Quando eu tinha treze anos de idade, eu sabia exatamente quem era. E todos ao meu redor diziam que "ainda é muito cedo pra saber"
Hoje me pego redescobrindo amores antigos e pensando, quando fui que deixei você?
Minha paixão por mitologia grega e meu amor pelo mar, meus sonhos de dominar o mundo, escrever e viajar, meus medos mais profundos que até hoje não mudaram. Minha personalidade ignorada por mim mesma afim de descobrir se acertaram. Eu comecei a acreditar nisso, que era nova de mais, cedo de mais. E hoje quando reflito sinto que me perdi no momento em que tentei crescer, qual é o problema dos adultos que sempre precisam nos dizer o que fazer?
Eu estava perfeitamente bem perdidas em livros de fantasia e filmes blasé.
Quando eu fiz quatorze escrevi uma carta para mim mesma e eu dizia, eu te conheço, você precisa fugir. Para longe das pessoas que conhece e de quem pensa que se tornou, antes que seja como eles antes que vire um zumbi, idiotizada pela ideia de possuir coisas, perdida na rotina desejando sumir. Eu sabia que meu propósito era maior que tudo isso e que a vida era mais do que me permitiam sonhar, que eu me perderia no abismo e a minha mente seria a única chance de me salvar, hoje me sinto presa numa cela confortável que eu mesma construí, sou o carcereiro e o condenado numa cadeia invisível que só existe enquanto eu permitir, esperando ter coragem o suficiente para cumprir meu destino
e me deixar ir.
VOCÊ ESTÁ LENDO
As coisas que escondo do espelho
PoetryDepois de escrever "As coisas que falo com o espelho" (dos 14 aos 17 anos), um livro que foi durante os 3 anos do ensino médio meu porto seguro de poemas e desabafos, cheio de amores platônicos e corações partidos eu decidi continuar com a poesia ne...