Capítulo 05 - Primeiro Beijo

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[...]

Pedro: Eu já volto.

Paramos em um posto de gasolina e Pedro foi na loja de conveniência, eu aproveitei que estava sozinha e liguei para Isabel.

Isabel: Quem é vivo aparece hein!

Eu: — risada — Bom dia Bebel.

Isabel: Aqui no caso já é Boa tarde, como você tá?

Eu: Péssima, tô muito feliz por ver minha mãe, mas eu vou ter que passar um final de semana inteiro com o Pedro.

Isabel: Com o Pedro? Mas por quê?

Eu: Preciso desligar, ele tá vindo.

Isabel: Você tá com ele agora? Esse carro é dele? — incrédula.

Eu: Tchau, Isabel. — desliguei.

Pedro voltou da conveniência e me entregou uma lata de Coca-Cola.

Eu: Não quero, obrigado.

Pedro: Sério que tu vai meter marra? Nesse calor?

Por mais que eu odiasse admitir, Pedro estava certo, não se nega coca-cola gelada, ainda mais no calor do Rio de Janeiro.

Pedro: Lembra quando não tinha a casa de Angra? A gente ia pra Copacabana com a galera da escola.

Eu: Não lembro direito.

Pedro: Não lembra de todo mundo jogando verdade ou desafio na praia?

Mentir é a única saída que tenho para não prolongar essa conversa, porém, minha cabeça está lotadas de memórias, mas principalmente de um dia específico.

[Flashback]

Isis: Minha vez de girar a garrafa! — animada.

Eu havia acabado de voltar do mar, Pedro esticou o braço para eu me sentar ao lado dele e assim fiz.

Isis: Parou em você, Bianca.

Eu: Não tô jogando.

Daniel: Claro que tá, todo mundo que entra na roda tem que participar.

Gabriela: Ou então, bebe uma dose.

Pedro: Ela não vai beber nada.

Quando saímos de casa, eu prometi a minha mãe que não iria beber e Pedro sabia disso.

Isis: Verdade ou desafio?

Daniel: Certeza que a nerd vai escolher verdade. — risada.

Tom: Para de encher o saco da mina, Daniel.

Tom, era o primo paulista do Daniel que estava passando uns dias no Rio, ele não era babaca igual ao primo, mas sempre andava com aquele pessoal.

Isis: Responde, Bia.

Eu: Desafio.

Pedro me encarou desacreditado.

Isis: Te desafio a beijar o Tom.

Eu: O quê?

Gabriela: Se não beijar, vai ter que beber.

Eu: Tá.

Eu e Tom nos levantamos e fomos até o meio do círculo, aos treze anos eu nunca havia sido beijada, foi uma sensação esquisita, o tal do Tom enfiou a língua dele na minha boca e eu não sabia o que fazer, nossos dentes acabaram se batendo.

[...]

Eu: Obrigado Jorge.

Jorge (motorista): De nada.

Pedro saiu do carro sem cumprimentar Jorge e eu achei estranho, assim que desci do carro fui falar com ele.

Eu: Tá tudo bem?

Pedro: — olhou Jorge se afastando de nós e saindo da garagem — Você gostou de beijar o Tom?

Eu: Por que tá perguntando is... — interrompida.

Pedro: Você gostou? — Bravo.

Eu: Não sei, foi esquisito, a língua dele ficava se mexendo pra cima e pra baixo e eu não sabia o que fazer, viu o jeito que ele me apertou? Não foi nada legal.

Pedro deu uma risadinha de lado e foi se aproximando de mim, quando nossos corpos estavam próximos ele segurou meu rosto.

Pedro: Seu primeiro beijo deveria ser diferente.

Senti um frio na barriga ouvindo aquilo, porém, após soltar essa frase ele me deu as costas.

Eu: Então me mostra.

Pedro: — virou — O quê?

Eu: Me mostra como deveria ser meu primeiro beijo.

Ele se aproximou novamente e segurou minha cintura com suas mãos, ele colou nossos lábios e iniciou um beijo lento, nosso primeiro beijo. Eu não sabia o que fazer com as mãos então Pedro me guiou, colocou minha mão direita em sua nuca e a esquerda em seu ombro. Nunca esqueci do toque carinhoso de Pedro.

[Flashback]

Se eu soubesse a merda que iria dar, jamais teria pedido algo a ele.

Eu: Faz muito tempo né? Tem coisas que a gente esquece fácil.

Pedro: É, mas tem outras que a gente não esquece nunca. — apoiou a mão em minha perna.

Eu: Se gosta dos seus dedos, tira eles daí.

Pedro: — risada — Tá marrenta hein.

[...]

|Angra dos Reis, 11:00am|

Eu: — saí do carro — Aqui tá diferente.

Pedro: Meu pai mandou reformarem a casa, algumas coisas quebraram depois de uma festinha que eu fiz.

Elísio: Festinha Pedro? Você lotou essa casa de gente.

Pedro deu essa risada provavelmente lembrando de algo.

Regina: Que demora.

Pedro: — abriu o porta-malas — Parei pra colocar gasolina.

Eu fui até o porta-malas pegar minha mala, mas antes que eu a tocasse Pedro a pegou e nossas mãos se tocaram.

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Xiii... Senti um clima aí hein!

Meu Doce RancorOnde histórias criam vida. Descubra agora