Capítulo 04 - Fazem seis anos

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Eu me virei torcendo para estar alucinando, mas foi em vão, lá estava ele na minha frente, a pessoa que ferrou com a minha saúde mental.

Eu: Pedro. — coloquei o mpc em cima da cama.

Pedro: Eu não acredito que você tá aqui!

Ele deu passos longos e apressados e logo em seguida me abraçou forte, meu corpo travou, minha pernas bambearam e meus braços não foram capazes de retribuir o abraço de Pedro. Em minha cabeça um turbilhão de memórias se instauraram e criaram o caos.

Pedro: Que saudade de você, Bia.

Eu: Saudade... de mim? — incrédula.

Pedro estava com um sorriso estampado no rosto, será possível que ele seja tão dissimulado? Ele me puxou pelo braço para sentar na cama dele e sentou ao meu lado enquanto não parava de tagarelar.

Pedro: Quando você chegou? — eufórico — Minha mãe me falou que ia te chamar pra passar um tempo aqui mas aí eu pensei "ela nunca vai topar", depois que você foi pra Lisboa aconteceu tanta coisa, Bia! Eu me tornei Dj profissional, me mudei pra São Paulo, eu preciso te mostrar minhas músicas, eu tô falando demais? É que eu acabei de fazer um show e ainda tô com muita adrenali... —  interrompido.

Eu: Olha Pedro, nada disso me interessa, tá? Eu vou dormir.

Me levantei para ir em direção a porta mas ele insistia em falar comigo.

Pedro: Espera, vamo conversar, quanto tempo faz que a gente não se vê? Cinco anos?

Eu: Seis, fazem seis anos, então, se eu não falei com você esse tempo todo, não vai ser agora que eu vou virar sua melhor amiga né.

O sorriso em seu rosto sumiu e ele me pareceu confuso, a cara nem treme! Ele quer forçar uma amizade depois de tudo que me fez!? Devo ter cara de otária mesmo. Eu saí do quarto de Pedro e voltei ao quarto de hóspedes onde eu estava acomodada, estava pronta para dormir mas acabei percebendo que o cheiro do perfume do Pedro havia ficado em minha roupa.

Eu: Porra Pedro!

Troquei de pijama e fui dormir.

[...]

|Mansão Sampaio, 09:00am|

Elísio: Bom dia!

Eu: Bom dia.

Os pais de Pedro e minha mãe estavam sentados na mesa tomando café da manhã, depositei um beijo na cabeça da minha mãe e sentei na cadeira ao seu lado.

Regina: Dormiu bem, querida?

Eu: Sim tia Regina.

Comecei a me servir.

Aparecida: O Pedrinho chegou.

Eu: Pedrinho mãe? Ele já é adulto.

Todos deram risada.

Regina: Vocês já se viram?

Eu: Já, ontem.

Elísio se retirou dizendo que iria colocar as malas no carro, Regina me dirigiu a palavra.

Regina: Você e o Pedro vão no carro dele tá bom?

Eu: O quê? Po-por quê?

Regina: Nosso carro tá lotado de malas e caixas, eu vou aproveitar pra deixar algumas coisas lá na casa de Angra.

Aparecida: O Pedro ajuda você com sua mala.

XxX: Eu vou ajudar quem?

Pedro invadiu o ambiente com toda a sua prepotência e seu perfume impregnante.

Aparecida: Bom dia!

Pedro foi até minha mãe e a abraçou.

Pedro: Bom dia, Cidinha.

Eu terminei meu café da manhã com muita pressa e voltei ao quarto para buscar minha — imensa — mala, quando cheguei na escada enfrentei uma dificuldade para descer os degraus, Pedro apareceu no final da escada.

Pedro: Deixa eu te ajudar. — subindo as escadas.

Eu: Não precisa. — fria.

Ele ignorou minha fala e insistiu em tirar a mala de mim.

Eu: Eu não preciso da sua ajuda. — puxo a mala de volta.

Pedro: Eu faço questão. — puxou pra ele.

Nessa de puxar pra lá e pra cá, minha mala deslizou escada a baixo.

Eu: Viu o que você fez? — desci as escadas — Tomara que não tenha quebrado os meus perfumes.

Pedro: Desculpa, eu tava querendo aju... — interrompido.

Eu: Ai tá bom! — ríspida — Cadê todo mundo?

Pedro: Já saíram, vamo?

Eu segui Pedro até seu carro, colocamos minha bagagem no porta-malas e eu entrei no banco do passageiro.

Pedro: Quer ouvir o quê?

Eu: Tanto faz — coloquei meu óculos escuros no rosto — coloca qualquer coisa.

Pedro ligou o som em uma playlist qualquer e deu partida no carro.

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Algo me diz que essa viagem vai render hein...

Meu Doce RancorOnde histórias criam vida. Descubra agora