Brianna rolou os olhos, escondendo o rosto nas palmas de suas mãos.
Nial vai matar Allanna.
O pensamento cruzou sua mente no momento em que escutou passos apressados vindo em sua direção, fazendo com que a jovem erguesse sua cabeça no instante em que a figura descabelada de sua irmã mais nova entrou no jardim correndo, um sorriso travesso em seus lábios. Poucos segundos depois, o menino de aparência irritadiça cruzou a mesma entrada, uma carranca de irritação marcando suas feições joviais ao alcança-la, interrompendo sua intenção de se esvair do local ao agarrar sua mão com força.
A herdeira sufocou uma risada ao captar a expressão envergonhada que assumiu o rosto de sua irmã com o contato, suas bochechas alvas coloridas de vermelho intenso ao soltar suas mãos com brusquidão. O pequeno príncipe corou profundamente, dando-lhe as costas. Era, definitivamente, cômico assistir a interação dos dois, apesar de também ser cansativo e irritante, uma vez que os dois eram demasiadamente enérgicos para sua idade.
Principalmente Allanna.
- Sinto que meu irmão avançou algum limite com vossa irmã, Alteza. Sinto muito por isso.
Brianna moveu seus olhos da cena que se desenvolvia para pousá-los sobre o jovem parado ao lado do banco onde estava, as mãos cruzadas para trás enquanto mantinha um pequeno sorriso em seus lábios, também assistindo o desenvolvimento. Sentindo o peso do olhar da morena sobre si, o rapaz voltou sua atenção para a mesma, erguendo uma sobrancelha em uma pergunta muda. A herdeira rolou os olhos, o ínfimo sorriso a traindo ao respondê-lo.
- Allanna não está acostumada a este tipo de contato com pessoas além da família, Príncipe Eirian. Ela só tem treze anos. Seus passatempos envolvem outras atividades além de aulas de sociabilidade e etiquetas.
A jovem o estudou com atenção quando uma risada escapou por seus lábios, balançando a cabeça negativamente.
- De fato. Não me recordo de Vossa Alteza empunhando espadas de madeira com tamanha maestria como sua irmã e nem chutando alguns traseiros com tamanho talento, como ela faz.
Brianna estreitou os olhos em sua direção diante da óbvia provocação.
- Eu estava mais ocupada em manter minha aljava carregada para sempre derrotá-lo nas competições de arco e flecha, matando mais lebres do que Vossa Alteza. Jamais precisei de uma espada para subjuga-lo e deixá-lo no chão.
Rebateu, recebendo como resposta um olhar conhecedor e um grunhido de indignação. Eirian, suspirando, sentou-se ao seu lado, o olhar sobre os dois jovens que haviam superado o momento constrangedor de antes e agora conversavam animadamente sentados próximos de uma roseira híbrida alta.
- Ansiosa para semana que vem?
A princesa suspirou, olhando para a mesma direção que o príncipe por um longo momento, ponderando sua pergunta.
- Eu diria que é normal se sentir ansiosa para o seu próprio casamento. Afinal, independentemente dos sentimentos que eu nutra por você, é um novo reino se unindo ao Império. Dillien é tão importante como qualquer outro reino e eu sinto um peso sobre meus ombros por ser herdeira de tudo isso e ainda assumir a coroa matrimonial de uma outra nação. Sinceramente, não sei como minha mãe não enlouqueceu ainda. É um pouco opressivo.
O rapaz riu, alcançando uma das mãos da herdeira com cuidado, dispensando um afago suave na pele quente.
- Quando seus pais se casaram, a Cália não era unificada e Artena não era próspera como hoje. O peso na coroa da Imperatriz era menor. Igualmente, meus pais e as províncias de Nihal. Se serve de consolo, sinto o mesmo peso sobre os ombros, embora as expectativas sobre mim sejam relativamente mais baixas, comparadas às suas.
Brianna bufou, empurrando-o levemente para longe de si com a mão livre, ouvindo-o rir. O príncipe passou o braço por seus ombros em um meio abraço, ambos suspirando em cansaço enquanto assistiam Nial e Allanna se desentenderem novamente, gritando um com o outro.
- Quanto tempo levará para que o Imperador receba uma nova proposta de casamento vinda de Dillien?
Eirian questionou-se em voz alta e, por mais que a morena soubesse que não era necessária uma resposta, a ofereceu mesmo assim.
