Parte VII - Revisada.

2.3K 194 120
                                    

— Os baús já estão prontos, Lucíola?

Catarina pergunta sem se virar para sua dama, os olhos vidrados no jardim do castelo, apreciando-o por um momento a mais antes de deixá-lo para trás e seguir com seu destino. Perdeu o aceno positivo da jovem, que agora a olhava com incerteza.

— Minha rainha, tem certeza do que está prestes a fazer?

Seu rosto era uma máscara bem forjada, livre de qualquer expressão.

— A única coisa que tenho certeza é que meu reino precisa ser reconstruído. Já que nosso anfitrião recusa-se a tomar uma decisão, eu farei — respirou fundo, sem encará-la. — Ao entardecer, partiremos para Sonciera. Darei minha resposta pessoalmente ao príncipe Charles e permaneceremos lá até o casamento.

Permaneceu em silêncio, virando-se para Lucíola.

— Mande que preparem nossa carruagem o mais rápido possível. Não desejo perder mais nenhum segundo que seja nesse lugar.

A dama fez uma reverência, saindo dos aposentos da princesa. Catarina aproveitou o momento a sós para puxar uma profunda respiração em uma tentativa de se acalmar e focar no que precisava de sua atenção imediata. Porém, uma lágrima teimosa escorreu pelo canto de seus olhos, rapidamente sendo capturada pelas pontas de seus dedos.

 Porém, uma lágrima teimosa escorreu pelo canto de seus olhos, rapidamente sendo capturada pelas pontas de seus dedos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

-

-

Afonso suspirou quando se recostou na cadeira, fechando os olhos antes de seus dedos subirem para esfregar as têmporas, tentando aliviar sua dor de cabeça. Ouviu a porta do escritório ser aberta e passos calmos soando no ambiente silencioso, seguido de um arrastar de cadeira. O moreno abriu os olhos, deparando-se com Gregório olhando-o atentamente.

— Majestade, está tudo bem?

Após um curto silêncio, o rei acenou com a cabeça, latejando ainda mais pelo movimento, desviando o olhar de seu conselheiro para o papel em branco a sua frente.

— Tem certeza?

Os ombros caídos certamente deram-lhe a pista que necessitava.

— Problemas demais, horas de descanso de menos. As noites insones têm me cobrado seu preço, meu amigo.

Gregório assentiu, seu olhar descendo para a folha, o que o fez franzir o cenho.

— Estava escrevendo uma carta?

O conselheiro havia notado o olhar descontente de Afonso para o papel, como se o mesmo o tivesse ofendido pessoalmente.

— Sinceramente? Deveria. Mas sempre que pego a pena e começo a maldita coisa, minha mente toma outra direção e acabo desconcentrado.

O mais velho assentiu, esquadrinhando o rosto abatido e cansado do rei.

— Encontrei a dama de companhia da rainha Catarina há pouco, no corredor. Conversamos por e ela me deixou a par das novidades.

RevengeOnde histórias criam vida. Descubra agora