I Don't Want To Go Home

Capítulo 21

Kate

- Mamãe posso levar esse? - Lucy puxa a barra do meu vestido enquanto me mostra uma caixa de cereais no sabor baunilha.

- Não! Esse aí é ruim, melhor esse! - era Abe do outro lado do corredor pegando outra caixa de cereais, dessa vez o sabor era de chocolate.

- Calma vocês dois, cada um pega uma caixa, preciso comprar para os seus irmãos também. Vocês não podiam gostar do mesmo sabor não?

Era assim sempre que eu saía com as crianças para o mercado. Fazia um tempo que não dirigia, por ordens médicas eu acabei ficando semanas em casa para me recuperar depois do parto do meu pequeno Quincy. Como Zac não estava na cidade para me controlar, resolvi pegar o carro e ir às compras levando Lucy, Abe e Shep comigo e deixando meu bebê com minha mãe em casa.

Eu estava terminando de colocar as sacolas de compras no porta malas quando avistei do outro lado da rua um bonito Impala preto, com um homem todo sujo de graxa, mas realmente muito interessante. Estava deitado embaixo do automóvel, parecia estar concertando algo.

- Shep, aquele não é o amigo da Lana? - perguntei ao meu filho mais velho que logo fechou a cara.

- É sim - ele respondeu de cara amarrada, lindamente igualzinho ao pai - não acredito! Era pra ele já estar longe daqui!

Meu sexto sentido estava alerta, resolvi tirar um pouco mais dele.

- Como assim? Por que?

- Esse cara fica dando em cima da Lana! O papai não vai gostar de saber que ele ainda está na cidade. A Lana disse que ele tinha ido embora.

Sorri ao ouvir a informação.

- Meu filho, entra no carro e dá uma olhada nos seus irmãos pra mim, eu já volto - falei fechando a porta do lado do motorista e atravessando a rua.

Cheguei perto e ele estava saindo de baixo do carro, usava uma jeans gasta e rasgada com remendos nos joelhos e uma camiseta cinza também gasta e suja de graxa. O rosto suado e engraxado não diminuía em nada sua beleza. Definitivamente Lana atraía homens bonitos. Ele me olhou franzindo o senho enquanto eu me aproximava, pareceu não me reconhecer.

- Posso te ajudar em alguma coisa? - ele disse limpando as mãos em um pano muito sujo e pendurando-o no bolso.

- Você é o David não é? Não lembra de mim? - eu falava enquanto ele fazia que não com a cabeça - sou Kathryn Tucker...Hanson.

Estendi a mão para ele que retribuiu o cumprimento levantando as sobrancelhas.

- Ah! Claro que lembro sim, como pude esquecer? Você causou um alvoroço naquele evento.

Se eu não estivesse tão obstinada a acabar de vez com aquela paixonite do Zac pela brasileira, por Deus que investiria naquele homem! Mesmo com o semblante desconfiado, aquele maxilar mexia com a minha imaginação.

- Eu mesma - sorri para ele - eu estava saindo do mercado quando meu filho Shepherd comentou que você já deveria ter saído da cidade. Aí eu pensei, será que tem algo ou alguém que ainda o segura aqui?

Ele me analisou sério e limpou o suor do rosto antes de responder.

- Eu tinha, não tenho mais. Na verdade só estou em Tulsa ainda porque tive um problema com meu carro.