Capítulo 06 - Angra Dos Reis

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Eu: Eu pego, — tirei minha mala do carro — tia Regina, cadê minha mãe?

Regina: Tá lá em cima, querida.

Encontrei minha mãe no corredor de cima, ela me mostrou o quarto em que ficaríamos, a casa de Angra não tem tantos quartos quanto a mansão do Rio. Enquanto estava me acomodando me dei conta de uma coisa...

Eu: Putz — levo a mão à testa — Não trouxe biquíni.

Aparecida: Veio pra praia e não trouxe biquíni?

Eu: Faz muito frio em Lisboa, eu acho que nem tenho biquíni.

Regina: Não tem biquíni?

Nos assustamos com a voz de Regina ecoando no quarto.

Regina: Tem algumas lojinhas aqui na cidade, só que é um pouco longe daqui, o Pedro pode levar você de carro.

Eu: Não precisa, eu posso pedir um táxi ou um uber.

Regina: Ah imagina, ele te leva, Pedro! — chamando.

Mais uma vez, eu não tive muita opção para ficar longe de Pedro, parece que sempre estou encurralada e acabo presa no mesmo ambiente que ele.

[...]

Eu mexia em alguns cabides tentando achar algo discreto, mas parece que o hype desse verão são biquínis com estampas extremamente coloridas.

Pedro: Quer ajuda?

Eu: Quero, segura isso.

Coloquei um cabide com um biquíni azul na mão dele, depois um lilás, depois um verde e por fim um rosa pastel, tentei escolher as cores mais neutras possíveis. Resolvi dar mais uma volta na loja e peguei algumas saídas de praia e um chapéu lindíssimo.

Pedro: Porra, quer levar a loja toda não? — dando risada.

Olhei para a cara de Pedro e revirei os olhos em sinal de reprovação.

Eu: Eu falei pra você esperar no carro, não falei?

Pedro: Foi só uma brincadeira, calma.

Fomos em direção ao caixa e eu passei meu cartão de crédito, Pedro se ofereceu para levar as sacolas e eu deixei, ele tem mais é que me agradar mesmo. No carro o silêncio se fez presente, até que Pedro resolveu se pronunciar.

Pedro: Posso te perguntar uma coisa?

Eu: Se não for uma pergunta idiota, pode.

Pedro: Por que tá me tratando desse jeito?

Eu: — bufei — Que jeito, Pedro?

Pedro: Esse jeito aí, bruta, impaciente, você não era assim comigo.

Eu: Até porque, quem era grosso comigo era você, né?

Pedro: O quê?! — surpreso — Claro que não!

Eu: Como não? Quando nos conhecemos, você me mandou ficar quieta e não atrapalhar seu jogo idiota.

Pedro: Primeiro, FIFA não é um jogo idiota e não é assim que eu lembro daquele dia.

Eu: Ah não? — irônica — Então como é?

[Flashback narrado por Pedro]

Você tava super quieta na cama, quando eu terminei minha partida te chamei pra jogar.

Pedro: — olhou pra Bia — Tá afim de aprender?

Bia: É eu posso tentar.

Eu peguei outro puf pra você sentar do meu lado e aí a gente começou a jogar, você me contou do seu pai, eu consolei você, a gente deu risada e eu até deixei você ganhar uma partida. A gente passou o dia inteiro junto e aí minha mãe falou que você ia pra sua casa.

Pedro: Agora, mãe? Pede pra mãe dela deixar mais.

Regina: Amanhã ela volta, tá bom?

Pedro: Tá — cabisbaixo — tchau Bia.

Bia: Tchau Pedro. — abraço.

[Flashback]

Eu: Você não me deixou ganhar a partida.

Pedro: — risada — Claro que deixei, você era muito ruim.

Eu: Eu aprendi rápido tá? Eu quero meu mérito.

Rimos juntos e eu me dei conta de que realmente aquele dia não foi totalmente ruim.

Pedro: Seu sorriso ainda é o mesmo.

Eu: — desfiz o sorriso — Ah pelo amor de Deus, que frase mais cafona.

Pedro: O quê? Tô falando a verdade, pô.

Eu: Me respeita Pedro, você acha que eu ainda caio nesse papinho seu?

Pedro: Olha aí, tá me tratando mal de novo, me fala, eu te fiz alguma coisa?

Sério Que ele teve a coragem de me perguntar isso? Que cara de pau! Toda humilhação que passei, todas noites que chorei envergonhada! Ele ignorou isso tudo? Senti minhas mãos suarem, minha respiração aumentar a velocidade. É impressão minha ou as paredes desse carro estão diminuindo? Me falta oxigênio, não posso ficar ao lado dele!

Eu: Para o carro.

Pedro: Eu falei alguma coisa de errado?

Eu: Para o carro, Pedro! — gritei.

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Será que o Pedro vai parar????

Meu Doce RancorOnde histórias criam vida. Descubra agora