- Eu diria que, no mais tardar, três anos. Allanna ainda não o vê desta forma, por mais que seus sentimentos por ele estejam mudando em seu coração. Pela cor das bochechas de Nial, eu diria que o mesmo acontece com ele.
O herdeiro de Dillien deu de ombros, aproximando-a o máximo que conseguira sem invadir seu espaço pessoal ou sem ser indelicado, depositando um beijo suave sobre seus cabelos negros.
- O que podemos dizer em nossa defesa? As filhas dos Imperadores nos enfeitiçaram completamente, nos atingindo diretamente no coração. Duas feiticeiras, certamente.
-
-
Naquela noite, Afonso suspirou em apreciação ao permitir que seu corpo caísse com leve violência sobre o colchão macio de sua cama, fechando os olhos quando o cansaço dominou cada célula de seu corpo. Abriu apenas o esquerdo quando ouviu o farfalhar de tecidos ao seu lado, a visão de sua esposa se ajustando sobre seu peito o saudou agradavelmente enquanto ela pousava o braço sobre seu abdômen.
O moreno ajustou a posição para deixá-la mais confortável, seus lábios indo de encontro a pele suave de sua testa enquanto seu nariz captava o aroma inebriante vindo de seus cabelos negros que se espalhavam como uma cortina atrás de si, cobrindo parcialmente suas costas.
- Acredito que logo estaremos recebendo uma nova proposta de casamento, vinda de Dillien.
Catarina comentou casualmente, arrancando uma risada rouca do Imperador, que pousou sua mão sobre a dela em sua barriga, acariciando-a levemente.
- Henrik me disse o mesmo enquanto cavalgávamos, mais cedo. Assim como Eirian em sua idade, Nial não para de falar sobre Allanna. Como pai de duas meninas esplendorosas, não me agrada a ideia de casá-las, mas, o que me conforta é que eu sei que ambas serão amadas, respeitadas e bem cuidadas por seus maridos. Ou ambos serão incapazes de se tornarem pais antes mesmo de se quer apreciarem a ideia.
A Imperatriz riu alto, sem conseguir se conter, acariciando a pele do abdômen definido de seu marido, beliscando-o brevemente na região. Afonso estremeceu, guinchando em protesto. Ambos se mantiveram em silêncio, aproveitando a calmaria que a presença um do outro lhes traziam.
- Você não tem medo do que o futuro reserva para elas?
O moreno ponderou a pergunta de sua esposa por um longo momento, sua voz saindo enrouquecida logo que ele se pôs a respondê-la.
- Eu fico aterrorizado a cada vez que penso no que pode acontecer com Brianna e Allanna. As duas são minhas joias preciosas, minhas meninas puras. Mas, eu também tento pensar que o futuro de ambas será brilhante, cada uma se realizando a sua maneira. Estaremos com elas o tempo que nos for permitido, mas, enquanto as duas tiverem suas famílias ao seu lado e as apoiando, elas ficarão bem.
Catarina assentiu distraidamente, movendo sua mão para o peito exposto do marido, desenhando ali padrões invisíveis com as pontas dos dedos. Fechou os olhos ao sentir um beijo casto ser deixado em sua fronte, arquejando em surpresa quando uma mão travessa alcançou sua intimidade, acariciando-a languidamente, provocando seu ponto sensível, arrancando um gemido alto de sua garganta.
- Acho que conheço uma forma de distrai-la desse assunto, minha esposa.
Ah.
Todo e qualquer pensamento coerente fugiu da mente da Imperatriz no momento em que Afonso se apossou de seus lábios com possessividade e domínio feroz, sua mão ainda trabalhando avidamente no mesmo lugar enquanto a outra massageava sem cautela cada um de seus seios da maneira que somente ele conhecia. A morena moveu uma de suas mãos para o sul, alcançando seu membro semi ereto entre seus dedos finos para aperta-lo, fazendo-o sibilar de prazer, impulsionando seu quadril para frente.
Sim, pensamentos para o futuro podem ser deixados de lado por um momento ou dois.

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Revenge
Fanfiction"Amália aprenderia do pior jeito a quantidade de poder e autoridade a rainha possuía. Ela aprenderia como uma rainha deveria agir e se portar diante das mais adversas situações. Poder não era dado, era conquistado e isso, Catarina fizera sua vida to...