Sinto minhas raízes fundas na terra me chamando.
Por vezes, tão alto que quase consigo escutar
E elas cantam, eiá.
Um cantigo antigo de deuses a muito esquecidos
Elas dizem, venhá.
E eu finjo surdez, pois nem sempre posso clamar.Sinto meus braços ficarem mais leves e minha coluna vertebral arrepiar, corpos etéreos dançam ao meu redor, posso sentir o cheiro de musgo no ar
Elas me cantam
Eeiá
E os tambores me levam pra lá
Todos os dias, as raízes me chamam, pelos nomes que foram tirados de nósPor aqueles que não sentem a vida correndo por entre as veias abertas da terra, o fogo que queima em nossas almas nunca nos deixa a sós
Guerra aos senhores
Paz entre nósEu não sei minhas origens, mas elas sabem como me encontrar. Então mais uma vez repito
A terra, o fogo, a água o ar
A terra, o fogo, a água o arFecho meus olhos sinto meus pés no chão. O divino que dispensa oração.
Mãos na terra deixo ela me guiar. Você é tão parte de mim quanto pertenço a esse lugar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
As coisas que escondo do espelho
PoetryDepois de escrever "As coisas que falo com o espelho" (dos 14 aos 17 anos), um livro que foi durante os 3 anos do ensino médio meu porto seguro de poemas e desabafos, cheio de amores platônicos e corações partidos eu decidi continuar com a poesia ne...