"Transformação"

7.5K 870 459
                                    

Os dias se passavam e Abby ainda não trocava uma palavra com Sirius, muito menos os outros três marotos, a única coisa que os cinco tinham em comum era o choro antes de dormir quando lembravam dos dias anteriores que passaram juntos.

Marlene e Lily conversavam no salão comunal da grifinoria, a ruiva carregava um olhar fúnebre consigo, odiava se sentir culpada.

- Ela não fala comigo há dias. - Lily fala chateada e a loira escutava atenta. - Abby fala com você?

- Bom...- Marlene tenta. - ... não quero deixar você chateada, querida, mas eu não sabia da mentira, ela fala comigo porque eu não tive culpa.

Lily se sente pior ainda e abraça os próprios joelhos, não imaginava que fosse tão grave assim, detestava perder os poucos amigos que tinha, elas estavam ficando próximas.

Na sala sala do Dumbledore, Abby tentava se transformar na sua forma de animago em frente à uma cobra prestes a atacá-la, tentava sem a sua varinha, mas não conseguia.

O velho observava cuidadosamente o quanto ela tentava determinada, fechava os olhos com forças, mas não conseguiu nem começar, estava com medo demais.

- Precisa parar de pensar no animal se quiser conseguir fazer isso. - Dumbledore comenta paralisando a cobra antes que ela atacasse a garota.

- Eu só preciso tentar mais uma vez. - Responde determinada e Dumbledore sorri com a típica teimosia lufana.

- Você precisa descansar.

- Eu preciso tentar mais uma vez. - faz a cobra mover-se na frente da garota mais uma vez naquela noite.

A cabeça da garota latejava de dor, era quase insuportável, tenta se concentrar fechando os olhos com tanta força que grita com o aumento da dor aguda.

A cobra desaparece bem diante dos seus olhos e a professora Sprout que observava tudo cuidadosamente ajuda Abby a se levantar do chão com dificuldade.

- Pelo menos agora nota que precisa me escutar quando eu disser que é hora de parar? - Alvo ensina pacientemente e preocupado.

- Não, eu estou bem, consigo tentar de novo. - Abby abre os olhos e mal conseguia enxergar de tanta dor.

- Já chega! Abigail, você vai para o dormitório agora! - Minerva McGonagall intervém com sua postura firme, Abby sente os pelos do seu corpo se arrepiarem por inteiro.

- Tudo bem. - a garota responde dando o braço a torcer.

- Bom... você ela escuta. - Dumbledore comenta fascinado enquanto a professora Sprout e Flitwick negavam com a cabeça para ele, assim que Abby sai acompanhada de um monitor-chefe, o diretor senta na sua cadeira.

Na sala estavam os quatro diretores das casas de Hogwarts, olhando para Dumbledore que tinha um sorrisinho satisfeito no rosto.

- Viram? - ele pergunta animado. - vocês viram?

- Você tentar matar a minha aluna? Vi, vi sim! - A professora Sprout se altera. - Não gosto disso, Alvo, não gosto mesmo, ela poderia ter se machucado.

- Eu não iria permitir que ela se machucasse. - tranquiliza a mulher baixinha. - Apesar de ser teimosa, ela não é ausente em inteligência, pelo contrário, não iria permitir se machucar também.

- Alvo, já não basta a garota ser um animago ilegal? - Minerva murmura. - Você ainda a incentiva a melhorar no quesito de fazer coisas erradas?

Minerva ardia de preocupação, odiaria que algo acontecesse com algum de seus alunos, Alvo Dumbledore parecia fora de si para ela, mas o diretor sabia exatamente o que estava fazendo, ele sabia o que se aproximava a cada vez que o ponteiro do relógio mudava.

- Hogwarts foi criada para formar grandes bruxos, ela já traz consigo coisas que todo bruxo incrível tem: determinação, coragem e bondade. - Alvo defende. - Eu precisava dar um empurrãozinho para ajudá-la a ser o que é: fora da média.

- Nisso você tem razão, Alvo, tem toda razão. - Slughorn fala pela primeira vez naquela noite. - Ela criou uma pomada especial para cortes profundos, capaz de cicatrizar com mais facilidade até mesmo machucados produzidos por um licantropo.

- Não para por aí, Horácio, eu joguei veritaserum na bebida dela, e a garota não disse uma palavra, apenas me respondeu com um educado "Não quero falar sobre isso". - Alvo compartilha animado.

- Você o que? - Minerva se altera. - Está passando de todos os limites, Alvo, não pode estar achando isso cabível, Horácio!

- Bom... eu... - Ele tenta se defender, mas não tinha nada contra Dumbledore desenvolver uma aluna que acreditasse no potencial.

- Horácio, sabe muito bem o que aconteceu depois de você acompanhar um aluno tão de perto assim, sabe o que ele se tornou. - um clima pesado toma conta da sala e Fawkes renasce novamente naquele momento, recebendo um carinho da professora Sprout.

- Abigail não é como Tom era. - Alvo garante. - Ela é tudo que ele nunca foi.

- Tom era inigualável. - rebate Slughorn. - Por mais que me doa admitir, Parsons não é tão poderosa quanto ele era, mal conseguiu se transformar diante de uma simples cobra.

- Ela estava com medo, distante, e diante da coisa que ela mais teme.

- Cobras, o maior medo dela são cobras? - Horácio constata um pouco ofendido por conta da sua casa.

- Surpreendentemente sim, ela arde de repulsa quando vê uma.

- É como ser abraçado. - Slughorn ironiza bebendo um gole de whisky de fogo. - Se reage assim a animais tão elegantes e precavidos quanto serpentes, imagine como agiria diante de um animal mais perigoso?

- Deveria ver como ela agiu perto de um cão de três cabeças. - Dumbledore comenta e a professora Sprout sente seu coração ser arrancado do peito. - Eu sabia que ela sentia medo, mas não notaria se não a estivesse observando de perto.

- Alvo! Não vai mais fazer mais isso com nenhuma das minhas crianças, principalmente Abigail Parsons, elas precisam aprender de forma natural. - Sprout esbraveja saindo da sala chateada.

Sirius esperava Abby sair do dormitório da Lufa lufa na manhã seguinte, estava determinado a fazê-la falar com ele, assim que a garota sai sozinha, seus braços são puxados para o corredor da cozinha de Hogwarts.

- Sirius, eu já disse que não queria falar com você. - Ela briga.

- Eu sinto tanta saudade sua, gatinha. - Sirius tenta ser o mais galante possível.

- Não vai funcionar, Pulguento, e eu já avisei, não quero ouvir uma só palavra sua. - sai de lá chateada e Sirius andava atrás dela sem pressa, Abby nem havia notado que era seguida.

- Pode tentar me ignorar, mas não vai mudar o fato de que eu sou apaixonado por você. - Diz o moreno em voz alta chamando atenção das pessoas que ali passavam.

Sirius rouba um papelzinho de um primeiranista da corvinal e rasga um pedaço, escrevendo desajeitadamente com a sua pena um bilhetinho para a garota que andava às pressas.

O bilhete vai voando até a garota como um passarinho e se enrosca no cabelo liso da garota.

Abby tira o papel dali e abre sorrindo de leve quando lê:

"Eu não vou desistir de você, já fiz a minha escolha.

- Seu Pulguento."

TELL ME A SECRET || SIRIUS BLACK Onde histórias criam vida. Descubra agora