36- Embate

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_Natasha! _eu tentei gritar o mais forte que minha garganta inchada pelo espanto permitia.

_São... são... _ela gaguejou.

_Vazios! _eu disse em um sussurro como se as feras fossem ser menos reais se eu não pronunciasse seus nomes.

_Corre... eles vão... corre... _ela disse horrorizada.

Se eu corresse conseguiria chegar até a arena e me salvar, mas Natasha se encontrava paralisada em meio as duas feras a ziguezaguear para mantê-la em um círculo que estava se fechando cada vez mais.

_Natasha, precisa correr agora, rápido. _tentei manter a calma.

_mas... eles... não consigo. _aonde foi parar aquela garota corajosa e impetuosa? A super. Guerreira que me menosprezava?

_Consegue, Natasha corre! _os vazios aos poucos estavam se aproximando.

Eu sem pensar me vi correndo em direção a Natasha, me pus ao lado dela tendo que entrar no círculo de morte que os vazios estavam tentando projetar, eles não pareciam importar que alguém entrasse no círculo, deveria ser mais carne, agora sair... íamos ver.

_Você é uma burra. _ela esbugalhou os olhos ao me ver ali ao seu lado.

_obrigado pela parte que me toca, mais agora vamos. _eu a puxei e corri para um lado, mas quando íamos sair o monstro gigante abaixou a clava e fechou a passagem, nós freamos.

_Você é uma burra! _ela repetiu.

_Ok. O que devemos fazer?

_O que?

_você sabe, tática ou algo do tipo. _disse sem tirar os olhos das feras que se aproximavam lentamente.

_Eles são burros, só sabem matar...

_E? _eu tinha que a apressar, não tínhamos exatamente tempo.

_E eles só atacam e tentam cercar carne e comer! _ela disse hesitante.

_E?

_Eles são só extintos, use um pouco de inteligência e....

_entendi. _tínhamos que ser espertas. _mas preciso da sua ajuda.

_eu... _os vazios haviam parado de se aproximar, deveriam estar prestes a atacar, isso era o que estava nos dando tempo para tanto discurso. A garota parecia meio perdida, como se não soubesse o que fazer, eu resolvi tentar quebrar o gelo em suas veias.

_Você é demais, uma grande guerreira, então vê se cala a boca e vira de novo aquela cadela odiosa e admirável que me deu um pé na bunda a pouco!

Eu olhei para Natasha, e lá estava um sorriso genuíno e confiante.

_É, eu sempre tive vontade de chutar mesmo a bunda de uns dois vazios, vamos lá coisinha, vamos botar para quebrar!

Nesse momento Natasha me empurrou e no lugar onde a pouco estávamos a clava do gigante desceu levantando a neve inteira que estava ali. O outro vazio nos olhou e guinchou anunciando um ataque.

_Cuide dele. _Natasha gritou.

Eu me virei e encarei a criatura menor, ela já havia sido um homem, mas agora os lóbulos de suas orelhas estavam corroídos por vermes, algumas larvas estavam penduradas como brincos de argolas, ela me encarou com órbitas de olhos vazios, e eu amaldiçoei o fato de eu ter de cuidar dele, por que Natasha não disse algo como "deixa comigo", "observe o quanto sou incrível"?

A criatura pulou em minha direção, eu desviei dos seus dentes por pouco. Havia um galho recém caído no chão, a neve ainda não o havia sepultado, eu o agarrei, e quando a criatura pulou novamente em mim eu imitei o Tyler e dei uma bela pancada nela, mas eu não tinha os músculos do Tyler, então isso só interrompeu o avanço da criatura.

A Ordem Da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora