Capítulo 8

101 11 131
                                    

Café, suco, frutas, panetone de chocolate e a família reunida na mesa, essa era a cena de café da manhã na casa dos meus pais. Resolvi passar as festas de final de ano na minha cidade natal, pois com a ausência de Zac, senti falta do carinho da minha família.

É uma época do ano especial para mim, embora geralmente trabalhe muito para fechar todas as entregas das fotos e trabalhos da faculdade, sempre é uma oportunidade de rever meus objetivos, traçar caminhos novos, me preparar para o que o novo ano traria para minha vida. Mas desta vez, as coisas estavam diferentes, eu não sabia o que esperar, sempre fui tão independente, tinha sempre novas metas para alcançar, mas a volta de Zac para minha vida havia mexido com minhas estruturas. E a saudade estava cada vez mais apertada.

Um dia antes das vésperas de Ano Novo, eu conversei com minha mãe, Dona Ingrid, e contei o que estava acontecendo, pois ela me interrogou sobre eu estar tão quieta e distante, esperando ansiosamente por uma ligação no celular.

- Eu percebi que tu está diferente filha. E ele já ligou? - perguntou minha mãe enquanto fazia o almoço, nós duas conversávamos na cozinha.

- Hoje ainda não! Mas ontem ele disse que estaria no sítio dos pais dele, com a família toda, então ainda deve estar com as crianças, aí ele não liga, talvez mais tarde - respondi cabisbaixa, olhando no celular algumas fotos.

- Que tanto tu olha aí? - ela fez a volta na mesa para dar uma espiada - Hum...sabia fotos dele não é?

- Sim - abri um sorriso - são algumas fotos que ele postou no IG hoje, e também algumas atualizações no site da banda - mostrei.

- E vocês estão namorando de novo? - minha mãe era sempre bem direta em nossas conversas.

- Não deixei ele dar um nome pra nós, não antes dele resolver tudo...ficamos apenas no "estamos juntos".

- E está tudo bem essa situação pra ti? Digo, tu está sem perspectiva nenhuma sobre vocês dois, não sabe o que esperar, não sabe nem quando vão poder se ver... isso está bom pra ti de verdade? - revirei os olhos, minha mãe às vezes parecia que lia direitinho o que se passava dentro de mim.

- Eu não consigo esconder nada de ti né? Ok mãe...não, não está tudo bem. Mas foi uma escolha minha, fui eu quem disse pra irmos mais devagar. Zac é impulsivo, por ele saiamos derrubando tudo no caminho, mas as coisas não funcionam assim pra mim. Ele tem uma família com a ex dele, e eu não quero passar por cima das pessoas - o nó em minha garganta já estava se formando, falar daquilo doía, o que mostrava que as coisas não estavam tão resolvidas pra mim como eu imaginava.

- Eu te perguntei isso filha porque está estampado na tua cara que tu está confusa, está longe demais, está aqui só de corpo presente, a alma parece estar em outro lugar. Vai parecer muito inapropriado pra uma mãe falar o que estou querendo te dizer - ela hesitou por um momento, sentou em minha frente e olhou nos meus olhos - eu conheço todos os teus "porens", mas eu acho que tu devia arrumar um jeito de estar mais perto dele, porque longe assim, vocês não vão conseguir se ajudar muito. Tu precisa dele agora e ele está precisando de ti com certeza. Assim como tenho certeza que se tu quiser, consegue se organizar e dar um jeito nisso - ela terminou de falar e piscou pra mim. Fiquei olhando-a incrédula, sério mesmo que minha mãe me aconselhou a ir atrás dele?

Levei um susto quando meu telefone vibrou em cima da mesa, minha mãe olhou sorrindo para o aparelho.

- Parece que alguém sentiu tua falta - falou levantando uma sobrancelha. Eu ri e atendi a chamada de vídeo.

 Eu ri e atendi a chamada de vídeo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
I Don't Want To Go HomeOnde histórias criam vida. Descubra agora