[...]
Pedro: Eu já volto.
Paramos em um posto de gasolina e Pedro foi na loja de conveniência, eu aproveitei que estava sozinha e liguei para Isabel.
Isabel: Quem é vivo aparece hein!
Eu: — risada — Bom dia Bebel.
Isabel: Aqui no caso já é Boa tarde, como você tá?
Eu: Péssima, tô muito feliz por ver minha mãe, mas eu vou ter que passar um final de semana inteiro com o Pedro.
Isabel: Com o Pedro? Mas por quê?
Eu: Preciso desligar, ele tá vindo.
Isabel: Você tá com ele agora? Esse carro é dele? — incrédula.
Eu: Tchau, Isabel. — desliguei.
Pedro voltou da conveniência e me entregou uma lata de Coca-Cola.
Eu: Não quero, obrigado.
Pedro: Sério que tu vai meter marra? Nesse calor?
Por mais que eu odiasse admitir, Pedro estava certo, não se nega coca-cola gelada, ainda mais no calor do Rio de Janeiro.
Pedro: Lembra quando não tinha a casa de Angra? A gente ia pra Copacabana com a galera da escola.
Eu: Não lembro direito.
Pedro: Não lembra de todo mundo jogando verdade ou desafio na praia?
Mentir é a única saída que tenho para não prolongar essa conversa, porém, minha cabeça está lotadas de memórias, mas principalmente de um dia específico.
[Flashback]
Isis: Minha vez de girar a garrafa! — animada.
Eu havia acabado de voltar do mar, Pedro esticou o braço para eu me sentar ao lado dele e assim fiz.
Isis: Parou em você, Bianca.
Eu: Não tô jogando.
Daniel: Claro que tá, todo mundo que entra na roda tem que participar.
Gabriela: Ou então, bebe uma dose.
Pedro: Ela não vai beber nada.
Quando saímos de casa, eu prometi a minha mãe que não iria beber e Pedro sabia disso.
Isis: Verdade ou desafio?
Daniel: Certeza que a nerd vai escolher verdade. — risada.
Tom: Para de encher o saco da mina, Daniel.
Tom, era o primo paulista do Daniel que estava passando uns dias no Rio, ele não era babaca igual ao primo, mas sempre andava com aquele pessoal.
Isis: Responde, Bia.
Eu: Desafio.
Pedro me encarou desacreditado.
Isis: Te desafio a beijar o Tom.
Eu: O quê?
Gabriela: Se não beijar, vai ter que beber.
Eu: Tá.
Eu e Tom nos levantamos e fomos até o meio do círculo, aos treze anos eu nunca havia sido beijada, foi uma sensação esquisita, o tal do Tom enfiou a língua dele na minha boca e eu não sabia o que fazer, nossos dentes acabaram se batendo.
[...]
Eu: Obrigado Jorge.
Jorge (motorista): De nada.
Pedro saiu do carro sem cumprimentar Jorge e eu achei estranho, assim que desci do carro fui falar com ele.
Eu: Tá tudo bem?
Pedro: — olhou Jorge se afastando de nós e saindo da garagem — Você gostou de beijar o Tom?
Eu: Por que tá perguntando is... — interrompida.
Pedro: Você gostou? — Bravo.
Eu: Não sei, foi esquisito, a língua dele ficava se mexendo pra cima e pra baixo e eu não sabia o que fazer, viu o jeito que ele me apertou? Não foi nada legal.
Pedro deu uma risadinha de lado e foi se aproximando de mim, quando nossos corpos estavam próximos ele segurou meu rosto.
Pedro: Seu primeiro beijo deveria ser diferente.
Senti um frio na barriga ouvindo aquilo, porém, após soltar essa frase ele me deu as costas.
Eu: Então me mostra.
Pedro: — virou — O quê?
Eu: Me mostra como deveria ser meu primeiro beijo.
Ele se aproximou novamente e segurou minha cintura com suas mãos, ele colou nossos lábios e iniciou um beijo lento, nosso primeiro beijo. Eu não sabia o que fazer com as mãos então Pedro me guiou, colocou minha mão direita em sua nuca e a esquerda em seu ombro. Nunca esqueci do toque carinhoso de Pedro.
[Flashback]
Se eu soubesse a merda que iria dar, jamais teria pedido algo a ele.
Eu: Faz muito tempo né? Tem coisas que a gente esquece fácil.
Pedro: É, mas tem outras que a gente não esquece nunca. — apoiou a mão em minha perna.
Eu: Se gosta dos seus dedos, tira eles daí.
Pedro: — risada — Tá marrenta hein.
[...]
|Angra dos Reis, 11:00am|
Eu: — saí do carro — Aqui tá diferente.
Pedro: Meu pai mandou reformarem a casa, algumas coisas quebraram depois de uma festinha que eu fiz.
Elísio: Festinha Pedro? Você lotou essa casa de gente.
Pedro deu essa risada provavelmente lembrando de algo.
Regina: Que demora.
Pedro: — abriu o porta-malas — Parei pra colocar gasolina.
Eu fui até o porta-malas pegar minha mala, mas antes que eu a tocasse Pedro a pegou e nossas mãos se tocaram.
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Xiii... Senti um clima aí hein!
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Meu Doce Rancor
FanfictionRancor, significado: sentimento de profunda aversão provocado por uma experiência vivida. Se desvencilhar de um rancor não parece ser fácil, aliás, não é fácil, após um coração partido todo o meu corpo arde com o ódio que passou a me dominar, como a...