Eu acho que me apaixonei pela solidão da forma como deveria me apaixonar pelas pessoas e tenho medo de amar pessoas da forma como deveria temer estar só. Talvez eu esteja quebrada, talvez eu direcione meu amor de forma muito errada. Talvez eu não saiba amar. Que tipo de poeta de merda não sabe amar?
Dizem que se você olha por muito tempo para o abismo ele te olha de volta então por que eu só me sinto vazia quando estou cercada por pessoas? Talvez meu inferno sejam os outros. Tão frívolos, tão superficiais, tão frios. Tão como eu, e ainda assim trazem o pior em mim com uma facilidade envergonhável. Tudo parece tão mais fácil quando estou" sozinha".
Eu e meu coração, minha mente, minha música, minha garrafa, minha fumaça, meu amor. Meus pensamentos e medos não divididos e secretos, o silêncio e as batidas no meu peito. Quando foi que comecei a temer pessoas e amar coisas que podem me matar?
Já não acredito mais em "eu te amo's" como já não acredito em contos de fadas. Com uma fé irrefutável e um medo irracional do ridículo. Estou bastante acostumada em ser amada, é claro que sim. Sou uma ótima atriz e todo mundo ama Hollywood, é claro que você me ama, criei uma personalidade só pra você! Peguei seus desejos mais profundos, suas expectativas irracionais e te permiti coloca-las em mim, eu sou sua extensão no espelho e qualquer coisa que quiser
qualquer coisa menos quem realmente sou ou a verdade em meu coração.
E toda vez que acho que posso sair do personagem descubro que a verdadeira razão pela qual me amam é a fantasia que criei para agradar. Talvez a culpa seja minha também, por me fechar e não deixar que ninguém se aproxime realmente, ninguém exceto o maravilhoso silêncio que sou quando aprendo de novo a lidar com a partida de mais alguém
-Vão embora, eu digo, esperando que algum dia alguém decida ficar, e ainda assim...
caindo de amores pelo vazio em mim. O único que realmente repeita o fato de eu ser incompleta.
-Um devaneio nada sóbrio sobre: meu amor por estar sozinha com meus pensamentos e meu medo irracional de ser eu mesma.
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As coisas que escondo do espelho
PoetryDepois de escrever "As coisas que falo com o espelho" (dos 14 aos 17 anos), um livro que foi durante os 3 anos do ensino médio meu porto seguro de poemas e desabafos, cheio de amores platônicos e corações partidos eu decidi continuar com a poesia ne...