"Guerra"

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Abby verificava se ele possuía algum machucado sério, e segura o rosto dele com cautela, James abre os olhos com dificuldade, encarando o mar castanho dela.

- Ab...- as mãos dele agarram os braços de Abby tentando acreditar do que via. - O que... - o que aconteceu voltava como um flash em sua memória.

Abigail encosta a testa ensanguentada na dele, e o nariz pontudo do rapaz cutuca o seu. James fechava os olhos com força enquanto as lágrimas caíam e ele lembrava-se do pai.

Fleamont estava morto.

- M-meu p-pai. - gagueja apertando o braço dela nas suas mãos e ela deixa as lágrimas caírem em empatia.

- Eu sinto muito. - diz e afasta o seu rosto, James abre os olhos, a encara, vê Sirius chorar ao lado do corpo de Fleamont.

Se levanta de onde estava e em questão de segundos está ao lado do pai apertando a camisa amarela de botões que Fleamont Potter usava nas suas mãos sujas.

Sirius abaixa o olhar deixando as lágrimas fluírem como queriam, lembrou de como Fleamont o acolheu na sua própria casa, e o tratou como um filho, era um pai que Sirius nunca teve antes.

James gritava como uma criança, sua garganta parecia querer explodir e os seus soluços eram as únicas coisas que se conseguia ouvir além do barulho da chuva.

Dumbledore tirava o seu chapéu em sinal de respeito, e abaixou a sua cabeça tristemente.

Os recém-casados Arthur e Molly Weasley fazem o mesmo fechando os olhos em silêncio, respeitavam o momento enquanto lágrimas de empatia rolavam pelo rosto de Molly.

Abby não queria chamar atenção para a sua perna machucada, aquela não era a hora certa para querer holofotes. Ela vê o corpo magro de Euphemia no canto da sala e rasteja silenciosamente até lá, suas umas raspavam no assoalho de madeira enquanto tentava se mover com mais rapidez sob os seus quadris.

Ela sente a pulsação de Euphemia.

Viva.

Euphemia está viva.

Tira alguns destroços de cima da senhora de cabelos escuros e limpa o rosto empoeirado. Com suas mãos ensangüentadas, o que torna o trabalho pior ainda.

Avistou a própria varinha e se rastejou até lá, talvez soubesse o suficiente para mantê-la bem, já que aparentemente não havia nada de tão grave em seu corpo.

James finalmente fica de pé, lembrando da força do pai, de como ele estava firme no que acreditava mesmo em risco de vida. E principalmente, de como sentiria falta dele.

Abraça o amigo ao seu lado de supetão, o gesto faz Sirius arregalar os olhos assustado, mas logo corresponder com um abraço apertado, tentando dissipar toda a dor que ele sentia e ou colocá-la em si.

- Eu preciso de você. - ele aperta mais o moreno corpulento, que molhava seu suéter sujo de lágrimas quentes.

- Eu estou aqui, irmãozinho, não vou à lugar algum. - Sirius promete e seu coração se parte ao ouvir o choro alto do garoto no seu ouvido.

Abby conseguiu diminuir a dor de alguns machucados que Euphemia sentiria mais tarde, e a mantém deitada em uma posição confortável, mesmo que no chão.

Ao olhar para trás, sorri fraco ao ver Sirius e James no abraço mais longo que já existiu, era essencial ter o apoio de quem amava nos momentos que mais doía.

Uma pontada forte na cabeça a lembrava: a adrenalina havia baixado consideravelmente no seu corpo, o que significava que as dores viriam com tudo.

TELL ME A SECRET || SIRIUS BLACK Onde histórias criam vida. Descubra agora