FAMILIA

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Capítulo 5 – Familia

Park Jimin On

Aquela casa era enorme e eu partircularmente gostava da estufa e da piscina, mas Bo-ah pedia para que eu não ficasse do lado de fora durante o dia, porque algum paparazzi poderia me vez e ela queria me dar um tempo pra me acostumar com ela, antes de me acostumar com a ideia de que eu seria manchete de jornal.

Ela estava tentando abafar o caso e me manter o mais longe possível da mídia e eu entendia, já estava sendo difícil o suficiente aguentar tudo isso, não queria ter cada segundo da minha vida exposto para o mundo.

Bo-ah era muito mais famosa do que eu imaginava e todo mundo havia ficado sabendo do caso do filho perdido da cantora Bo-ah. Ou seja, minha vida seria um inferno quando me descobrissem.

Por outro lado, Jungkook estava se saindo o irmão perfeito. Acho que havíamos nos tornado grandes amigos naqueles últimos dias e ele conseguia se dar bem até com o Jinhun. Era algo incrível de verdade.

Yoongi e Namjoon haviam vindo quase todos os dias e eu já me sentia como parte da galera. Eram raros os momentos em que eu ficava sozinho e eram nesses momentos em que eu mais sentia falta da minha mãe. Bo-ah havia mandado Jackson Wang atrás dela e eu tinha fé que assim como ele me encontrou, ele também a encontraria.

– Então... Tá animado? – Jeon me perguntou enquanto mudava os canais da TV e eu sentei ao seu lado e o olhei confuso. – É fim de semana. Seulgi vai vir e eu quero apresentar você pra ela. – Ele disse felizinho e eu dei de ombros.

– Acho que vai ser legal.

Qualé. Fica mais animado. Você vai gostar dela. – Ele tenta novamente.

– Eu tenho certeza que sim, mas não to muito no animo pra nada hoje. Acordei cansado Jungkook-ah. – Eu disse me jogando em cima dele. Fazendo manhã.

Ih. Jimin acordou com a síndrome do bebe. – Jinhun disse se aproximando e eu fiz careta, fazendo ele rir.

– Sindrome do bebe?

– Mamãe costumava chamar ele assim, quando ele ficava todo grudento e manhoso. – Ji explicou e eu me soltei de Jungkook pra abraçar Jinhun. – Sai. Chim. – Ele riu tentando se soltar dos meus abraços e beijinhos. – Você tá precisando de um namorado, isso sim.

Eu só preciso de amor, Ji. Seja bonzinho com o seu Hyung e me de um abraço. – Resmunguei com uma voz suave e ele riu mais, antes de me apertar em um abraço.

– Ainda bem que eu to indo para a escola. – Ele disse animado. – Ele vai ser um problema todo seu Jungkookie.

– Não fala assim do seu Hyung. – Eu disse fingindo estar bravo. – Eu te dou tanto amor, porque você não me trata com amor também?

Não fala assim do Bebe, Ji. – Jeon respondeu o Jinhun me abraçando e me levando com ele para o estofado do sofá. – Vem, chimchim, eu te dou todo o amor e carinho do mundo. – Ele disse com uma voz fofa e eu ri enquanto ouvia o barulho falso de nojo e vomito do Jinhun e abracei ainda mais o Jeon.

– Viu, bobão. – Eu ri fechando os olhos aninhando minha cabeça no peito do Jungkook e não demorou muito para ouvir a reclamação do Jinhun.

– Ta. Já chega. Solta ele. – Ji resmungou tentando nos separar, mas Jungkook apenas me apertou mais forte. – Solta o chim. Ele é o meu irmão. – Jinhun disse todo ciumento, mas Jeon apenas riu.

Ele é meio que meu irmão também. – Jeon resmungou animado e eu me senti travar com sua fala e me afastei encarando Ji, que não parecia muito surpreso.

– Ji. Ele não quis... Nós não... – Eu gaguejei, mas ele apenas concordou com a cabeça.

– Tudo bem, Chim. Eu sei. – Ele disse calmamente. – Eu ouvi sua conversa com a mamãe. Depois disso, ela me deu um beijo de boa noite, disse que me amava e me mandou cuidar de você. – Ele contou com o olhar pesado. – Você disse que ela viajou a trabalho, mas enfermeiras não viajam. – Disse de forma sensata e eu me senti burro, porque aquela criança era mil vezes mais esperta do que eu. – E Bo-ah ta cuidando da gente. Então imagino que ela seja a sua mãe. Jungkook é como um filho pra ela, então também é nosso irmão.

– E você não... não tá triste ou com saudade da Mamãe? – Eu perguntei o olhando com ternura e ele abaixou o olhar.

Estou. Eu vou sentir falta dela. Ela foi uma verdadeira mãe pra mim e me acolheu quando a minha morreu. Ela é minha madrinha e sempre vai ser. Então é claro que eu to com saudade, mas... mas eu entendo que ela teve que ir. – Seus olhos estavam com lagrimas, mas ele era um garoto durão. – E contanto que eu tenha você comigo, sei que vai ficar tudo bem.

Eu iria abraçar meu garoto e dizer que ele tava certo. Que nos dois eramos o suficiente um para o outro, mas então Jeon nos surpreendeu, nos abraçando com força.

Eu sinto muito. Não queria tocar em um assunto delicado. – Ele disse com voz de choro e eu achei aquilo adorável.

Awn. Não precisa chorar irmãozinho. A gente também te ama. – Jinhun riu da minha fala e retribuiu o abraço.

– Ta. Chega de melação. Eu tenho que ir pra aula. – Ele disse se soltando. – Jungkook, continue abraçando por mais 15 minutos e se o biquinho de choro insistir, de leite com biscoitos. – Ele disse como se fosse um médico passando uma receita para uma mãe com o filho doente e eu ri, ante de mandar ele ir embora, mas Jeon realmente me abraçou com força.

– Pode deixar. Eu cuido dele. – Respondeu gritado para o Ji que já corria para a porta. – Pronto, bebezinho. O que você quer assistir? – Ele perguntou sem me soltar.

Eu não sei... – Resmunguei passando meu dedo pelo seu peito. – Pode colocar no que você quiser. – Ele parecia estar distraído, olhando pro meu dedo, mas logo limpou o a garganta e voltou seu olhar para a TV. Colocou em um canal aleatório e eu comemorei internamente por estar passando meu seriado favorito. – Eu amo supernatural. – Resmunguei descendo meu dedo pela sua barriga e sentindo os relevos dos músculos dele.

– Eu também gosto. – Ele resmungou soltando o controle e limpando a garganta mais uma vez. Um dos seus braços ainda estava ao meu redor em um abraço aconchegante e gostoso e eu resmunguei feliz ao ver que ia começar um episódio novo. – Acho que tá na segunda temporada. – Ele disse se remexendo e eu ri, pela forma como sua respiração estava travada.

Jeon. Você está incomodado com alguma coisa? – Eu perguntei sem solta-lo, principalmente porque era a sua mão que me mantinha no lugar.

– Não. Não. Não é isso. Eu só... Só tava pensando. – Ele resmungou travado. – Eu... não sei...

– Eu não acredito nisso. – Uma voz alta se fez presente na sala. E o barulho de uma bolsa batendo no chão também. Jeon e eu saltamos para fora do sofá, como se tivéssemos sido pegos fazendo algo errado, mesmo que não estivéssemos. Meu coração estava acelerado e minha garganta seca, encarei o homem a minha frente sem saber quem era ou o que fazer, mas quando vi lagrimas em seus olhos, eu entendi quem era e então corri pra ele.

Eu nunca tive um pai. Nunca mesmo. Desde o dia em que eu nasci, eu sempre soube que ele havia ido embora, me abandonado, mas a história verdadeira era outra. Ele estava ali, chorando de saudade e por estar comigo depois de tanto tempo.

Eu consegui sentir amor naquele abraço, assim como sentia no de Bo-ah e no da minha mãe. Eram todos diferentes, mas ainda assim, eram fortes e sinceros. E eu queria sentir aquilo pra sempre.

Park Kwan estava na minha frente. Me abraçando com força e beijando minha cabeça. Me pedindo desculpa por algo que não foi culpa dele e dizendo que me amava. E eu só soube chorar e me agarrar a ele. Porque durante anos, um pai era tudo o que eu havia pedido. 

LOST BOY - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora