Bônus: Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban

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Sirius estava deitado no chão da sua cela suja, a sua mente vagueava pelos bons anos que ele viveu antes de ir para o inferno.

Observava a borboleta azulada voar pelo cubículo a alguns palmos de distância do seu rosto, não lembrava há quantos anos Abigail estava la com ele, mesmo que não dissesse uma palavra, era como se encarar as asas brilhantes o fizesse acreditar que era inocente, mesmo sendo obrigado a pensar o contrário todos os dias.

Ela sempre chegava para o trazer lembranças boas e ia embora, mas, era o que mantinha a sua sanidade intocada.

Dessa vez, ela o lembrava de quando dançavam não casa dos gritos, Elvis ecoava por todo o cômodo, e agora, a sua voz o seguia, enchendo as paredes da sua cela.

- Cala a boca, seu filho da puta! - A voz de Bellatrix Lestrange na cela à frente o fez gargalhar. - Eu não aguento mais ouvir a sua voz todos os dias por malditos doze anos.

Ele não lembrava que fazia tanto tempo que estava ali.

Canta mais alto, e a Lestrange solta um grito alto.

- Onde estão os malditos dementadores? Eu não negaria um beijo nesse momento! - Bella grita, encostando o seu rosto nas grades grossas. - Odeio você, odeio mesmo!

- Não seja tão sensível! - Sirius rebate gargalhando.

Encosta a sua cabeça novamente no chão, observando a borboleta, e a sua mente se deixa levar, invadindo-se pela lembrança dos doces anos em Hogwarts.

"Então, meu querido prisioneiro, o que acha de dançar o rock do presídio comigo?" - a doce voz de Abby ecoava pelos seus ouvidos.

Sua pele arrepia e um sorriso sincero rasga o seu rosto, fazia tanto tempo que aquilo não acontecia, que seus músculos faciais já haviam sido desacostumados com a felicidade.

Até que toda a emoção da lembrança parecia se esvair, a memória era cinzenta e triste, como um céu nublado, os sorrisos de Abigail não o arrepiavam, e os olhos dela haviam se tornado algo assustador.

O beijo do dementador.

Sirius abre os olhos e um clarão azul quase o cega, afastando o dementador de si. Abby o havia salvo mais uma vez, a pequena borboleta brilhava na forma de um patrono, afastando todos os dementadores que ali estavam.

Aquilo chama a atenção dos carcereiros humanos, claro, não era normal um patrono ser invocado em Azkaban, era praticamente impossível até para quem tem as varinhas consigo.

Ainda um pouco grogue, Sirius nota um guarda dentro da sua cela, e tira sorrateiramente o jornal do seu bolso, escondendo o papel dentro da roupa em trapos.

Quando o local volta a ficar vazio, Sirius tira dali, tateando o papel com os dedos trêmulos. Os Weasley's estavam na primeira página, no Egito, o rapaz não pôde deixar de sorrir em empatia, contente por terem ganho na loteria.

Não lembrava que eram tantos.

Passa o dedo pelo rosto do inconfundível Bill, lembrava daquele garotinho como se o tivesse visto no dia anterior.

Bom... ele não era mais um garotinho.

Nem ele, nem os gêmeos travessos.

Sirius nunca havia se dado conta do tempo que passou em Azkaban, aquilo o assustava, ver que todos estavam seguindo as suas vidas.

Se pegou pensando em Harry, sabia que ele seria bem criado e muito amado nas mãos da doce Abigail, ela o faria a criança mais feliz do mundo.

Ao olhar para o Weasley mais novo, Sirius sente o ódio mais puro que já sentiu tomar o seu corpo. Reconheceria aquele maldito rato em qualquer lugar.

TELL ME A SECRET || SIRIUS BLACK Onde histórias criam vida. Descubra agora