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CARLOS EDUARDO FERREIRA.
Vidigal, Rio de Janeiro.

— Sem tempo pra isso aí, amigo. — fala ofegante. — Estão invadindo o morro.

Fico imóvel, como assim estão invadindo o morro uma hora dessas? Esse mano só pode estar de brincadeira com a minha cara, não é possível.

— Não fala merda GS. — nego com a cabeça.

— Acha que eu tô brincando? — ri seco e caminha até a caixa de som diminuindo o volume da música.

E então barulhos de tiros ecoam por todos os lado fazendo Pezin e eu nos encarar, sem reação alguma. Rapidamente Adamovich aparece seguido da Thaís.

— Não terminamos de conversar. — Thaís fala.

— Que porra tá acontecendo mano?

— Eu estou falando com você, Igor.

— CALA A MERDA DA BOCA THAÍS. — grita fazendo a loira arregalar o olhos. — Não percebeu que o morro está sendo invadido caralho, se manca porra.

— Acho melhor a gente começar agir. — Pezin fala.

— Bora lá pegar as armas, tenta falar com os cara da barreira Cobra. Quero saber como esses puto conseguiram entrar. — fala já caminhando para dentro da casa.

— Tu não acha melhor ele vir junto com a gente? — aponto com a cabeça para o GS.

— Se ele quiser. — Adamovich da de ombros. — Toda ajuda é bem vinda.

— Tu vem? — encaro GS que assente. — Não sai daqui, demoro? — encaro a Mariana que já estava com os olhos marejados.

— Toma cuidado, Carlos. — sua voz sai embargada e eu seguro seu rosto com as minhas mãos. — Promete que vai voltar?

— Prometo, gata. — dou um beijo rápido em seus lábios. — Eu te amo. — deposito um beijo longo em sua testa.

— Eu te amo.

— Bora logo Cobra, tamo perdendo tempo caralho.

Me afasto da Mariana e corro em direção aos caras, adentramos a casa e nós quatro fomos até o quartinho das armas do Adamovich, cada um colocou um colete à prova de balas. Atravesso um fuzil na minha costa e peguei uma pistola colando a mesma na minha cintura.

— Estão prontos? — concordamos. — GS vem comigo e vocês dois ficam juntos, bora sair pela porta dos fundos e cada dupla vai por um lado, aciona os cara pedindo reforço não sabemos em quantos eles estão.

— Jaé, bora que bora. — Pezin fala.

Fomos todos andando apressadamente até a porta dos fundos da casa, quando saímos cada um seguiu para o seu lado e eu já fui logo acionando os cara pelo radinho.

— É de fuder um bagulho desse, quem é que invade um morro as duas da manhã? — ergo os ombros. — Isso tá muito estranho, tu não acha?

— Bora deixar o papo pra amanhã Pezin, nosso foco agora é outro. — respondo enquanto virávamos a esquina, deixo meu fuzil no jeito e vou andando até a próxima esquina.

— Não deixa eles te verem.

— Quer ensinar o padre a rezar a missa caralho? — pergunto puto e ele fica em silêncio, coloco um pouco do meu rosto e consigo ver uns dez homens atirando para o alto.

— O que você tá vendo aí?

— Eles estão atirando para o alto. — falo desconfiado.

Vejo dois deles caírem no chão e eu faço um sinal para o Pezin de que agora era o momento, nós dois viramos a esquina e já começamos a atirar nos demais homens.

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