Capítulo 21

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    Acordo em meu quarto, a luz está apagada mas há estudantes no corredor. Então não deve ser tarde.
    Olho para o relógio.
    23:00.
    Não é tarde, por que a luz está apagada?
    Olho para a cama de Elizabeth, ela está lá me encarando, de um modo quase diabólico. Sinto algo no fundo de meu âmago se remexer, sinto uma crescente vontade de chegar mais perto dela. Deixo os pensamentos de lado e me concentro no presente.
    – Eu tive um pesadelo – digo e olho para o teto – Eu era algum tipo de cria de Voldemort e ia ter que morrer, ou algo do tipo.
    Olho novamente para ela com um sorriso no rosto, mas ela apenas me encara. Sinto meus olhos ficarem molhados. Ela percebe e caminha até minha cama. Abro espaço e ela senta ao meu lado.
    – Não foi um pesadelo – ela diz e encara a porta – Eu sinto muito. Você não merece nada disso.
    – Eu nunca liguei para a morte – digo sincera – Mas eu sempre imaginei que morreria de alguma forma calma. Ou então cheia de amigos que se lembrariam de mim depois. E provavelmente namorando ou casada, com alguém que me ame mais que tudo.
    Ela me puxa para seu colo e coloca suas mãos em meu cabelo.
    – Vai tudo ficar bem – ela diz numa fracassada tentativa de me acalmar.
    – Não, não vai – digo e dou um sorriso para ela.
    – O que faríamos sem toda essa sua positividade? – ela revira os olhos depois de falar.
    – E entao, qual o plano para me matar?
    – Você fala isso com tanta calma que até me assusta – nós duas rimos – A Diretora disse que por ser uma cria de Voldemort, você não se machuca ou morre com facilidade. Algo sobre o sangue ou sei lá. Então, nós a levaremos para um precipício, se não me engano um dos maiores do mundo. E é bem perto daqui, o que é super seguro para alunos, claro – ela diz irônica e eu sorrio, ela continua afagando meu cabelo – E o resto você já deve imaginar.
    – Parece que vocês já tem um plano pronto. Não me diga que você planejou isso depois de nos encontrarmos pela primeira vez?
    – O que posso dizer? Você me dava calafrios.
    – Hum, calafrios bons ou ruins? – pergunto a provocando, mas uma parte de mim realmente quer saber a resposta.
    Ela me dá um empurrão e revira os olhos. Adormeço pouco depois, ainda em seu colo.

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