Capítulo 17

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    Caminho para a aula enquanto penso em Jonathan, o que teria acontecido se eu o tivesse seguido? Algo dentro de mim me diz que ele não está muito longe, mas perto do castelo só há florestas, e todas assustadoramente perigosas. Ninguém são iria lá. Mas também tenho minhas dúvidas quanto a sanidade de Jonathan. Nada do que ele me disse faz sentido, eu nunca fui uma bruxa muito poderosa. Fato que me irritou por anos.
    Tenho essa aula com Elizabeth, e normalmente iríamos juntas até a sala, mas ela teve de resolver algumas coisas. Não tenho ideia do que possam ser.
    Caminho tranquilamente entre as pessoas, a maior parte delas me respeita agora que ando com Sebastian e Elizabeth. Quando chego à sala, me encosto em uma das paredes do fundo e espero. Hoje aprenderemos a como conjurar seu patrono. Sei que todos estão nervosos e animados como eu, Elizabeth passou a manhã inteira sobre isso. Gosto de vê-la animada, é raro e por isso faço questão de guardar esse momento em minha memória.
   Patronos são quase como espelhos da sua alma, mas em forma de animal. Por isso imagino que o meu seja algum animal forte e traiçoeiro, como uma hiena, ou uma pantera, talvez até uma cobra. Minha preferida é a hiena, gosto delas. Apenas rezo para que seja um animal forte. Não gostaria de ser zoada novamente.
    O professor chega e todos ficam quietos, Elizabeth conversa com ele e se desculpa pelo atraso. Depois vem e fica ao meu lado.
    – Patronos são tipos de forças positivas que podem vir a servir como escudo para quem conjurá-lo. Para que dê certo, vocês devem pensar em sua memória mais feliz. Uma memória feliz e poderosa – ele diz e ouço gritinhos de alegria vindos da direita.
    Ele nos ensina qual o feitiço que deve ser usado, e logo estamos todos com nossas varinhas em mãos. Alguns já conseguem de início, e fico deslumbrada com tantos animais. Há cavalos, lontras, raposas e outros, alguns nem o nome sei. Outros demoram um pouco mais, ainda assim depois de um tempo conseguem. Vejo Elizabeth se concentrar tanto que tenho que segurar uma risada, mas enfim ela consegue e vejo uma águia tomar forma em minha frente. Suspiro, maravilhada com essa visão.
    Levanto minha varinha e repito o feitiço, penso nos momentos divertidos que tive com meu pai. Em como nós brincávamos em nosso jardim. Nada. Nem um pouco da névoa. Penso em quando minha mãe estava viva e saímos para tomar sorvete. Nada também. Penso em como meu pai ficou orgulhoso quando tirei minha primeira nota alta em minha primeira prova. Nada. Vejo o professor se aproximar de mim e tento com mais afinco.
    – Precisa de ajuda, Srta.Malfoy? – ele pergunta e vejo que Elizabeth me encara preocupada.
    – Não consigo conjurar meu patrono, Professor Applesmith. Mesmo que pense em todas minhas memórias alegres – digo quase sussurrando para que os outros não nos ouçam.
    – Certo. Tente mais uma vez para eu ver.
    Penso na minha festa de 12 anos, quando meu pai me levou pela primeira vez à Disney. Minha mãe tinha morrido há vários anos, mas ainda assim não estávamos 100% bem. Foi tão divertido, e foi naquele dia que percebi que tinha o melhor pai do mundo.
    Levanto minha varinha e digo o feitiço. Me concentro na minha lembrança. Nada ainda.
    Como Elizabeth costuma dizer? Ah, merda.
    – Estranho, você não está fazendo nada de errado. Talvez sua lembrança não seja forte o suficiente – ele diz e me irrito com seu comentário, mas não digo nada.
    O sinal toca indicando que a aula acabou. Saio para o corredor com Elizabeth me seguindo. Poucos metros à frente, sinto um braço me puxar e ela me abraça. Ela nunca tinha me abraçado antes, mesmo sendo amigas. Seu abraço é como a brisa quente de verão, aquela que te abraça e te faz sentir em casa. Ela me aperta com mais força, quero chorar mas ainda estamos no meio do corredor. Saio do abraço e olho em seus olhos, tento entender o que se passa em sua mente, mas não consigo. Levanto uma das sobrancelhas e sorrio, vejo-a revirar os olhos e sorrir junto. Queria que esse momento durasse para sempre.
    – No meio do corredor? Nossa, nunca imaginei que você fosse uma dessas pessoas! – digo a provocando.
    – Idiota, vem – ela aponta com a cabeça para o corredor dos dormitórios – Vamos descansar pelo resto do dia. Você merece.
    – Ei, eu que deveria ser a má influência – sorrio – Não tente roubar meu lugar, viu?
    – Como eu viveria num mundo sem você? – ela diz caçoando de mim, mas vejo um pouco de verdade em seus olhos.
    Andamos até nosso quarto, e passamos o dia vendo TV e comendo mochis.

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Como meu aniversário foi alguns dias atrás, vou postar dois capítulos de uma só vez! Espero que gostem💗 já tem alguma teoria sobre o que aconteceu?

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