Eu olhei para trás já com desânimo por saber que não era Ruth que estava falando comigo.
Eu: Você sabe que não é você quem eu tô procurando.
Pedro: É a sua amiga gatinha?
Eu: O nome dela é Ruth.
Pedro: Você podia me apresentar ela melhor, né?
Eu: Não!
Pedro: Por que, não?
Eu: Porque quem vai pegar ela, sou eu.
Pedro: Beleza, então enquanto ela não aparece, vamo entrar no mar.
Me surpreendeu o fato do Pedro não questionar a minha sexualidade, a maioria dos homens héteros que eu conheço iriam fazer perguntas indiscretas.
Eu: — olhei pros lados procurando Ruth — Tá, vamo.
Pedro veio até minha lateral e colocou seu braço em volta do meu ombro. Entramos na água e eu mergulhei de cabeça, assim que subi para a superfície, senti um corpo perto do meu.
Eu: Você não cansa de ficar me cercando?
Pedro: Eu tava parado, você que veio pra perto de mim.
O tom de voz de Pedro é tranquilo, é quase um sussurro, é difícil saber se ele está falando sério ou tá tentando me seduzir. O sol fez com que as bochechas de Pedro ficassem avermelhadas, sua boca sempre rosada tornava-se o centro das atenções em seu rosto.
Pedro: Bia! — me puxou e mergulhou.
Em baixo d'água eu senti uma pressão passar por minha cabeça, subimos juntos e voltamos a respirar.
Eu: Essa praia quer me afogar! Quanta onda!
Pedro: — risada.
Eu: Que merda!
Pedro: A gente vivia na praia, você esqueceu?
Eu: Faz tempo que eu não vou em uma praia e... AAAAAA. — gritando.
Senti algo passar por minhas pernas, sem pensar duas vezes eu pulei no colo do Pedro.
Pedro: O que foi?
Eu: Alguma coisa passou no meu pé.
Pedro esticou seu braço para debaixo da água e trouxe em sua mão uma embalagem de picolé.
Eu: Não acredito.
Fiz menção a descer de seu colo, porém, Pedro me segurou fazendo eu me concentrar em seus olhos.
Pedro: Espera, fica mais um pouco comigo.
Eu não disse nada, fiquei hipnotizada em seu olhar, estávamos perto demais, isso é perigoso pra mim, passei minha mão em seu rosto e Pedro se aproximou, ele colou nossos lábios, um selinho se iniciou, eu estava pronta para me render à aquele beijo, mas voltei à razão.
Eu: — empurrei ele — Seu cretino!
Desci do colo de Pedro e reparei alguém nos observando na beira da praia.
Eu: Ruth!
Fui o mais rápido possível até ela.
Ruth: Achei que tava rolando um clima entre a gente.
Eu: Mas tava!
Ruth: Olha, eu não gosto de ir à três. — olhou pra Pedro.
Eu: Não tenho nada com ele.
Ruth: Bia, tá tudo bem, eu não tô puta.
Eu: — respirei aliviada.
Ruth: Mas eu não tô afim de ser empata foda, boa sorte pra vocês dois.
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Meu Doce Rancor
FanfictionRancor, significado: sentimento de profunda aversão provocado por uma experiência vivida. Se desvencilhar de um rancor não parece ser fácil, aliás, não é fácil, após um coração partido todo o meu corpo arde com o ódio que passou a me dominar, como a...