capítulo 546

667 34 1
                                    

1 mês após a morte do Marcos... 🍂

Gabriela Narrando:

Hoje faz um mês que o meu pai morreu e um mês do Calebbe também, é horrível assimilar uma coisa com a outra.

Pra ser sincera? Não superei, choro todas as noites, perdi mais peso do que deveria, as palavras dele e os nossos últimos momentos juntos não saem da minha cabeça.

Isso me deixa ainda pior, só estou forte pro meu filho, porque até pro meu casamento está meio fraco. O Coringa faz de tudo pra me agradar, mas o problema é comigo, me afundo cada vez mais. E não vejo saída dessa escuridão.

Meu irmão? O Jhon está pior que eu, bebe diariamente, quase não dá conta da empresa, a Ali fala que está insuportável viver assim. Eu entendo ela, imagino que na cabeça do Coringa passe isso.

Minha mãe? Bem, ela está lutando forte contra uma depressão, minha vó está morando com ela, a mesma se recusa vir pro Rio, meio que tomou um trauma daqui.

[...]

Estava arrumando a bolsa do Calebbe, teríamos pediatra hoje. O Caíque entrou no quarto e foi direto pro banheiro, 10 min depois já voltou pronto.

Coringa: tudo pronto? - assenti

Ele me ajudou com as coisas, descemos e fomos a clínica, assim mesmo, sem trocar muitas palavras, nossos dias estão sendo assim, todos eles.

[...]

Médica: mamãe a senhora continua perdendo peso? Tão drásticamente pode prejudicar seu bebê

Disse após fazer uma avaliação breve, ela sabia o que eu estava passando e já tinha me recomendado um psicólogo várias vezes.

Após o sermão, ela nos liberou, o Coringa saiu com o Calebbe e as bolsas no braço, fomos para o carro, ele botou o Calebbe no fundo e seguimos, ele tomou um outro rumo.

Eu conhecia aquele caminho, a pedra que nós tínhamos feito as pazes uma vez, ele estacionou o carro e me olhou.

Coringa: a gente precisa muito conversar

Eu permaneci calada e ele se esticou até o banco do fundo e voltou com aquela caixa preta ( AQUELA) pois bem. Me surpreendi

Coringa: você lembra, no dia em que eu te dei ela, foi porque eu estava com medo de não voltar né? - eu assenti - tu lembra que a gente nem ficava assim, brigavamos mais do que dava certo ... Toma, eu preciso que abra e veja, talvez não seja surpreendente, mas eu espero que te dê uma luz nesse momento em que estamos passando

Me entregou a caixa e sua chave

Aconteceu no morro ||| continuaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora