Jisoo não sabia o que lhe havia levado até onde estava no momento. Depois da quarta cerveja ela havia ficado mais solta, rindo animada enquanto conversava com todos. Suas constantes mudanças de lugar ao longo do dia se deveram à aproximação de Joohyun o tempo inteiro, esbarrando em sua mãe propositalmente, acariciando suas coxas, se deitando em seu colo. Isso definitivamente tirada a paciência de Jisoo.
Ela não soube quantas cervejas havia tomado ao total, mas se lembra de que houve um momento onde se sentiu cansada. Se despediu de todos e subiu as escadas; um banho rápido foi tomado e ela entrou dentro de seu pijama, se enfiando embaixo das cobertas, porém o sono não vinha.
Constantemente a imagem do rosto de Chaeyoung aparecia em sua mente, foi então que, de supetão, se levantou, se trocou, se agasalhado bem, e saiu. Nem trinta minutos depois ela se via na recepção do hospital, esperando a autorização de Boah para poder entrar.
Não era permitido mais de uma pessoa passar a noite, mas a quantidade de dinheiro que Boah tinha deixava todo o hospital bastante receptivo aos seus pedidos.
-- Desculpe vir a esta hora. -- Jisoo sussurrou para Boah, não querendo acordar Chaeyoung. -- Mas o barulho em casa não me deixou dormir e resolvi vir. Trouxe café. -- Ela disse, estendendo o copo de café para a mulher, que aceitou de bom grado.
-- Abriu mão de uma cama confortável? -- Boah perguntou rindo e Jisoo assentiu. -- Fique à vontade. Vou aproveitar que veio e ir em casa tomar um banho rápido, se importa?
-- Se quiser pode dormir por lá. Eu passo a noite aqui. -- Jisoo disse e Boah sorriu.
-- Minha filha escolheu a voz certa para ouvir quando decidiu abrir os olhos. -- Boah disse gentilmente, vendo Jisoo sorrir de canto. -- Então eu vou mesmo. Pela manhã eu venho, tudo bem?
-- Certo. Boa noite, Boah.
-- Boa noite, norinha. -- Boah disse, vendo Jisoo corar. -- Ops, quis dizer Jisoo. -- Boah disse rindo. A mulher deixou um beijo na têmpora de Jisoo antes de pegar sua bolsa e se retirar do recinto.
-- O que foi isso? -- Jisoo perguntou para si mesma, rindo e negando com a cabeça.
Sem protelar, a garota simplesmente retirou seus sapatos e subiu na cama, se emaranhando entre os braços de Chaeyoung e caindo no sono em poucos minutos.
[...]
Algo macio, porém que tinha locomoção acordou Jisoo, fazendo ela abrir um olho, já que o outro estava impossibilitado de ser aberto.
-- Dói? -- A voz rouca de Chaeyoung enquanto um dedo estava cutucando o olho fechado de Jisoo fez a menina rir.
-- Não, Chaeyoung. -- Jisoo disse, vendo-a colocar a mão completa sobre seu rosto.
-- Você consegue me ver assim? -- Jisoo riu e negou. -- E agora? -- Perguntou, abrindo uma fresta em seus dedos, deixando a visão de Jisoo levemente aberta.
-- Agora sim, mas ainda estou em dúvida.
-- Dúvida de quê? -- Chaeyoung indagou.
-- Se eu estou vendo a Chaeyoung ou um anjo. -- Jisoo disse. -- Ah, não, espera! Ambos são sinônimos. -- Disse, vendo Chaeyoung apertar seu nariz.
-- Consegue respirar assim? -- Chaeyoung perguntou e Jisoo mordeu o próprio lábio, tamanha fofura que Chaeyoung transmitia.
-- Só pela boca. -- Ela disse, vendo Chaeyoung tapar sua boca.
-- Consegue falar? -- Jisoo abriu a boca e arrastou seus dentes pela pele da mão de Chaeyoung, fazendo a maior rir.
-- Não conseguia, mas conseguia morder. -- Ela disse, vendo Chaeyoung sorrir de forma doce enquanto admirava seus olhos.
-- Eu achei que estava sonhando. -- Chaeyoung disse após suspirar. -- Acordei e não vi a mamãe, mas aí eu vi você.
-- Sua mãe foi dormir na sua casa. -- Jisoo disse. -- E eu vim dormir com você. Se importa?
-- Não. Eu gosto. -- Chaeyoung revelou, se virando de lado e percorrendo seu dedo pela sobrancelha de Jisoo. -- Por que quis vir?
-- Eu não estava conseguindo dormir. -- Jisoo disse, vendo os olhos atentos no contorno de sua outra sobrancelha.
