Coração carnaval

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Entro no ônibus consideravelmente lotado, cumprimento o motorista e me encaminho para a catraca

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Entro no ônibus consideravelmente lotado, cumprimento o motorista e me encaminho para a catraca. Pego meu passe e aproximo do sensor para conseguir liberar minha passagem e nada acontece.

Tento de novo, me segurando na barra ao lado para não cair com o ônibus em movimento, e nada acontece novamente.

Certeza que minha mãe esqueceu de recarregar meu cartão e eu saí sem dinheiro por ter certeza que estava tudo certo para pegar o ônibus.

Respiro fundo e fecho os olhos.

— Tudo bem aí, moça? — grita o motorista, me olhando pelo retrovisor.

— Tudo na paz, moto.

Olho para além da catraca, pensando no que fazer. Meu coração batendo descompensado no peito.

De repente, o sensor faz o barulho de quando libera a catraca. Olho para o lado e vejo um menino de pé, com um cartão na mão.

— Venha, passei para você.

Passo para a parte de trás do ônibus e olho para o garoto. Sorrio em agradecimento.

— Muito obrigada, mas eu não tenho como te pagar. — digo, honestamente.

Ele sorri.

— Um sorriso lindo desses já é o suficiente para mim.

Sinto meu rosto ficar vermelho.

— Obrigada novamente.

— Não tem de quê. Sou Caetano e você?

— Sou a Melissa.

Caetano estende o braço para a corda em cima da barra que preenche o teto do ônibus.

— Meu ponto é o próximo. Espero vê-la por aí novamente.

Sorrio.

— Mas que você não precise pagar o ônibus para mim.

O menino ri.

— Até. — se despede e desce do ônibus.

Nesse momento, uma moça levanta de um banco e eu tenho a chance de, com a graça divina, me sentar para seguir o resto da viagem.

Contos para se alegrar: Porque do Carnaval ninguém escapaOnde histórias criam vida. Descubra agora