Uma Proposta

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Gandalf cavalgava o mais rápido que sua montaria permitia, abrindo passagem entre os homens da cidade do lago. Em certo ponto, ele desmontou, e olhou em volta.

Vários homens brandindo espadas treinavam, e um exército de elfos marchava organizadamente. Um homem de cabelos negros olhou para ele, e disse:

- Ei, você, de chapéu pontudo! Não queremos mendigos, pedintes, ou vagabundos por aqui! Já temos problemas demais sem pessoas como você! Vá embora!

- Quem está no comando aqui? - Gandalf perguntou.

- Quem pergunta? - Outro homem surgiu.

O mago rapidamente explicou quem era. Logo, Bard, Thranduil e Gandalf estavam reunidos em uma barraca.

- Deixem de lado essa rivalidade tola com os anões! Uma guerra se aproxima! O antro de Dol Guldur foi esvaziado. Vocês correm perigo mortal!

- Do que você está falando? - Perguntou Bard.

- Vejo que você não entende nada de magos - Thranduil disse - Eles são como um grande trovão durante uma ventania, se aproximando lentamente, e apavorando todos com um alarde. Mas as vezes uma tempestade é apenas uma tempestade.

- Não dessa vez - Gandalf disse - Exércitos de orcs estão a caminho. Eles são guerreiros, foram criados para a guerra. Nosso inimigo convocou todas as suas forças.

- Porque ele se revelaria agora? - O elfo o interrompeu.

- Porque nós o forçamos, quando a companhia de Thorin Escudo de Carvalho saiu para recuperar sua terra natal. Os anões nunca deveriam ter chegado a Erebor, Azog o profano foi enviado para matá-los. Seu mestre tenta controlar a montanha. Não pelo tesouro, mas por onde ela está, é uma posição estratégica. Essa é a entrada para reconquistar as terras de Angmar ao norte. Se aquele reino cruel se erguer outra vez... Valfenda, Lórien, o Condado... Até a própria Gondor cairão.

...

Já estava anoitecendo, e eu tinha tomado uma decisão. Eu não podia continuar na montanha. Eu podia sentir que algo muito maior do que a doença de Thorin estava por vir. A melhor forma de ajudar seria me unir a Bard e os elfos. Thorin não confiava mais em mim, e eu não teria nenhuma influência no conflito se continuasse lá. Por isso decidi sair escondida.

Não foi muito difícil. Consegui me mover em total silêncio, e sair da montanha enquanto os anões estavam dormindo. Bofur estava no turno da guarda, mas ele não me viu saindo.

Caminhei por um bom pedaço até alcançar o acampamento dos homens do lago. Eu pedi informação a um grupo, para localizar o lugar onde Bard e Thranduil estavam, e eles responderam prontamente ao ver que eu era uma elfa.

Logo avistei a barraca. Ouvi a voz de Thranduil discutindo com outra voz, que eu conhecia muito bem. Gandalf. Não consegui evitar me sentir feliz. Se Gandalf estava aqui, com certeza teríamos bons conselhos.

Assim que entrei na barraca, todos os olhares se voltaram para mim.

- Aerin - Gandalf disse, com um sorriso - Será que meus olhos me enganam, ou estou vendo fantasmas?

Eu sorri.

- Com certeza está enxergando muito bem Gandalf. É tão bom vê-lo de novo!

- Muita audácia vir até aqui, não é? - Thranduil perguntou arrogantemente - Chegou bem longe... E levou meu filho para longe também.

- Com certeza agora não é a hora de discutir esses assuntos - Eu disse - Posso lhe assegurar que não foi com facilidade que cheguei tão longe. E eu tentei convencer Legolas a ficar, mas como deve saber muito bem, ele sempre vai acabar fazendo o que bem quiser.

A GreenLeaf #3Onde histórias criam vida. Descubra agora