Capítulo 16

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- Será que eu posso entrar? - perguntou ele me olhando com os mesmos olhos tristes daquela manhã.

Ele estava ali parado na soleira da minha porta, ou melhor, da nossa porta, com uma cara de cãozinho abandonado que cortava o coração, mas eu sempre fui teimosa e não podia deixar ele me ganhar tão fácil assim.

NÃOOO! gritava a minha mente.

- Claro que sim Zac, entra - falei sem empolgação.

LANA SUA IDIOTA! Sacudi automaticamente a cabeça pros lados espantando aquela voz irritante da minha consciência.

- Desculpa ter vindo sem avisar - disse ele nervosamente, entrando no apartamento e deixando um rastro do perfume amadeirado que eu tanto amo, me arrepiei na hora.

- Tudo bem Zac, o apartamento é seu - eu lembrei colocando minhas mãos nos bolsos me sentindo sem graça.

Sem rodeios ele foi depositando as sacolas no chão e a pizza na mesinha de centro.

- Eu lembrei que faltavam algumas coisas importantes aqui, então resolvi trazer - falou ele coçando a cabeça desajeitado - Uau! Você deu um jeito nesse lugar!

Ele se virou pra mim e olhou a arrumação que eu tinha feito jogando o cabelo que caía nos olhos para trás

Meu pai me ajuda!

- Aqui tem lâmpadas, toalhas, eu trouxe uns lençóis a mais e o edredom que você tinha deixado naquela lavanderia aqui perto. Comprei uma cafeteira... Ah! Tem café nessa outra sacola aqui também...- ele tirava um monte de coisas daquelas sacolas e falava sem pausa.

Eu só observava atônita ele ser extremamente fofo e me perguntando como eu conseguiria ser forte e não me deixar persuadir.

- Zac...Zac para! - eu disse estendendo as mãos enquanto ele ainda tirava coisas lá de dentro - você não precisava trazer isso tudo. Por que está fazendo isso?

- Porque eu prometi que cuidaria de você! - ele disse se virando pra mim e falando como se fosse a coisa mais óbvia do mundo - você pediu um tempo e ok eu vou te dar esse tempo. Só que isso não significa que vou quebrar minha promessa.

Fiquei sem palavras e só balancei a cabeça. Respirei fundo passando uma mão na testa e olhei pra ele que ainda me encarava.

- Você vai vir todos os dias aqui me trazer algo, não vai? Zac eu pedi pra me deixar sozinha pra pensar!

- E eu VOU deixar - ele falou pegando minhas mãos nas suas, meu corpo arrepiou de novo respondendo a ele - Lana eu sabia que estava faltando um monte de coisas aqui e não consegui ficar tranquilo sem trazer pra você. Por exemplo...

Ele me soltou e pegou do chão a cafeteira novinha que ainda estava na caixa me mostrando.

- Eu sei que você não funciona sem o seu café pela manhã, então já trouxe isso, o café e uma caneca! Também tem o frigobar que eu trouxe lá do atelier pra você usar até a geladeira chegar. Falando nisso preciso descer no carro pra buscar - ele deixou a cafeteira no chão e tateou os bolsos procurando as chaves do carro.

- Frigobar? - me espantei dessa vez. Zac não tinha jeito mesmo.

- Sim! Você vai guardar comida aonde até terça-feira? - ele perguntou - vai comendo a sua pizza aí, tem prato e guardanapo naquela sacola ali - ele apontou pra uma sacola enquanto abria a porta - eu já volto!

E saiu.

Eu não acreditava no que estava vendo. Ele merecia um prêmio por me deixar brava e completamente apaixonada ao mesmo tempo! Respirei fundo, não ia adiantar falar nada, Zac não sairia dali até que tivesse terminado de arrumar tudo. Eu só precisava tentar manter distância, meu coração que aguente o tranco.

I Don't Want To Go HomeOnde histórias criam vida. Descubra agora