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MARIA CLARA PÉREZ
Vidigal, Rio de Janeiro.

— V-você o que? — pergunto com a voz trêmula chamando a atenção dos dois.

Pela primeira vez desde que eu a conheço, Naiara não tinha um sorriso debochado nos lábios, ela estava com o semblante preocupado, sério. Pezin por sua vez, caminhou rapidamente até mim completamente desesperado.

— Amor, não acredita nela. Ela quer nos separar, como sempre quis. — tenta me tocar mas eu desvio. — Maria, por favor não faz assim. — pede com a voz embargada.

— Quando? — ele me encara confuso. — Quando que você me traiu com ela?

— Por Deus, Maria Clara. — ri nervoso. — Eu não te traí, juro por Deus, pelo nosso amor, é tudo mentira dela.

— Peterson, olha nos meus olhos. — ele me encara. — Agora me responde, quando foi que você me traiu? — repito novamente a pergunta e ele engole em seco.

— No último baile que teve no Vidigal, mas eu posso explicar, ela me dopou, eu estava fora de mim..

— Você está de brincadeira com a minha cara Pezin? — Naiara fala indignada. — Eu não te dopei seu idiota, poderia sim ter muito interesse em você mas eu jamais, jamais doparia alguém só pra que a pessoa fique comigo. — nega com a cabeça. — Depois a gente conversa sobre o nosso filho.

— PARA, VOCÊ NÃO ESTÁ GRÁVIDA NAIARA, É MENTIRA SUA. — grita me fazendo recuar para trás. — Maria por favor, me ouve.

— Vou deixar vocês a sós. — Naiara caminha até nós. — Se dúvida tanto, aqui está o teste com a as semanas exata do feto. — joga um envelope clínico contra o peitoral de Pezin e passa por mim, sem nem olhar na minha cara, saindo para fora da casa.

Pego rapidamente o envelope de suas mãos, rasgo o mesmo com pressa tirando o papel que confirmava a gravidez da Naiara.

— Inacreditável. — falo enquanto ainda encarava o papel. — Como eu sou idiota. — nego com a cabeça e jogo o papel contra o Pezin. — Você nunca iria me contar, não é? — ele nega. — E a idiota aqui, quando beijou o melhor amigo veio correndo te contar. — rio nervosa.

— Pera aí, você o que? — o encaro.

— É Peterson, eu também te traí, hoje, com o PH.

— E você ainda quer me cobrar? — pergunta incrédulo. — Você também está no erro.

— Eu não disse que não estava. — corto sua fala. — Só que diferente de você, estou sendo honesta, porque eu jamais conseguiria continuar com alguém mesmo sabendo que eu escondo dela uma traição. Não me arrependo de ter beijado o Pablo, mas eu achei que não seria justo com você e por isso eu vim aqui, pra te contar toda a verdade e darmos um basta nessa relação. Eu escolhi ser honesta com você, o que você não fez comigo e pelo jeito, nunca iria fazer, né? — ele permanece em silêncio. — Se eu soubesse que tinha sido corna, jamais teria vindo aqui me desculpar com você. — o encaro com um certo ódio, engulo o choro que estava preso em minha garganta. — Eu ainda não consigo acreditar. — nego com a cabeça. — Que você teve a coragem de esconder isso de mim por um mês, um mês Peterson. Não é uma hora hora, um dia, uma semana é um mês.

— Maria, eu..

— Não Pezin, não começa com o discurso de que se arrepende por ter mentido para mim, porque sabemos que isso não é verdade, se realmente se importasse comigo, teria me contado a verdade desde o início. — tiro a aliança do meu dedo. — Não nos merecemos, você pela sua falta de honestidade e eu por ver que amo outra pessoa. — lhe entrego a aliança e giro meus pés. — Por favor, seja homem o suficiente de assumir esse filho. — falo antes de sair pela porta, andando em passos rápidos para fora da sua casa.

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