-- Sentiu saudades do meu cheirinho? -- Jisoo sorriu embasbacada ao ouvir tal pergunta.
-- Muita saudade. -- Ela confessou em um sussurro.
-- Por que nasce florzinhas quando eu te vejo? -- Chaeyoung perguntou, deslizando seu dedo vagarosamente ao longo do rosto de Jennie.
-- Nasce florzinhas onde? -- Jisoo perguntou confusa.
-- Aqui. -- Chaeyoung apontou para o próprio coração. -- Nasce tanta florzinha que eu sinto que mal consigo respirar. Por quê?
Jisoo sentiu seu estômago se revolver ao ouvir aquilo. Chaeyoung conseguia se explicar facilmente, apesar de seu jeitinho doce e inocente.
-- Desculpe por isso. -- Jisoo sussurrou.
-- Quando você está pertinho assim aumenta. -- Chaeyoung murmurou. -- E eu queria te dar as florzinhas, mas eu não sei como.
-- Eu também sinto essas florzinhas quando eu te vejo. -- Jisoo confessou.
-- Mas elas não param de crescer, Jichu. -- Chaeyoung disse. -- Elas cresceram muito quando eu acordei e te vi aqui comigo.
-- Oh, meu Deus. -- Jisoo sussurrou para si mesma, não acreditando que aquilo realmente estava sendo dito. -- Você podia ficar grandinha logo. -- Jisoo pensou alto sem nem perceber.
-- Não gosta de mim assim? -- Chaeyoung perguntou confusa e Jisoo afundou seu rosto na curva do pescoço de Chae young e enlaçou seus braços ao redor do corpo da menina.
-- Sabe por que eu vim? -- Jisoo perguntou.
-- Porque estava sem sono. -- Chaeyoung disse e Jisoo riu abafado, já que seu rosto estava contra a pele de Chaeyoung.
-- Eu vim porque você vai sair logo do hospital e eu não vou mais poder dormir com você. -- Confessou. -- Então vim ficar com você pela noite.
-- Eu peço para a mamãe deixar você dormir comigo lá na minha casa, Chu. -- Chaeyoung disse como se tivesse achado a solução para seus problemas.
-- Eu aposto que sim, princesinha, mas vai ser mais complicado.
-- Eu tenho uma coberta rosa fofinha que a mamãe disse que comprou para mim. Eu divido ela com você.
-- Depois discutimos isso, tudo bem? Agora dorme porque amanhã cedo você tem consulta com a Sooyoung.
-- Eu estou com frio. -- Chaeyoung sussurrou como se fosse um segredo e então Jisoo retirou seu moletom e o colocou em Chaeyoung com cuidado, puxando a menina para seus braços a enlaçando os mesmos ao redor dela.
-- Obrigada por me manter quentinha. -- Chaeyoung disse, erguendo o rosto e se inclinando ligeiramente, depositando um beijo no rosto de Jisoo. Os olhos da maior fitaram demoradamente os olhos castanhas e, sem perceber, Chaeyoung começou a piscar quando olhou para os lábios de Jisoo, fazendo a menor prender a respiração.
-- De nada. -- Jisoo murmurou em um fio de voz. Chaeyoung se inclinou e deu mais um beijo no rosto de Jisoo; e depois outro. Não se contentando com isso ela se inclinou uma última vez e deixou um beijo no canto dos lábios de Jisoo, para logo se deitar sobre o peito da menina.
-- Desculpe. -- Chaeyoung sussurrou, piscando não tão rápido, porém de um jeito fora do normal. -- Eu queria saber como era. Eu vi na TV.
-- Só fez isso porque viu na TV? -- Jisoo perguntou curiosa. Chaeyoung começou a piscar muito mais rápido antes de suspirar.
-- Boa noite, Jichu. -- Disse, afundando seu rosto contra o peito da menor.
-- Boa noite, Chaeng. -- Jisoo disse, mordendo seu lábio inferior e respirando fundo. Chaeyoung havia piscado, pensou sorrindo.
Talvez ela... Não! Pensou Jisoo. Não crie expectativas; não crie ilusões, repetia em seu interior.
Porém, foi inevitável sorrir com aquilo, sobretudo pela ação ter partido de Chaeyoung. Naquela noite Jisoo foi dormir com seu coração cheia florzinhas.
[..]
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Em um piscar de olhos - Chaesoo
RomancePark Chaeyoung tinha apenas apenas seis anos quando seus pais decidiram tirar as tão famosas férias em família. Iriam para a Tailândia, porém, o destino lhes foi cruel, causando o choque de um caminhão desgovernado contra o carro que estavam durante...