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Magrinho •

Mó ideia errada colocar a Eduarda pra ganhar neném fora da morro, mas tá suave. Vai ser foda pra caralho eu ficar com ela lá pô. Minha ficha é limpa, mas os cara pode tá de marcação pro meu lado. Nunca se sabe.

Peguei meu carro e sai do galpão que eu tava a milhão, eu queria ver a todo jeito meu filho nascer pô, e do lugar que eu tava até o hospital, se pá era uma hora de estrada ou mais.

Fiquei sabendo que a Duda tava entrando em trabalho de parto por um dos cara que tava comigo resolvendo as parada de uns armamentos que ia chegar na favela e mais uma pá de coisa. Meu celular tinha descarregado no meu caminho e meu outro reserva tinha ficado em casa. Justo no dia que eu mais preciso dele!

Depois de quase uma hora dirigindo eu estava quase perto do hospital, quando ouvi um barulho de sirene, olhei pro retrovisor e já vi logo os bota atrás de mim. Fazendo sinal pra eu encostar com o carro.

Tanta hora pra esses cara aparecer.

Pensei em acelerar e sair dali rapidinho, mas só ia ser atraso e eu ia perder o parto do meu menó. Minha ficha é limpona então eu parei o carro num canto ali e olhei eles saírem do carro.

- Desce do carro e coloca a mão na cabeça!

Magrinho: Tô atrasadão mermo, fala daí que eu te escuto.

- Tu escutou o que eu disse? Obedece porra, tu acha que é quem pra me desautorizar!? Sai do carro agora se não daqui mermo eu atiro em tu. – Falou apontando a arma pra mim.

Olhei no ódio pra ele e desci do carro, me encostei num quanto ali e fiz o que ele pediu.

- Tá vindo de onde?

Magrinho: Do Leblon. - Meti o louco na cara dura enquanto o outro polícia me revistava.

- Seu nome completo?

Magrinho: Felipe Nogueira do Santos. - Olhei pra ele serinho.

- Te conheço de algum lugar. 

Magrinho: Hm, que bom né.

- Tu mora aonde e tava indo pra onde?

Magrinho: Caraí, eu moro no Leblon e eu tô vindo de lá! Tô indo pro hospital minha mulher tá ganhando neném. Posso? - Falei já bolado.

- Tu tá muito folgado pro meu gosto, quié tá achando que tá falando com os teus parceiros? Eu acho que eu vou ter que dar uma volta contigo pra tu vê com quem tu tá falando,tá achando que é quem aqui porra? - Falou aumentando o tom de voz.

Aí namoral, se meu filho não tivesse nascendo esse cara já tava estirado no chão a mó cota.

- A sua identidade! – Um outro carinha lá pediu e eu tirei ela da carteira e entreguei pra ela.

Entreguei na boa mermo, podem revirar o que for. Não devo nada pra esses caras não.

Olhei pra trás e já vi alguns dos policiais que tinha ali olhando meu carro. Eles falavam umas parada baixinho ali entre eles e eu já fiquei esperto. 

Nego tá achando que o pai é otário pô. Eu consigo maldar no ar quando uma pessoa que fazer alguma parada ruim.

Eles falavam uns bagulho entre eles ali e eu só sondando, mas na boa, já tava ficando puto ali já.

- Se liga Gomes. - Um dos homens chegou falando. - Em cima da gente tem duas câmeras, libera o pivete não. - Falou meio baixo eu já fiquei na ativa.

Gomes: Ai menorzinho, ia te levar pra um passeio comigo mas nem dá pô. - Falou rindo e eu encarei ele serin. - Tá liberado, hoje é o seu dia de sorte. - Me entregou meu documento. - Felicidades aí pro teu filho. E ó, se liga em... Nem todos vão aceitar ouvi esculacho teu não em.

Olhei pra ele sério e nem respondi, pelo o que o outro cara lá deu a entender eles ia fazer alguma parada comigo, só não fizeram por causa das câmeras.

A minha sorte foi que eles nem tiveram tempo de mexer no meu carro, pô tinha duas pistolas uma delas tinha até silenciador, tava com mais de trinta mil reais no porta luvas do carro, que era um dos lucros de uma das lojas, sem conta as drogas que eu tinha ali.

Se eles tivessem achado eu tinha dançado manerin ali.

Namoral, só tenho a agradecer a essas câmeras ai. Livrou minha cara legal!

Lá no MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora