𝐢 𝐰𝐚𝐧𝐧𝐚 𝐛𝐞 𝐲𝐨𝐮𝐫𝐬; kei tsukishima

13

-"estou esperando me dizer o que aconteceu que lhe fez voltar só agora"- o homem ao meu lado disse com um tom sério e afirmativo em minha direção, nem se importando se as outras duas no andar de cima ouviriam a conversa ou não.

Sem saber o que fazer na hora, continuei olhando para baixo enquanto meu pai batia o pé no chão repetidamente em forma de irritação.

-"você vai me explicar o que ficou fazendo durante a manhã inteira que não pôde nem me mandar uma única mensagem avisando que estava viva?"- se virando de lado indicando para eu fazer o mesmo, ele fez nossos olhares se cruzarem e foi nesse momento que eu vi o que não esperava.

-"eu sou pai, você sabe a preocupação que eu tenho sabendo que você andava com pessoas que acabou de conhecer num pais ainda desconhecido para nós?"- enquanto lágrimas escorriam pelo seu rosto, suas palavras iam se embaralhando umas nas outras.

-"pai, está tudo bem, eu estou bem"- obviamente eu sabia que ele não reagiria de uma maneira agradável depois do que eu tinha feito, mas nunca tinha se passado pela minha cabeça que ele iria chorar ali, bem na minha frente.

-"agradeça que nada aconteceu contigo durante essa festa, pois não sei o que faria sem você"- pegando na minha mão e a apertando, ele olhou nos meus olhos fixamente enquanto falava.

-"me perdoe, nós acabamos dormindo na casa onde foi a festa e acabei acordando tarde, eu prometo que isso nunca mais acontecerá"- eu disse sacando suas lágrimas com meu dedo de suas bochechas, uma coisa que raramente acontecia.

Há um tempo atrás eu provavelmente ignoraria o acontecido e fingiria que nada ocorreu, mas depois de tudo que ele já havia feito por mim, protegido à mim e minha saúde mental, que egoísmo meu seria de ser assim.

Proteção era a única coisa que senti, e sabia bem que o sentimento de ter dado essa preocupação e estresse para ele ficariam ali dentro de mim, me corroendo por dentro para sempre.

-"eu sinto muito mesmo"- baixinho só para que ele e eu ouvíssemos, eu falei apoiando minha cabeça em seu ombro para demonstrar o meu acolhimento.

-"eu sei que sempre demonstro e falo que estamos juntos independente de qualquer coisa, mas sei que consequências da sua vida te fizeram não conseguir confiar tanto nas pessoas quanto deveria"- meu pai disse depois de uns segundos em um silêncio confortável.

-"e essas consequências da vida são obstáculos que você tem que vencer para evoluir, se você está tendo que enfrentar um, significa que está crescendo"- com uma expressão calma no rosto praticamente ignorando tudo a nossa volta, ele complementou -"e para enfrentar cada um deles, eu vou estar ao seu lado"

Me puxando para um abraço de lado, o homem que fez a minha vida inteira até aquele ponto valer a pena me confortou de uma maneira que qualquer outra pessoa não poderia.

﹋﹋﹋﹋
-"ué, achei que a briga demoraria mais, arrumou muito problema?"- logo após entrar no quarto depois de conversar e explicar mais um pouco o que havia acontecido ao meu pai, Kiyoko me perguntou espontaneamente me vendo.

-"na real não, eu disse a verdade e aqui estou"- as duas se olharam e voltaram o olhar para mim em questão de dois segundos, com a boca aberta em choque.

-"porra, você disse tudo o que aconteceu e ainda está viva? minha família nunca poderia"- depois de me sentar na cama entre as duas com o coração ainda batendo à mil, respirei fundo e abri um sorriso, que mesmo que fosse pequeno, era o único verdadeiro que eu dei depois de semanas.

-"ih ala tá sorrindo, deve ter lembrado ou do Suna ou Tsukishima, certeza"- Yachi revidou depois de me ver, mas logo foi interrompida com meu travesseiro batendo na cara da coitada.