Capítulo 8 – Noite
Park Jimin On
Eu estava enjoado, e tinha certeza que não era pelo pouco álcool que eu havia ingerido. Olhei para o teto novamente e estralei a boca, mal humorado com os meu próprios pensamentos.
Era besteira minha. Eles eram namorados. Ele era hetero e o enteado da minha mãe. Eramos quase irmãos agora. No que eu estava pensando? Ele tinha todo o direito de transar com ela se ele quisesse e ela tinha o direito de beijar o namorado dela.
Eu não podia me meter nisso. Eu não tinha direito nenhum sobre aquilo e tinha menos ainda de desejar ele. Era ridículo. Eu era ridículo. O que eu tava pensando?
Ele era ridiculamente bonito e um amor de pessoa, mas eu não tinha o direito de sentir alguma coisa por ele. Quando eu me despedi deles e vi ela sussurrar algo no ouvido dele, antes de entrarem no quarto, eu senti meu estomago revirar, e meus olhos arderem, era ridículo.
Tomei um banho gelado e me xinguei quando lembrei do beijo. Eu tava parecendo um menininho que tinha acabado de dar o primeiro beijo. Ridiculo. Me joguei na cama e não conseguia dormir, estava enjoado, porque no fundo, eu sabia o que tava acontecendo no quarto ao lado. Ridiculo.
Olhei no relógio do celular e eram 4:56 da manhã. Eu não ia conseguir dormir de qualquer jeito, então me levantei com raiva da vida e fui quase chutando o chão até a cozinha. Eu tava com raiva de mim mesmo, por estar com pensamentos ridículos como aqueles.
Abri a geladeira com raiva e bebi a agua com raiva e até mesmo tomei um susto com raiva.
– Caralho. Puta que pariu. – Grite assustado. – Precisava disso? Quem chega assim atrás da outra?
– Me desculpa. Eu não vi vocês chegando e fiquei preocupada. – Bo-ah disse se sentando na mesa. – Então, como foi? Se divertiu? – Perguntou genuinamente curiosa e eu ri me sentando com ela.
– Foi legal. Realmente legal. – Eu respondi tentando esconder a raiva. – Era uma festa normal de fraternidade. Tinha caras legais, musica legal, bebida ruim e adolescentes tomando decisões erradas. É a receita exata de uma festa perfeita. – Ela riu da minha conclusão.
– Que bom que gostou. – Ela disse sorrindo. – Fiquei preocupada de você não se acostumar com Seul. Você tinha seus amigos e os seus...
– Eu não tinha amigos. – Disse simplista. – Todo mundo da minha escola era um pé no saco e eu mandei todo mundo pro inferno quando me formei. – Dei de ombros. – Eu queria fazer faculdade fora, mas minha mãe era contra. – Fiz um pausa e logo ri sem muito humor. – Agora faz sentido o porque.
– Você gosta muito dela, né? – Bo-ah perguntou olhando pra mesa. – Você ainda a chama de mãe e trata as lembranças com tanto carinho.
– Sim. Eu... Ela foi uma boa mãe. Sempre me deu muito amor e carinho e eu nunca imaginei que pudesse não ser realmente filho dela. – Eu admiti. – Eu fico pensando... Pensando em como teria sido a minha vida se nada disso tivesse acontecido. – Eu disse pensativo. – Mas sempre que eu penso nisso, penso que eu teria perdido um monte de coisas... – Disse tentando engoli o choro.
– Tipo o Jinhun. – Ela completou compreensiva e eu olhei pra ela.
– Eu sei que perdi muitas coisas aqui. Sei que vocês perderam muita coisa, mas... Jinhun, ele é tão... Ele é meu irmão e eu não me imagino sem ele.
– Eu entendo. – Ela disse baixinho. – Eu pensei nisso também, esses dias, vendo vocês dois juntos e tudo mais. Pensei que Mina, errado por errado, ela te deu uma infância feliz, com memorias felizes e com uma paz, que você provavelmente não teria aqui. – Disse pensativa. – Eu e o seu pai sofremos muito sem você, pensamos que nunca mais iriamos te ver e que tínhamos perdido você pra sempre, mas agora, quando eu olho pra você, penso que foi o melhor pra você. – Ela disse com a voz tremula e quando ela olhou pra mim, pude ver sinceridade em seu olhar. – Espero encontrá-la. Eu realmente gostaria de agradecer ela por ter cuidado tão bem de você por tantos anos.
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LOST BOY - Jikook
Fanfiction| Tentativa de Comédia Dramática | Park Jimin On Eu sempre fui feliz. Eu tinha uma mãe carinhosa e um irmãozinho imperativo. O que mais eu poderia pedir? Claro que quando a cantora Kwon Bo-ah bateu na minha porta alegando ser minha verdadeira mã...