O dia amanheceu com o céu cinzento. Yuri acordou cedo para sua obrigação diária no templo, orou no altar do Deus Ebisu, depois foi banhado e vestido, seus cabelos penteados e presos por presilhas de jade,com contas azuis, se mirou no espelho e odiou o que viu. "Porque tenho que vestir como menina ,não sou uma menina" isso era o que ele se perguntava toda dia.
Existia um velho monge no templo, sempre meditando, era o mais velho de todos os monges e sacerdotes daquele lugar, Yuri gostava de conversar com ele, o menino fez uma breve reverencia em sinal de respeito.
- Yoki-sama, posso me sentar ao seu lado?
- Claro jovem Yuri-kun, sente-se ao meu lado. O dia parece ser muito chuvoso hoje.
Yoki tinha uma aparência de um velhinho de cem anos, talvez essa fosse sua idade, era careca com manchas na cabeça, sempre sorridente e de um olhar de ternura. Yuri gostava muito dele, era o mais sábio e mais gentil homem , secretamente o menino o adotou como seu pai. Yuri gostava de perguntar coisas do velho sábio deste os deuses e as várias lendas japonesas, sua preferida era o Akai Ito o fio do destino.
Yoki costumava dizer que todos nascemos com um fio vermelho que é preso á outra pessoa e por mais que se passe anos ,eles vão se encontrar e isso até em outras vidas, até ficarem juntos para sempre, esse fio é chamado de akai ito.
Os olhos de Yuri brilhavam ouvindo isso. Era perfeito você ter alguém que sempre irar de achar não importa o que aconteça.
Ryotaro acordou com cheiro de comida adentrando suas narinas, levantou e foi até a cozinha com seu cachorrinho logo atrás abanado o rabo.
Sayuri fazia o café da manhã, Koda entrou e deu um beijo no rosto de sua amada. Os três, com Akemi atacando uma tigela de sopa ao lado da mesa, agradeciam o alimento como de costume, depois Sayuri iria cuidar da lojinha de mantimentos e Koda iria iniciar seu jovem aprendiz na vida de barqueiro.
Ryotaro perguntou a quando tempo Sayuri estava casada com seu velho chefe, a doce senhora respondeu com toda sua sabedoria.
- Ryotaro-kun, eu e Koda temos um akai ito, estamos ligados pelo fio do destino e um dia mesmo depois da morte nos reencontraremos.
O garoto achou interessante isso ser ligado por um fio a outra pessoa em outro lugar, se ele tivesse que fosse tão gentil como Sayuri, para ser uma boa esposa e ter muitos filhos. O menino não sabia que esse fio vermelho não unia apenas casais, mas também unia amizades.
Do alto do templo da montanha o menino Yuri admirava toda vila, dava para ver todo o movimento do lugar e os barquinhos que atravessam o rio que separava os dois lados da vila.
Ele pensava no que o velho Yoki disse queria mesmo saber se o tal fio vermelho seu, era ligado a alguém por aí, uma pessoa que iria levar ele para longe, talvez terras distantes.
Ryotaro olhou para aquela montanha e viu um lindo templo entre neblinas naquele dia frio, depois do treinamento nos barcos, mestre e aprendiz retornaram para casa, era simples toda em madeira com telhas de palhas de arroz, na frente uma pequena loja, na parte de trás a casa dos casal de idosos.
Ryotaro foi recebido por Akemi que abanou o rabo em sinal de alegria e lambeu o rosto do menino, o garoto estava feliz agora iria se ajeitar e quem sabe ganharia pais. O casal de idosos gostou de ter aquele menino ali poderia ser um acalanto na velhice.
- Ei duende da floresta, vá tomar seu banho e venha comer.
O menino obedeceu ao velho Koda, bem que ele poderia para de chamá-lo de duende da floresta e até que gostava às vezes disso. Estava decidido iria ser um bom menino ficaria com os Watanabe e moraria em Kurama, quem sabe tinha uma garota por lá que era sua outra ponta no fio vermelho do destino.
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O Menino do Templo
Ficção HistóricaYuri Takahashi tem doze anos e deste os sete foi escolhido para servir o templo no alto da montanha, ele era a criança mais bonita e forte da aldeia e por isso foi levado para se tornar um chigo o menino divino assim que ficou órfão. Ryotaro Yoshida...