A noite estava silenciosa e o tempo estava passando horrivelmente lento, por esta razão Jisoo andou até as cortinas persianas e as abriu um pouco, olhando através da enorme janela as gotas de chuva caírem lá fora.
Já passava das três da manhã e Chaeyoung dormia pacificamente àquele horário, enquanto Jisoo não conseguia pregar os olhos nem por um minuto sequer. Estava preocupada. Terrivelmente preocupada.
Tomou um susto quando ouviu seu celular tocar. O nome de Joohyun marcava na tela, fazendo Jisoo entortar a sobrancelha. O que ela queria com Jennie aquele horário?
Pensou em não atender, porém a curiosidade bateu, fazendo-a caminhar até o banheiro para não acordar Chaeyoung.
— Alô? — Jisoo atendeu. O ruído através do telefone demonstrava que Joohyun deveria estar em uma festa ou algo parecido.
— Jisoo? — A voz fina soou do outro lado da linha.
— Por que está me ligando a essa hora? Está tudo bem? — Jisoo perguntou.
— Fui até a sua casa mais cedo e Lisa disse que você não passou a noite em casa e que esta noite, pelo jeito, também não passaria.
— E daí? — Jisoo perguntou, não entendendo onde Joohyun queria chegar.
— Está com outra, é isso? — Jisoo revirou os olhos.
— Se eu estiver com alguém isso não diz respeito a você, Joohyun. Nunca tivemos nada, eu já disse que só quero sua amizade.
— Por que faz isso comigo? -1 A voz saiu em um choramingo. — Você sabe que eu te amo.
— Você ingeriu bebida álcoolica? — Jisoo perguntou.
— Alguns drinks com o Jin. — Jisoo riu ao ouvir aquilo.
— Olha, vá para a sua casa, tome um banho morno, coma algo saudável e leve e descanse, tudo bem? Vai me agradecer por isso.
— Por quê? Acha que vou me arrepender de te dizer que eu te amo? Não vou! Eu posso nunca ter dito antes, mas sei que você sabe disso.
— Jichu? -- A voz de Chaeyoung soou assustada e rouca, por ter acabado de acordar, fazendo Jisoo colocar a cabeça para fora do banheiro. — Pensei que tivesse ido embora. — Chaeyoung disse mais aliviada.
—-Eu disse que não vou sair do seu lado. — Jisoo disse sorrindo. — Joohyun, eu preciso desligar. Faça o que eu falei e amanhã prometo não tocar no assunto.
— Quem era? Jisoo, você está dormindo com alguém?
— Vamos, não faça isso com você. Amanhã nos vemos na república. Boa noite! — E desligou, colocando o celular em sua bolsa antes de se aproximar de Chaeyoung.
— Quem era? — Chaeyoung perguntou curiosamente, em um tom inocente. — O seu namorado?
— Era uma colega. Eu não tenho namorado. — Jisoo explicou, se sentando na cadeira ao lado da cama.
— Não! Aqui comigo é igual a mamãe. — Chaeyoung pediu, indo para o cantinho da cama para dar espaço para Jisoo.
— Sua mãe dorme com você aí?
— Não, mas ela sobe aqui para ler histórias.
— Mas eu não vou te contar história agora, Chaeyoung. — Jisoo disse e Chaeyoung assentiu.
— Eu sei, mas eu gosto do seu cheirinho. — Ela disse sorrindo sem mostrar os dentes e Jisoo corou levemente, assentindo.
— Tudo bem, então me deito com você. — Jisoo disse, escalando a cama e se deitando. Chaeyoung se acomodou sobre Jisoo antes de voltar a falar.
— Por que você não tem namorado?
— Bem, um dia você entenderá. — Jisoo disse, começando a carícia nas costas de Chaeyoung.
— Não, Jichu. A Sooyoung disse para eu me enturmar com pessoas da minha idade. Temos quase a mesma idade. — Chaeyoung insistiu.
— Tudo bem. Eu não gosto de garotos e, bem, não estava com muito tempo disponível para namorar.
— Por que não gosta de garotos? Eles também puxavam o seu cabelo na escola? — Jisoo riu ao ouvir aquilo.
— Não. Eu tenho dois melhores amigos da época da escola. Estudaram comigo desde o jardim de infância. Eles me defendiam de qualquer ameaça como essa.
— Então por que não gosta de meninos se eles foram legais com você? — Chaeyoung perguntou confusa.
— Eu me expressei mal. Eu gosto de meninos, mas como amigos, não como namorados. — Jisoo voltou a tentar.
— Oh! — Chaeyoung disse assimilando a informação.
— Então no telefone era uma namorada?
— Não, Chaeng. Era uma colega. — Jisoo disse brandamente, sem jamais cessar as carícias nas costas de Chaeyoung. — Por que não volta a dormir, hm? Amanhã terá um dia cansativo.
— Porque quando o dia chega você vai embora. — Chaeyoung confessou baixinho, afundando a cabeça entre o colchão e a pele de Jisoo. — E eu não gosto.
— Pois eu tenho uma notícia. — Jisoo disse em um sorriso bobo. — Amanhã passarei boa parte do dia com você. — Chaeyoung arregalou os olhos e sorriu.
— Jura, Jichu? De dedinho e tudo?
— Juro, Chaeyoung. De dedinho e tudo. — Respondeu sorrindo.
— Como estamos por aqui? — O médico de Chaeyoung entrou na sala após deixar duas batidas rápidas na porta.
— A Jichu vai passar mais tempo comigo amanhã. — Chaeyoung disse sorrindo e o médico sorriu-lhe de volta.
— Isso é incrível, eu aposto. — Ele disse, olhando para Jisoo. — Então... Fiz questão de fazer o mais rápido possível e o resultado saiu.
— Está tudo bem com ela, doutor? Oh, acho que vou ligar para a dona Boah e...
— Calma, Jisoo. -- Ele disse rindo, tocando seu ombro gentilmente.
— Você é amigo da Jichu? -- Chaeyoung perguntou de repente, fazendo o doutor franzir o cenho.
— Bem, somos colegas. Ainda não tivemos temp...
— Então não toca nela. Ela só gosta de meninos se forem amigos. — Chaeyoung disse, fazendo Jisoo fechar os olhos e corar fortemente.
— Não se preocupe. Pretendo ser amigo dela. — O doutor disse gentilmente. — Minha esposa não gostaria de nada além disso.
— Eu sinto muito. — Jisoo disse verdadeiramente embaraçada. — Eu Estava explicando a ela...
— Não se preocupe, eu entendo. — Ele disse sorrindo e Jisoo assentiu. — Pode me acompanhar até a porta? — Jisoo assentiu, descendo da cama.
— Eu já volto, tudo bem? Daqui de onde você está conseguirá me ver. Deixarei a porta aberta. — Jisoo a informou, dando um beijo na testa de Chaeyoung e acompanhando o doutor para fora do quarto.
— Bem, vou explicar da forma mais simples para que me entenda. — Ele disse, vendo Jisoo tensionar.
— Tudo bem. O que ela tem, doutor?
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Em um piscar de olhos - Chaesoo
RomancePark Chaeyoung tinha apenas apenas seis anos quando seus pais decidiram tirar as tão famosas férias em família. Iriam para a Tailândia, porém, o destino lhes foi cruel, causando o choque de um caminhão desgovernado contra o carro que estavam durante...