Um (in)feliz dia da mulher

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Rastejo sobre as lâminas do machismo
Corro contra o vento da desigualdade
Mergulho no mar de negligência

E ainda assim, sigo de pé

Porque apesar de sangrar, cansar e me afogar
Ainda assim, tenho forças pra continuar

Eu não paro

Não por você
Não pelo mundo
Não por ninguém

Meus limites apenas eu crio
Os seus eu elimino
Porque não são suas correntes que irão me prender
Então não espere que eu vá me render

Minha garganta pode secar de tanto gritar
Mas não vou desistir de lutar
Porque sou mulher
Não sou Amélia, mas sou de verdade
E não me ajoelho diante de sua crueldade

Pode me matar se quiser
Mas não se esqueça que saiu do útero de uma mulher
A mesma que chora por sua dor não ter valor
Será essa a mesma que você ceifou

Mereço ser amada
Não humilhada
Então só venha falar comigo, quando a impunidade se resumir a nada.

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