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Clara 

Vanessa: Passou as dores? 

Duda: Não! Eu tô tentando fazer o que a moça do vídeo falou, meditar pra dor passar, mas tá impossível.

Clara: Quer ir pro hospital?

Duda: Quero, eu só preciso tomar um banho é rapidinho, vai que o Marcelo da uma de querer nasce e eu tô suja. - Saiu falando e eu gargalhei.

Fiquei ali com a Vanessa conversando até a Duda sair do banheiro enrolada na toalha, enquanto arrumava o cabelo dela.

Duda: Cada vez que passa dói mais, tu que já teve filho Vanessa, é normal? 

Vanessa: Não querendo te assustar e pá, mas só vai piorar. No parto do Victor eu passei oito horas sentindo dor.

Clara: Caralho, por que deixaram você sentir dor esse tempo todo?

Vanessa: Os médicos cismaram que o meu parto tinha que ser normal, até aí tudo bem, mas aí foram se passando as horas e nada de o Victor querer vim e eu lá, só sentindo dor. Tentei a todo custo fazer uma cesariana mas nada, o menino que estava comigo surtou e fez mó barraco porque eu estava sofrendo de dor. De final o médico falou que se até as cinco da manhã o Victor não viesse eu ia fazer cesárea.

Clara: Mas aí o que rolou depois? - Perguntei curiosa.

Vanessa: De três e meia da manhã eu comecei a sentir as contrações mais forte aí eles me levaram pra sala de parto. Até isso tudo rolar já eram quatro da manhã, as exatamente quatro e vinte da manhã o Victor nasceu.

Clara: Cara eles fizeram você sofrer então né, oito horas sentindo dor!

Vanessa: Foi pô e por causa disso eu tomei trauma, não quero ter filhos nunca mais! Atualmente eu uso diu né, mas não é totalmente seguro, aliás nenhum método é!

Clara: Sim! Tenho até medo de acontecer umas coisas dessa comigo.

Vanessa: Olha, só aconteceu comigo porque o hospital era uma bagunça. Te contar, ó hospital ruim. Não gosto nem de lembrar dele.

Duda: O gente. - Gritou do banheiro e eu e a Vanessa fomos correndo pra lá.

Clara: Chora.

Duda: Quando uma água escorre de dentro de mim significa que a bolsa estourou né?

Clara: Tu fez curso de maternidade e não sabe Eduarda? É claro né!

Duda: Era só pra ter certeza. A minha bolsa estourou! - Olhei pra ela que continuou fazendo fitagem no cabelo, como se nada tivesse acontecido.

Vanessa: Amor teu filho tá nascendo e tu tá aí plena se arrumando? - Falou rindo.

Duda: O Marcelo nasce aqui, no banheiro, mas eu não saio desarrumada de jeito nenhum! Tô indo parir meu filho, tenho que tá o mais linda possível.

Clara: Eu tô nervosa por você então, onde tá as coisas dele e as suas? 

Duda: A bolsa dele tá lá no meu quarto dentro do guarda roupas e as minhas estão em cima da cama, já tá tudo pronto e só pegar e colocar no carro. - Falou tranquila. - Pronto acabei meu cabelo, vou só passar uma maquiagem e vestir uma roupa.

Vanessa: Só queria ser calma a esse ponto. - Se encostou na porta e ficou olhando a Duda se arrumar.

Namoral até sai dali, a calma da Duda tava me deixando doida. Acho que como eu sou muito agitada, pessoa calma de mais de irrita.

Fui pro quarto e peguei a bolsa do Marcelo e a dela. Peguei os documentos e já deixei tudo no fácil pra gente sair.

Liguei pro Felipe, mas só dava na caixa postal, acabou que eu liguei pro Matheus pra perguntar sobre ele, mas ele disse que o Felipe estava fora do morro resolvendo sobre esses negócios de drogas deles.

Acabou que quem veio pra levar a Duda pro hospital foi o Matheus, a Vanessa foi pra casa dela com o Victor já que ele não poderia ir com a gente no hospital e eu fiquei de dar notícias pra ela.

A maternidade era fora do morro então demorou uns minutos pra gente chegar. A Duda tava toda nervosa com medo dela ficar o tempo que a Vanessa ficou pra ganhar neném. 

Pra quem estava super tranquila!

Ela foi levada pra sala pra fazer os exames e essas coisas assim e eu fiz o cadastro dela enquanto o Matheus ficou sentando de cabeça baixa em um cantinho que não tinha ninguém ali.

Lá no MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora