"Pureza"

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Lily se aproximava da escrivaninha de Abigail Parsons, que resistia olhar no mar que tinha nos seus olhos claros, apenas encarava fixamente a madeira, encolhida como uma criança.

Encosta na pele clara de Abigail com carinho, acariciando sua perna amorosamente. A envolve em um abraço reconfortante, seu coração parecia quebrar mais ao passo que Abby soluçava, balançando nas suas mãos.

- Foi tudo a minha culpa. - sussurra e Lily nega com a cabeça a apertando mais.

- Não foi, querida. - esfrega os braços de Abby, com o intuito de esquenta-los com atrito.

Era um dia frio e Abby usava apenas um pijama curto, encolhida na cadeira do seu pai. Nunca se sentiu tão pequena quanto naquele momento.

- Você não tem culpa de nada. - Sussurra. - Acredita em mim.

- Eu poderia ter lutado mais.

- Não. Você fez o melhor que pôde.

Abby se entregava às lágrimas, apertando a própria pele em um ato de auto punição, se odiava como nunca se odiou antes.

- Por que eles precisavam ir?

- A mulher mais inteligente que eu conheço, um dia disse... - A voz de Sirius a faz levantar o olhar para encara-lo. - as pessoas que amamos nunca nos deixam sozinhos, elas nunca se vão de verdade. - se aproxima dela. - Sempre podemos encontrá-las aqui.

Encosta sua mão no peito esquerdo de Abigail, sorrindo de leve.

No esconderijo, James observa Alvo Dumbledore encarar a porta do quarto de Abigail sem dizer uma palavra, caminha em passos lentos até o velho diretor.

- Escutei o que o Voldemort disse ao senhor... - inicia chamando sua atenção. - na casa dos Parsons.

- Tem certeza do que ouviu, James?

O Potter puxa o ar tomando toda a coragem do mundo para fazer uma pergunta daquelas, o velho tinha uma de suas sobrancelhas levantadas e as mãos juntas.

- Absoluta, Diretor. - garante. - Era sobre a Abbyzinha, não era?

- Acredito que a situação da senhorita Parsons só diga respeito à ela.

- Eu discordo, senhor, com todo respeito. - mantém o contato visual. - A Abby, sendo uma membro da Ordem e minha melhor amiga, creio que me dá o direito de também entender o que está acontecendo.

O velho sorri de leve encarando o chão, parecia incomodado e pensativo, depois de longos segundos, torna a encarar James no fundo dos olhos castanhos.

- Você é um bom garoto, Potter.

- O que ele falou, sobre uma arma... - James tentava lembrar. - arma humana... sua criação.

Parece ponderar algo enquanto escutava o que o Potter dizia, suspira uma última vez e decide.

- Sabe guardar segredos, James? - o garoto assente. - até mesmo os mais dolorosos dos segredos? Aguentaria sem dizer uma palavra?

- Tem a minha palavra. - garante.

- Eu cometi um erro. - admite. - um erro terrível.

James sente seu estômago incomodar e seu coração apertar.

Será que significaria que eles iriam perder a guerra?

- Quando Voldemort reunia seus comensais e se tornava mais forte, eu temi pela vida daqueles que não o seguissem... - inicia. - Decidi que criaria um soldado perfeito, ou tão perfeito quanto pudesse, ensinaria tudo o que poderia para ele e quando chegasse a hora, eu não seria a única coisa que fizesse Tom recuar.

TELL ME A SECRET || SIRIUS BLACK Onde histórias criam vida. Descubra agora