso que fique quietinha sem falar. Pode só me ouvir? — Pediu com doçura em sua voz, vendo o médico assentir em positivo para ela.
— Sim. — Chaeyoung disse e então Jisoo continuou.
— Ela andava em sua nave pelo espaço em sua missão, mas aí uma estrela gigante, chamada Betelgeuse, atrapalhou seu caminho, a jogando em um planeta muito longe do dela. Lá ela encontrou amigos e uma garota muito disposta a ajudá-la...
Chaeyoung ouvia toda a história atentamente e nem percebeu quando seu corpo já estava diante do de Jisoo novamente.
— Eu disse que não doeria, viu? — Jisoo disse, vendo Chaeyoung assentir e esticar os braços pedindo um abraço. Jisoo se debruçou sobre ela, sem colocar demasiada força sobre seu corpo, e sentiu os braços pálidos rodearam seu pescoço.
— Jichu, e no final a Chaeyoung fica com a Jisoo? -- Jisoo riu, percebendo o quão ingênua Chaeyoung era.
— Sim, Chaeng. Elas ficaram juntas. — Disse, se afastando do abraço.
— Mesmo a Chaeyoung sendo de outro planeta e diferente? — Perguntou, vendo o enfermeiro pegá-la no colo e a colocar na cadeira de rodas, visto que ela ainda precisava da fisioterapia para conseguir andar sem problemas. Seus braços também estavam fracos, porém, estavam muito mais fortes do que as pernas.
— Sim. Mesmo a Chaeyoung sendo de outro planeta. — Ela disse quando começou a empurrar a cadeira pelos corredores do hospital, levando Chaeyoung de volta para seu quarto. — A Jisoo era concentrada demais no trabalho dela, nas estrelas, em seus equipamentos... — Jisoo disse, tendo Chaeyoung totalmente antenada em suas palavras. — Acho que justamente por Chaeyoung ser diferente que chamou a atenção dela. Não era qualquer pessoa que a faria ter interesse daquela forma.
— A Chaeyoung deve ter ficado muito feliz da Jisoo querer cuidar dela para sempre. — Chaeyoung disse e Jisoo sorriu.
— E a Jisoo deve ter ficado muito feliz por Chaeyoung ter ficado com ela. — Disse, vendo Chaeyoung virar o corpo para trás e lhe fitar.
— Você vai embora? — Jisoo franziu o cenho.
— Como?
— Você vai ir embora da minha vida ou vai fazer igual a Chaeyoung e ficar? — Jisoo parou a cadeira e andou até a frente de Chaeyoung, se ajoelhando na frente dela.
— Eu vou fazer igual a Chaeyoung e ficar. — Ela disse, segurando as mãos da garota. — Porque assim como a Jisoo dessa história, eu também tenho a minha Chaeyoung para cuidar. — Jisoo não podia explicar a intensidade do sorriso que rasgou o rosto de Chaeyoung.
A menor suspirou bobamente e lembrou a si mentalmente que Chaeyoung era apenas uma criança em um corpo adulto, não teriam um história de amor igual em contos, mas sua vontade de cuidar de Chaeyoung não iria embora por isso, pelo contrário, só queria cuidar dela cada vez mais.
— Jichu?
— Sim?
— Eu vou crescer. — Chaeyoung disse sorrindo. — Você ainda vai cuidar de mim quando a minha mente ficar grande? — Jisoo riu e assentiu.
— Vou, meu amor, mas não quero que se desespere para crescer. Viva um dia de cada vez. — Ela disse e Chaeyoung assentiu.
— Posso te contar um segredo? — Chaeyoung perguntou assim que Jisoo se levantou e voltou a empurrar sua cadeira.
— Diz.
— Eu... — O tom de voz preocupou consideravelmente Jisoo, que voltou a parar e a se abaixar na frente de Chaeyoung. A menina estava corada e piscando sem parar.
— Hey, você está bem? — Jisoo perguntou, vendo Chaeyoung pressionar os olhos fortemente e assentir. — O que queria me dizer?
— Eu quero fazer cocô. — Sussurrou de cabeça baixa, fazendo Jisoo suspirar ao ver os olhos voltando ao normal.
— E como eu posso te ajudar? — Jisoo perguntou confusa.
— As minhas pernas não têm muita força. — Disse sem jeito. — Poderia me colocar lá? — A menor assentiu, levando Chaeyoung até o banheiro de seu quarto.
— Consegue se segurar sozinha? — Jisoo perguntou, sabendo que Chaeyoung não tinha muita força nos braços ainda.
— Sim. — Chaeyoung disse, voltando a piscar muito rápido. Jisoo assentiu e deixou o banheiro sem jamais olhar para Chaeyoung da cintura para baixo.
Agora ela só precisava esperar o doutor chegar para ela finalmente descobrir o porquê de Chaeyoung piscar daquele jeito.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Em um piscar de olhos - Chaesoo
RomancePark Chaeyoung tinha apenas apenas seis anos quando seus pais decidiram tirar as tão famosas férias em família. Iriam para a Tailândia, porém, o destino lhes foi cruel, causando o choque de um caminhão desgovernado contra o carro que estavam durante...