Capítulo 8

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- Kerem. – Chamei baixo, saindo do armário. Ele estava com seu rosto vermelho e sua calça não escondia como estava afetado pelo episódio que tinhamos experimentado. – Olha, deve ser isso que estavam procurando.

Não comentei de seu estado porque eu não estava diferente. Ele pareceu entender que a distração era a melhor saída para nós dois.

Kerem abriu o caderno, lendo rapidamente o que estava escrito. Suas sobrancelhas se franziam cada vez mais, me deixando curiosa.

- E então? – Perguntei, não aguentando me conter.

- Parece que vamos fechar esse caso, Hande.

O olhar dele sobre mim me deu apenas uma certeza: as coisas iriam mudar, e eu apostava que não era apenas na missão

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Seguinte, acabei confundindo a ordem dos POVs e vamos de Hande de novo porque percebi só no final kkkkk

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Hande

Faltavam alguns minutos para meu aniversário e eu teria, finalmente, 24 anos.

Estava sentada na sacada da suíte com uma garrafa de vinho pela metade e enquanto escutava o som de longe da pequena festa que ocorria na piscina do hotel. Kerem estava lá, havia descido para beber um pouco e eu preferi ficar.

Estávamos novamente evitando falar sobre nossa situação e sobre o armário. Sabíamos que bastaria uma faísca para nos queimarmos completamente.

O caderno que agora tínhamos em mãos continha a agenda de Osmar Sinsek e os endereços e encontros com El Fayo e Ortiz. Além disso, continha diversos nomes que Kerem havia verificado serem de policiais, empresários, políticos... Todos envolvidos no esquema.

Suspirei pensando finalmente que estava chegando ao fim e eu iria poder recomeçar uma nova vida, um novo ano.

Desejava poder deixar tudo pra trás, toda a farsa, toda a decepção, até mesmo vender minha oficina e meus carros, e recomeçar do zero. E antes de tudo, queria poder visitar a Turquia e saber se eu ainda tinha alguém, se ainda tinha uma irmã.

Queria uma chance de poder ser verdadeiramente feliz, levar uma vida normal.

Esse foi meu pedido ao assoprar a vela no pequeno cupcake em minhas mãos, quando escutei o relógio apitar informando ser meia-noite.

Fechei meus olhos e senti o cheiro da brisa gelada batendo contra meu corpo levemente suado pelo álcool. Estava confiando que iria dar certo. Ousei ter esperança.

Escutei a porta se abrindo e olhei por cima do ombro, vendo Kerem caminhar em minha direção. Ele usava uma camisa escura de botões um pouco aberta, bermuda e sandálias. Como de costume, ridiculamente lindo.

Ele sentou ao meu lado em uma distância segura e olhou para o cupcake em minha mão.

- Espero que tenha feito um pedido certo.

- É o único que tenho.

Nos olhamos por um tempo, até eu desviar para o horizonte do mar. Levei minha taça aos meus lábios e tomei o resto do líquido. O vi acender um cigarro e aceitei o que ele estendeu para mim.

- Você acha que essa semana já terminaremos isso? – falei, soltando a fumaça da minha boca. Vi seu olhar vacilar um pouco na minha ação.

- Sim... A operação já está montada para interceptar o encontro deles amanhã mesmo. Eles vão saber que o caderno sumiu e irão mudar sua organização, por isso precisa ser logo.

ŞAH MATOnde histórias criam vida. Descubra agora