Eu comecei pelo que mais havia me deixado perturbada, contei de forma minuciosa o meu encontro com o monstro horrendo, relatei cada detalhe que consegui me lembrar sobre sua aparência, não esqueci de citar a névoa escura que o cercava. Tyler durante todo o tempo apenas me escutava calado sem dizer uma palavra sequer. Quando eu acabei de contar sobre a criatura ele finalmente falou.
_Ok, eu entendo. Mas Crystal, o que te fez resolver sair assim de casa? Foi por causa da crise da sua irmã ontem?
Depois que eu contei toda essa história perturbadora era isso que ele tinha para perguntar?
_Mais ou menos _respirei cansada, deixando meu corpo repousar no assento do carro, apesar de não gostar de falar sobre problemas pessoais para pessoas que não eram da família eu decidi desabafar _A Ângela ficou com muita raiva de mim pelo tapa que dei nela, assim que cheguei em casa ela veio até meu quarto tentar tirar satisfações e revidar _fechei meus olhos cansada _Eu acabei contando para a Luísa sobre o incidente na escola, ela ouviu a Ângela no meu quarto e foi me defender, elas discutiram e a Luísa acabou batendo na Ângela. _sorri triste _A Susan jogou toda a culpa em mim, disse que eu estava destruindo a família dela, disse que queria que eu sumisse da vida dela, então eu tentei sumir _O sorriso em meus lábios era apenas uma tentativa de esconder a minha dor.
Senti a mão do Tyler tocar a minha bochecha, eu o olhei envergonhada pelo contato _Isso no seu rosto foi obra da criatura da praça? _ele parecia irritado.
Eu olhei novamente no espelho retrovisor do carro, agora percebi que o tapa da minha mãe deixara um hematoma azulado na região da maçã do meu rosto, ela realmente havia batido forte _Minha... Susan, ela me bateu porque eu a respondi mal. _eu me sentia tão cansada, me acomodei novamente no banco e fechei os olhos.
O barulho de um tapa que o Tyler deu no volante me fez olha-lo confusa _Que mulher mais imbecil! _ele estava decididamente irritado _Como ela pode tentar te culpar por algo assim? Você é mais vítima nessa história do que ela, e a idiota ainda tem coragem de te bater? _eu estava com raiva de Susan, mas mesmo assim soava estranho ouvir alguém a insultar _Isso justifica você estar vendo coisas, quem não estaria no meio de tantos problemas e perturbações? _assim que ele disse isso fechou os olhos, como que se arrependendo das palavras, mas eu já havia ouvido tudo.
_Vendo coisas? _eu de repente estava totalmente desperta _depois de tudo que eu te contei você acha que eu estou vendo coisas?
Ele me olhou sério _Crystal, não fica chateada, mas você tem que entender que monstros não existem _eu bufei em resposta, ele fechou os olhos como alguém que busca reorganizar as ideias, quando abriu falou calmo _Tudo bem, você pode ter visto um viciado na rua, ele pode ter te perseguido te assustando, mas não era um monstro, e com certeza não havia fumaça preta. Você precisa entender que é normal isso, quando estamos muito estressados nossa mente pode criar coisas para justificar nossa tensão. _Tyler estava conversando comigo pausadamente, como se eu fosse uma criança, isso me fez ferver de raiva.
_Eu não sou a droga de uma criança Tyler, e eu sei exatamente o que eu vi, eu não estou louca!
Ele esticou a mão e pôs no meu ombro de forma conciliadora _Eu não disse que está louca, mas nem sempre o que pensamos ver é o real, nossa mente pode nos pregar peças.
Eu empurrei a mão dele do meu ombro _Legal, isso que ganhamos em nos abrir para qualquer pessoa. _A raiva pulsava em mim.
Agarrei minha mochila e abri a porta do carro descendo rapidamente do veículo, bati a porta e saí andando a passos largos, logo ouvi a porta do Tyler batendo.
_Crystal, você me entendeu mal, eu sei que você acredita ser tudo real, volta e vamos conversar com calma!
Eu apenas apertei mais o passo _Eu não tenho nada para falar com você, obrigada por vir aqui, mas agora pode ir embora! _o meu emocional estava mesmo abalado pois logo senti as lágrimas pinicarem meus olhos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Ordem Da Lua
FantasyCrystal Halle é uma adolescente aparentemente normal. Crescendo em uma família adotiva vivencia problemas típicos de uma adolescente, conflitos familiares, amor platônico e dramas no ambiente escolar. Ela nem imagina como isso mudará... Ao lado do l...