Primeira semana...
Ter Zachary Hanson em minha casa não é nada entediante. O primeiro final de semana foi um pouco constrangedor, pois ele fazia questão de ser notado. Cantava o tempo todo, trouxe vídeo game (óbvio que perdi horrores pra ele), assistimos a filmes, ele ficou indignado por eu não beber mais refrigerante "QUEM EM SÃ CONSCIÊNCIA RESISTE A UMA COCA-COLA BEM GELADA?" dizia ele. Tenho certeza que engordei alguns quilos, ele não parava de inventar algo pra comermos, foram muitas pipocas, chocolates, sorvetes... mais os hambúrgueres, pizza, batatas fritas, isso regado a muito refrigerante. Até que eu reclamei.
- Chega Zac! Desse jeito não vou caber em minhas roupas até o final da sua estadia aqui – eu brinquei, mas estava falando sério.
- Tudo bem, por hoje chega, até porque as coisas que compramos acabaram. Amanhã eu dou um jeito de comprar mais – ele falou rindo da minha cara.
- Você enlouqueceu? – eu disse recolhendo as embalagens das porcarias que havíamos comido de cima do sofá – Ah! Essa semana eu tenho umas fotos para fazer, sempre marco a tarde, pode arrumar um bom disfarce, você vai comigo – me atirei no sofá ao lado dele com uma garrafa de água gelada, tudo aquilo tinha me deixado com sede.
- Sim senhora chefe! – debochou ele batendo continência, e colocou uma mexa do meu cabelo para atrás da minha orelha – sabia que você fica linda mandona desse jeito?
Estava aí a parte constrangedora, Zac fazia questão de me elogiar ou me deixar encabulada de algum jeito só com o olhar. Fora o contato físico que ele fazia questão de ter, sempre dava um jeito de mexer em meu cabelo, me abraçar, até carinho em meu braço ele fez enquanto eu lavava a louça e ele fingia espiar para fora da janela em cima da pia. O fato era que ele estava tentando me tratar como anos atrás, nós tínhamos isso, era como magnetismo, nos tocávamos o tempo todo de alguma forma e sem perceber, era hábito. Mas agora é diferente, não somos namorados, e cada vez que ele toca em mim ou me elogia eu me pego vermelha de vergonha, e não posso dizer que não gosto, mas minha mente acaba sempre me trazendo para o consciente, é como se ela gritasse em minha cabeça "ELE AINDA É CASADO, ESTÁ APENAS BRINCANDO COM VOCÊ, LOGO ELE VOLTA PRA CASA E VOCÊ FICA NOVAMENTE CHUPANDO DEDO".
Na terça-feira, já passava das 23h, saí do banho e Zac me convidou para assistir a mais um filme. A noite estava mais fresquinha, peguei uma manta pra mim e outra pra ele e me ajeitei no sofá, e claro que Zac não perdeu tempo, se ajeitou colado em mim , a única coisa que nos separava eram as mantas, tentei não dar bola pra isso, afinal ficar perto dele era muito bom, ter essa atenção toda era melhor ainda, só não queria que ele percebesse. Luna se enroscou em cima de mim e não sei em que ponto do filme estava, o fato é que adormeci ao seu lado.
ZAC
Estávamos no meio do filme quanto percebi Lana muito quieta, olhei para o lado e ela havia adormecido. Não desperdicei a chance de poder parar e olhá-la mais de perto, a expressão suave no rosto, formato do nariz, a boca bem desenhada... Ah! Aqueles lábios, eu estava fazendo uma força descomunal para não beijá-la a todo instante. Aproveitei e abri um pouco mais o assento do sofá em que eu estava, peguei algumas almofadas e arrumei para que eu conseguisse deitar meu corpo paralelo ao dela. Com cuidado, a puxei para deitar em meu peito, e assim fiquei sentindo sua respiração, o calor que emanava dela. Terminei de ver o filme, desliguei a televisão e fiquei fazendo cafuné em seus cabelos, pedindo a Deus que se possível parasse o tempo pra que pudessemos ficar assim, mas se não desse, que o destino não a tirasse de mim novamente. Adormeci feliz por estar ao seu lado.
Acordei sentindo Lana se mexer, percebi que ela olhava assustada pra mim.
- O que houve? Está tudo bem? – perguntei coçando os olhos e vendo que já era dia.
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I Don't Want To Go Home
FanfictionLana é uma jovem estudante de Gastronomia, mora em Porto Alegre/RS e ama a sua liberdade. Sua vida sofre uma reviravolta quando seu ex namorado da adolescência, Zac Hanson, resolve procurá-la. A amizade ressurge, as lembranças e a admiração que sen...