NAIARA MUNIZ
Vidigal, Rio de Janeiro.Suspiro concordando com a cabeça.
— Se tivesse como voltar no tempo, com certeza eu iria fazer tudo diferente. — falo limpando as lágrimas que insistiam em escorrer pelo meu rosto.
—: Não posso anular o fato de que tu também tá no erro, mas da pra ver que tu se arrepende do que fez. Mas tudo que tá acontecendo são as consequências dos seus atos e escolhas pô, da pra ver que tu não fez isso só por sacanagem geral ai se liga que tu gosta dele. — sorrio fraco. — Depois que a Maria terminou com o Pezin, ele mudou da água pro vinho.
— Percebi assim que eu entrei na casa dele. — engulo em seco ao lembrar da nossa conversa. — Eu não quero que ele se apaixone por mim, só queria que ele me acompanhasse na gestação e me desse apoio, porque independente de tudo ele é o pai. — suspiro. — Mas quando eu disse a ele sobre o ultrassom que vou fazer amanhã, ele referiu o meu filho com se ele fosse um encosto, não sei de foi o efeito do pó mas nada justifica.
— Pera aí, ele tava cheirando pó?
— Não peguei ele fazendo isso, mas os pinos que tinha na mesa da cozinha dele já entregou tudo né. — dou de ombros. — Enfim, preciso ir.
— Eu te levo, tu já aproveita e me conta esse história direito aí. — nego com a cabeça.
— Não quero incomodar.
— Não vai incomodar, se liga. Tá de noite já, eu que não vou deixar uma mulher grávida andar por aí sozinha. — cruza os braços me encarando.
— Tudo bem. — reviro os olhos e ele sorri. — Moro no Leblon.
— Tranquilo, meu carro é aquele ali. — aponta com a cabeça para um Golf Gti preto, com os vidros escuros.
Caminhamos em direção ao seu carro e adentramos o mesmo, passo o cinto de segurança pelo meu corpo e logo Paulinho da partida.
— Pode começar a falar já. — me olha brevemente.
— Não tem o que falar, Paulinho. Tudo indica que ele está se drogando, provavelmente depois do término com a Maria. — suspiro. — Isso é culpa minha.
— Para de neurose, Naiara. — fala sério. — Que mane culpa sua tio, nossa vida é feita de atos e consequências, o término deles foi a consequência do chifre que ele colocou nela.
— Mas ele traiu ela comigo.
— E tu não se arrepende disso?
— Sim, mas..
— Mas nada, todo mundo erra, a gente aprende com os erros a partir do momento que o arrependimento bate. — fico em silêncio. — O fato do Pezin estar se drogando não é culpa sua, ele que não está sabendo lidar com a merda que fez. Outra coisa, vê se não fica chorando por causa dele, o que ele te falou só mostra que ele não vale a piroca que tem, não tá sendo homem não, tá sendo moleque. Então a visão que eu te dou é que tu abre mão daquilo que não te prende, no sentido bom é claro.
— O que te fez ficar aqui no Vidigal? — mudo de assunto e ele me olha brevemente com a sobrancelha arqueada. — Notícias correm rapidinho por aquele morro, Paulinho, todo mundo sabe que tu era da Rocinha.
— Vou te contar em, esse povo é fofoqueiro demais, tá doido. — rio. — FR fez muita merda que eu não sabia, matou uma pá de gente inocente pra nada, igual fez com aquelas dez pessoas só pra atingir o Adamovich. — nega com a cabeça. — Aqui no Vidigal os cara do movimento não são tratados apenas como "soldados", Adamovich valoriza cada um e se preocupa com todos. FR se precisasse te matar pra sobreviver, ele mataria.
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Só Por Uma Noite [M] ✓
RomanceLiz, uma jovem que sempre teve tudo o que queria e na hora que queria, mas se vê encurralada quando seus pais morrem em um acidente de carro, pelo qual diz jurar que foi proposital. "Patricinha" da Copa que por obrigação das consequências de um pass...