Capítulo 11

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- O que você está fazendo aqui? – Consegui falar, engasgada no ódio.

- Eu tenho uma promessa a cumprir. – A sinceridade em seus olhos só me deixou mais furiosa.

Debati-me e consegui soltar meu corpo de seu aperto, retornando a sequência de golpes e, finalmente, o nocauteando.

Seu corpo caiu desacordado no chão e eu me abaixei para o olhar de perto. Travei minha mandíbula ao perceber sua beleza, seus traços bem desenhados, sua barba um pouco maior.

- Eu te odeio, Kerem Bursin.

Kerem

Não sei dizer há quanto tempo estavámos nos encarando.  Seu pequeno escritório parecia ainda menor com a tensão que preenchia o ambiente. Uma pequena mesa nos separava e o peso do seu olhar no meu me deixava seriamente cauteloso em meus movimentos, ainda mais com a leve dor em minha cabeça me lembrando da porrada que ela havia me dado. Ela realmente sabe bater...

Me econtrava mais calmo depois de ver que ela estava aparentemente bem, pelo menos fisicamente não havia nenhum arranhão ou machucado.

Eu sei que merecia e teria que lidar, antes de tudo, com seu nível de raiva pela traição. Mesmo que eu não estivesse ciente do acordo de meu chefe com o dela que a usava como moeda de troca, eu havia a usado como isca. Não que eu me sinta mal sobre isso, porque eu não sinto. Estava fazendo meu trabalho, ela era apenas uma criminosa e ponto final.

Acontece que o acaso realmente é cheio de suspresas e aqui estava eu passando por cima do meu orgulho para cumprir uma promessa que havia feito para essa mesma criminosa. Eu apenas não conseguia explicar, se me perguntassem, o porquê da necessidade que sentia de fazer isso.

- Você não vai falar nada? – perguntei, já entediado com o silêncio.

- Eu sou quem precisa falar? – rebateu com raiva.

Suspirei cansado com o que seria essa conversa e ousei me aproximar, apoiando meus cotovelos na mesa. Ela me olhou com desprezo.

- Escuta, eu sei que você acha que eu-

- Eu não acho nada, eu tenho certeza. – ela me interrompeu. Sua postura parecia tensa mas controlada. - Você é um filho da puta que só me usou como moeda de troca, o que quer de mim ainda?

- Não te usei como moeda de troca, isso não fazia parte do plano. – me defendi. Ela deu um riso debochado.

- Não fazia parte... Eu sei que tudo foi a porra de um jogo, até a merda da investigação era falsa... Selin, Ferit... Céus, eu quase dormi com ele para ter informações... – ela fechou os olhos, parecendo tentar se controlar.

- Espera, Selin, Ferit, o que tem a ver? A investigação foi real, tudo foi real para mim – prendi seu olhar no meu, mas ela logo desviou quebrando o contato.

-  Você brincou comigo, sobre minha vida, sobre meus pais...

- O que? Não – ela me interrompeu novamente.

- Nada do que você falar vai valer alguma coisa para mim, poupe-se disso e volte para os policiaiszinho de merda com os quais você trabalha. Vá embora. – ela levantou e caminhou apressada em direção a porta. Fui atrás, segurando seu pulso sem medir a força, acabando com seu corpo se chocando ao meu, permanecendo tão perto... Engoli em seco, tentando desviar de seus lábios e focar em seu olhar. Concentre-se.

- Eu não menti sobre isso, Hande. Você tem todo o direito de me odiar, eu te enganei sim, era meu trabalho, mas eu também fui enganado e te fiz uma promessa, não costumo deixar de cumprir o que prometo. – Pude ver em seu olhar que ela queria acreditar em mim ao mesmo tempo em que parecia travar uma batalha interna.

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⏰ Última atualização: May 04, 2021 ⏰

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